terça-feira, 10 de setembro de 2024

Ponto final, fim de papo!



 “Não metam o nariz nos assuntos internos da Venezuela”.(Nicolás Maduro, num acesso histérico).

 

Conversa encerrada.  Os desmandos do caudilho de Caracas, extrapolando os limites mais elásticos da tolerância, não deixam outra alternativa ao governo brasileiro que não seja a do distanciamento político e diplomático. Algo similar ao que se fez com a Nicarágua do outro desprezível déspota.

Não se trata, evidentemente, de rompimento de relações diplomáticas, mas sim de posicionamento vigoroso, sem tergiversações, capaz de expressar supremo desagrado pelas reiteradas manifestações do inconfiável Nicolas Maduro a respeito da crise política venezuelana. Como sabido, são incontáveis as manobras de engabelação urdidas pelo tirano, mesmo diante da benevolente disposição de vários países, entre eles o Brasil, de encontrar uma saída honrosa para a descomunal encrenca por ele criada. O anuncio feito pelo Conselho Nacional de Justiça da Venezuela, reafirmando outra vez mais o “triunfo” eleitoral do arrogante autocrata e proibindo a divulgação das famosas atas dissipou por completo qualquer ingênua dúvida que pudesse sobrevir às artimanhas usadas na fraude.

O que a opinião pública brasileira espera do Palácio do Planalto é uma declaração formal de não reconhecimento definitivo dos resultados das eleições no país irmão. Tal declaração deverá ser acompanhada de afastamento de qualquer tipo de contato que não seja pautado, estritamente, por tratativas negociais que representem os interesses comuns dos dois Estados, vizinhos muito próximos geograficamente.

2) “Minha casa minha milícia” - O Rio de Janeiro e suas bizarrices amedrontadoras! Com a desenvoltura habitual, derivada da certeza de contar com poderosos apoios clandestinos, as milícias cariocas apoderam-se de áreas de domínio público, implantando condomínios residenciais, de bom nível, compostos de várias unidades. A fiscalização governamental só se deu conta dos empreendimentos quando estavam prestes a receber ocupantes. Tudo até ali foi feito à margem dos protocolos legais. As autoridades competentes assumiram os prédios, conseguindo autorização judicial para demoli-los e já deram inicio a derrubada. O relato suscita um colosso de indagações. Como passou despercebida ao longo das construções, o que vinha rolando, a olhos vistos, nos terrenos indevidamente apropriados? A compra de materiais de construção, a movimentação de veículos, os canteiros de obras não chamaram a atenção dos agentes da lei? Por que as edificações, ao invés de serem demolidas, não foram integradas aos programas habitacionais de caráter social?  Por quê mesmo? Para esta última pergunta surge uma resposta que é uma constatação amarga dos desatinos praticados pelos milicianos nas desguarnecidas paragens guanabarinas. A cessão das moradias com fito social desencadearia fatalmente reação violenta dos foras da lei, em desafio aberto a um aparelho de segurança impotente para conter a abusiva situação. Minha Nossa Senhora!

 Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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