*Cesar Vanucci
“A paz é a única forma de
nos sentirmos realmente humanos.” (Albert Einstein)
Como o Papa Francisco enfatiza, com a costumeira
sensatez, nesta apavorante guerra do Oriente Médio, a escolha deve ser apenas para
um lado: o lado da Paz!
Em conclamação, endereçada a cidadãos de
todas as nacionalidades e crenças, o Pontífice, embargado pela emoção afirma: “meus pensamentos estão voltados para a Palestina e
Israel. As vítimas estão aumentando e a situação em Gaza é desesperadora”. Sua Santidade pede à comunidade internacional
que promova tudo quanto seja necessário para impedir catástrofe humanitária ainda maior. Pontua
ainda: “É preocupante a possível
ampliação do conflito enquanto tantas frentes de guerra já estão abertas no
mundo. Silenciem as armas, ouçam o grito de paz dos pobres, das pessoas, das
crianças”.
Revela-se perfeita a sintonia da sábia
exortação de Francisco com o autentico sentimento universal. Suas lúcidas ponderações
estão conectadas com os anseios dos homens e mulheres de boa vontade, com
criaturas providas de mentes e corações fervorosos, com essa gente toda,
entregue a orações em diferentes idiomas, que se acha convencida de serem a
guerra e o terrorismo causadores de dor e desespero, morte e destruição,
desfazendo sonhos e apagando o futuro.
Os
setores majoritários da opinião pública mundial, alinhados com essas percepções
pacifistas, abominam os atos terroristas que dizimam inocentes, que sequestram
civis, tornando-os reféns. Aceitam como legítima a reação contra agressões
virulentas do terror. Rejeitam, de outra parte, ações punitivas violentas que
atinjam indiscriminadamente civis indefesos, profissionais da saúde, enfermos,
jornalistas, funcionários de agências humanitárias em áreas densamente povoadas
e desguarnecidas de meio de subsistência. Clamam pela cessação imediata das
hostilidades, pela libertação dos reféns, pela abertura das fronteiras para que
corredores humanitários sejam implantados. E, também, em tom imperioso que
sejam reabertas com urgência, patrocinadas pela ONU, as conversações no sentido
de que seja implantada, vez por todas, com limites demarcados na forma justa e
precisa o Estado da Palestina ao lado do Estado de Israel.
Fica
evidenciado, pelo silvo dos foguetes, pelo barulho amedrontador das sirenes, pelos
corpos estirados nas ruas e escombros, que existem porções minoritárias, entre os
contingentes engalfinhados na sangrenta contenda às quais não interessa jeito
maneira, o desfecho almejado pelos defensores da paz. Os “Senhores da Guerra”,
os vorazes armamentistas, os fanáticos adeptos das facções radicais que pregam
as “regras” do “crê ou morre” e do “olho por olho, dente por dente”, abjuram
sua condição humana em nome de falsos valores, ira vingativa e ressentida, do
preconceito ignominioso, afrontando os ditames humanísticos e espirituais
abraçados pela paz.
Dentro desta ordem de considerações é merecido
classificar de impecável a atuação do Brasil nos palpitantes acontecimentos. Primeiro
a criar um esquema de repatriamento de seus compatriotas da zona conflagrada, nosso
país realizou a missão a pleno contento, graças ao Itamaraty e à FAB. Na ONU, seguindo
orientação do Planalto, nossa competente diplomacia costurou uma resolução de
paz aplaudida pela quase totalidade dos membros do Conselho de Segurança, mas
injustificavelmente vetado pelos Estados Unidos. Isso não esmoreceu o esforço
diplomático na busca da pacificação almejada por todos.
Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)