*Cesar Vanucci
“A eficiência da Justiça
Eleitoral permitiu que o brasileiro fosse dormir no domingo já sabedor dos
nomes dos eleitos.” (Domingos J. Pinto, educador)
O
Brasil viveu outro momento eleitoral memorável. Nas linhas gerais, a festa
cívica de 6 de outubro reafirmou o inarredável compromisso da Nação com os
sagrados postulados democráticos e republicanos. À Justiça Eleitoral tocou, uma
vez mais, a impostergável missão de garantir a eficácia do processo de captação
e apuração, em tempo recorde, dos votos depositados nas urnas por mais de 120
milhões de cidadãos. O eleitor pode expressar com plena liberdade sua vontade
política. A manifestação refletiu salutarmente tendências ideológicas variadas,
respeito a diversidades numa atmosfera de maior serenidade, sobretudo se tomarmos
como referência as tensões criadas pelo desvario extremista em 2022.
Na
disputa regional mais comentada, que atraiu todas as atenções, ocorreram incidentes perturbadores.
Os fatos registrados na corrida pela prefeitura de SP deixaram à mostra o
despreparo e a mediocridade de um “carreirista político” que se apresentou como
implacável “crítico” do sistema vigente. A ação inescrupulosa do “coach
messiânico” Pablo Marçal, com o indisfarçável propósito de bagunçar o coreto na
25ª h. da campanha, representou o ponto fulminante de uma série impactante de
sandices. Afortunadamente, as urnas afastaram o personagem do 2° turno. A
expectativa agora é de que o grave ato delituoso seja devidamente enquadrado
nos conformes legais de maneira a desencorajar novas tentativas que possam
medrar dos domínios pantanosos do
fanatismo e negativismo.
Os
resultados das eleições forneceram material abundante para especulações por
parte dos analistas políticos. A quantidade de prefeituras conquistadas pelas
diferentes legendas partidárias está no foco do interesse dos debates sobre
quem mais vezes “subiu ao pódio” na competição. O PSD, liderado por Gilberto Kassab, obteve quase 900 prefeituras. Com o feito
desbancou o MDB da primeira posição na classificação partidária ostentada desde
a redemocratização. Firmou-se como agremiação de Centro de presença destacada
no cenário político. O MDB, o PP, a União Brasil, o PR e o PL tiveram também participação
expressiva na pugna eleitoral. A participação do PT, apesar de haver ampliado o
numero de prefeituras, foi bastante discreta na disputa. O PSDB e o PDT não marcaram
presença na contenda, ao contrário do que sucedia num passado não tão distante.
O 6 de outubro assinalou a chegada ao cenário político nacional de
novas lideranças que, bem provavelmente estarão frequentando o noticiário como candidatos a cargos de relevância em
eleições vindouras. Sejam citados, num contingente mais amplo de nomes, 3 deles:
Eduardo Paes, RJ; João Campos, Recife; Bruno Reis, Salvador. Outra constatação,
sem dúvida alvissareira: cresceu o numero de prefeitas. Interessante anotar que
em 3 dos municípios mineiros de maior concentração de eleitores, ocorreu a
recondução de mulheres ao cargo de gestora pública. Uberaba, Juiz de Fora e Contagem.
Jornalista (cantoius1@yahoo.com.br)