Conversa
encerrada. Os desmandos do caudilho de
Caracas, extrapolando os limites mais elásticos da tolerância, não deixam outra
alternativa ao governo brasileiro que não seja a do distanciamento político e
diplomático. Algo similar ao que se fez com a Nicarágua do outro desprezível
déspota.
Não
se trata, evidentemente, de rompimento de relações diplomáticas, mas sim de
posicionamento vigoroso, sem tergiversações, capaz de expressar supremo
desagrado pelas reiteradas manifestações do inconfiável Nicolas Maduro a
respeito da crise política venezuelana. Como sabido, são incontáveis as manobras
de engabelação urdidas pelo tirano, mesmo diante da benevolente disposição de vários
países, entre eles o Brasil, de encontrar uma saída honrosa para a descomunal encrenca
por ele criada. O anuncio feito pelo Conselho Nacional de Justiça da Venezuela,
reafirmando outra vez mais o “triunfo” eleitoral do arrogante autocrata e
proibindo a divulgação das famosas atas dissipou por completo qualquer ingênua
dúvida que pudesse sobrevir às artimanhas usadas na fraude.
O
que a opinião pública brasileira espera do Palácio do Planalto é uma declaração
formal de não reconhecimento definitivo dos resultados das eleições no país
irmão. Tal declaração deverá ser acompanhada de afastamento de qualquer tipo de
contato que não seja pautado, estritamente, por tratativas negociais que
representem os interesses comuns dos dois Estados, vizinhos muito próximos geograficamente.
2)
“Minha casa minha milícia” - O Rio
de Janeiro e suas bizarrices amedrontadoras! Com a desenvoltura habitual,
derivada da certeza de contar com poderosos apoios clandestinos, as milícias cariocas
apoderam-se de áreas de domínio público, implantando condomínios residenciais, de
bom nível, compostos de várias unidades. A fiscalização governamental só se deu
conta dos empreendimentos quando estavam prestes a receber ocupantes. Tudo até
ali foi feito à margem dos protocolos legais. As autoridades competentes
assumiram os prédios, conseguindo autorização judicial para demoli-los e já
deram inicio a derrubada. O relato suscita um colosso de indagações. Como
passou despercebida ao longo das construções, o que vinha rolando, a olhos
vistos, nos terrenos indevidamente apropriados? A compra de materiais de
construção, a movimentação de veículos, os canteiros de obras não chamaram a atenção
dos agentes da lei? Por que as edificações, ao invés de serem demolidas, não foram
integradas aos programas habitacionais de caráter social? Por quê mesmo? Para esta última pergunta surge
uma resposta que é uma constatação amarga dos desatinos praticados pelos
milicianos nas desguarnecidas paragens guanabarinas. A cessão das moradias com
fito social desencadearia fatalmente reação violenta dos foras da lei, em
desafio aberto a um aparelho de segurança impotente para conter a abusiva
situação. Minha Nossa Senhora!
Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)
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