terça-feira, 19 de julho de 2022

 

Turbulência à Vista.

“Os questionamentos sobre a legitimidade do modelar sistema eletrônico de votos só fazem crescer nos redutos bolsonaristas”. (Domingos Justino Pinto, educador)

CESAR VANUCCI*

Não é preciso nenhuma bola de cristal ou qualquer outro instrumento “supostamente confiável” de adivinhação para que sejam percebidos, até mesmo pelo reino vegetal, como costuma dizer o jornalista Mino Carta, que momentos com certo grau de turbulência ainda nos aguardam no processo sucessório presidencial em marcha.

Tudo mostra que teremos uma réplica, à moda brasileira de questionamento contestatório envolvendo o resultado eleitoral, como aconteceu recentemente, promovido por Donald Trump, nos Estados Unidos. Adeptos da candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro, contando com seu indisfarçável estímulo deixam clara a disposição de colocar em dúvida, desacreditando-o, o sistema de coleta de votos eletrônico. Na hipótese de uma decisão desfavorável nas urnas de outubro, a arguição de fraude será fatalmente levantada segundo a opinião de experimentados analistas políticos. Lideranças exponenciais no quadro político, entidades representativas do pensamento da sociedade civil, forças parlamentares, pelo que se sabe, já se preparam para o enfrentamento de eventual movimentação contrária ao veredito popular. Seja colocado em realce a certeza de que a votação eletrônica é um método modelar, comprovado numa profusão de testes elaborado pelo Tribunal Superior Eleitoral, com o aval de respeitadas instituições internacionais. Bem ao contrário do antigo e obsoleto esquema da votação com o emprego de cédulas, é invulnerável a fraudes, assegurando que a vontade expressa soberana dos eleitores seja rigorosamente evidenciada e acatada, como recomenda a saudável prática democrática.

A esperança da opinião pública é no sentido de que o efeito contaminante do vírus contestatório, no que concerne ao sistema eletrônico de votação, não disponha de força suficiente para molestar a vontade soberana do eleitor.

Clélia Fialho Ferreira.

“As pessoas não morrem. Partem primeiro”. (Camões)

Mais, muito mais do que uma secretária de alta competência, com predicados acima dos padrões. Ela foi além disso, muito mais do que uma eficiente assessora técnica e administrativa, provida de invejável capacidade de iniciativa e liderança, de conformidade com o perfil de um colaborador ideal almejado por atarefados executivos. Clélia Fialho Ferreira, aos setenta e três anos, envolvida, há décadas em atividades executadas na tenda de trabalho deste desnorteado escriba, acaba de partir primeiro, deixando um vazio impreenchível. Foi uma irmã, amiga e conselheira, presente o tempo todo em nossa lida cultural e profissional. Cuidava, com esmero sem igual, da digitação de textos, arquivos, de todo o suporte logístico necessário ao trabalho relacionado com os artigos, conferências, discursos, livros por mim produzidos. Na memória privilegiada e em agendas bem cuidadas relacionava informações valiosas para que os resultados das ações empreendidas pudessem ser eficazes. Ser humano admirável, sensível aos clamores sociais, sempre disposta a atuar com presteza em afazeres que requeressem seus préstimos, Clélia conquistava simpatia à primeira vista de quantos dela se acercavam. Otimista, acreditava no destino superior do ser humano, achando sempre uma palavra de encorajamento e alento para situações perturbadoras. Quando alguém exprimia inconformismo, decepção, frustração, face a problema ocasional, costumava aconselhar, fraternalmente, ao dito cujo, a tentar desvencilhar-se da “amolação”, “amarrando tudo em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”.

Chamada prematuramente a cumprir outra missão no plano existencial, minha irmã, conselheira e amiga Clélia já está fazendo muita falta. Sua ausência, como dói!    

 

*Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br).

A SAGA LANDELL MOURA

Conspiração desvendada

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