quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

As ameaças do aquecimento global

 

                                                                    *Cesar Vanucci

 “ Atentar para os sinais é preciso” ( Anna Mayã, poeta)

 

Aquecimento global, efeito estufa, mudança climática, adelgaçamento da camada de ozônio, degelo nas calotas polares, abalos sísmicos, elevação do nível das águas oceânicas. Tudo isto e muitas outras ocorrências na linha dos desastres naturais rondam assustadoramente este nosso maltratado planeta azul. A ciência atenta aos sinais, aos recados frequentes da mãe Natureza, emite alertas, brada por decisões que carecem sere adotadas no âmbito de competência das lideranças políticas mundiais, no sentido de impedir o caos pressentindo para  tempos vindouros na marcha humana.

O negacionismo científico, cuja origem está enraizada no fundamentalismo religioso e político, desdenha as sensatas advertências. Elas não passariam, segundo azuretadas “teorias da conspiração”, de maquiavélico conluio de cientistas, ambientalistas, mídia, e determinados consórcios ideológicos, econômicos e religiosos empenhados na subjugação da sociedade...

Forçoso reconhecer, toda via, que o “negacionismo cientifico” não representa o único obstáculo contraposto ao atingimento das metas fixadas pelas sucessivas “cúpulas do clima” que reúnem periodicamente a quase totalidade dos países membros da ONU.  Dá pra Perceber nitidamente, no acompanhamento das medidas pactuadas nos encontros, que as boas intenções frustradas são em maior numero que as ações realmente efetivadas. O agravamento constante da situação climática é prova indiscutível  de que a questão do aquecimento global, apesar dos incrementados debates suscitados não é confrontada com o rigor e disposição reclamados.

A recente COP no Egito aprovou, outra vez mais, proposta de destinação aos países de menor capacidade econômica de recursos obtidos por força de doações das nações mais desenvolvidas, que são, justamente, as responsáveis pelo maior volume de gases poluentes lançados na atmosfera. O valor da anunciada ajuda, como já aconteceu anteriormente, deverá ser fixado mais adiante. Quer dizer: por enquanto nada do dinheiro necessário para providências solenemente reconhecidas como impostergáveis. Tudo acaba permanecendo como está, pra ver como é que fica...

Enquanto as discussões em torno da preocupante situação climática se processam nesse ritmo morno, longe do ideal, no tocante a definições cruciais, a ciência chama a atenção do mundo para novas alarmantes perspectivas. O derretimento das calotas nos Polos Norte e Sul pode provocar, além de terríveis inundações, nas zonas costeiras dos diversos continentes, a liberação de agentes patológicos, hoje em estado de hibernação nas camadas de gelo, com potencialidade para disseminação de pandemias.

A natureza nos criva o tempo todo com recados sobre o que anda rolando no planeta em razão do comportamento predatório do bicho homem. Atentar para os sinais é preciso, como não?

Êta mundo velho de guerra sem porteira!

 

1) Vacina. Ouço de um médico infectologista uma observação danada de intrigante.  Assinalando que, a reduzida facção dos chamados “negacionistas científicos”, hoje empenhada em desacreditar a prática vacinal, pertence, de modo geral, às classes mais abastadas, ele indaga num tom um tanto zombeteiro, como essa gente se arranja, nas costumeiras excursões ao exterior com o cartão das vacinas obrigatórias nos postos aduaneiros?

 

2)  Figurino Democrático . O Vice-eleito Geraldo Alckmin e esposa foram recebidos, no Palácio Jaburu pelo atual vice Hamilton Mourão e esposa, de forma Cortez e fidalga. Inteiraram-se de informações relevantes acerca do funcionamento da residência oficial destinada à Vice-Presidência da Republica. Tudo dentro do melhor figurino democrático

 

Por falar em teto de gastos...

 


*Cesar Vanucci

      “PEC da transição é para atender aos excluídos sociais” (Geraldo Alckmin, vice-presidente)

O tema “teto de gastos” vem frequentando com assiduidade os debates políticos. Líderes partidários, jornalistas, técnicos em economia e administração pública dele se ocupam incessantemente. O noticiário nosso de cada dia, as tribunas,  entrevistas e  comentários documentam o elevado grau de interesse que o assunto desperta, sobretudo, nas confabulações que se processam com vistas à transição do poder.

Do muito que se ouve, na boca de especialistas dessa matéria, tem-se por certo que o teto de gastos faz parte de programação orçamentária correta que, respeite os cânones jurídicos e econômicos. Mas, como se diz na tagarelice das ruas, a teoria costuma ser  diferente na pratica. Tanto isso é verdade que fica difícil apontar algum governante que não haja valendo-se de artifícios aceitos como legítimos, extrapolado o teto em seu período gestor. O caso do atual mandatário da nação revela-se, a propósito, bem frisante. No exercício de 2020, por circunstâncias variadas – o combate à COVID, não pode deixar de ser mencionado -, o extravasamento dos limites orçamentários foi da ordem bastante superior ao valor pretendido com a chamada PEC da Transição.  

Tudo faz crer já haver sido estabelecido, na hora presente, como fruto das negociações alusivas à troca de governo, certo consenso quanto à necessidade de se conciliar as regras orçamentárias com demandas sociais imperiosas. Como se sabe, são medidas que não podem ser descartadas nem postergadas. Precisam produzir efeitos a partir de 1° de janeiro, quando se inicia o quatriênio administrativo. Da inteligência, inventividade dos responsáveis pelos planos de ação aguarda-se esperançosamente, surjam dispositivos legais que atendam às emergências sociais detectadas.

A vontade política, claramente expressa, somada ao nível de conhecimento  técnico e administrativo dos personagens envolvidos nas conversações que precedem o mandato vindouro, assegura certeiramente que haverá uma  âncora fiscal eficaz de suporte às inadiáveis medidas a serem adotadas em favor dos despossuídos sociais. Pelo que vem sendo divulgado, os entendimentos nas áreas de  gestão administrativa e de procedimentos parlamentares, tanto na Câmara dos Deputados, quanto no Senado, vêm se processando de forma satisfatória. Isso remete a impressão de que tudo será equalizado em tempo adequado para que não ocorra solução de continuidade no Auxilio Emergencial destinado às camadas menos favorecidas, inclusive com o beneficio adicional da parcela anunciada para menores de 6 anos.

Não resistimos à tentação na continuidade das considerações alinhadas, de avaliar também a questão de gastos públicos sob outro enfoque. Lendo e ouvindo tanta coisa a respeito de teto de gastos sentimo-nos intrigados por não conseguir lobrigar, em momento algum, palavrinha mínima que seja sobre a ultrapassagem do “teto” estipulado pela Constituição para remunerações nos serviços públicos. Todos os brasileiros, sem excluir até mesmo os aborígines das tribos amazônicas, ainda não contatadas pelos sertanistas da FUNAI, estamos calvos de saber que somam milhares os cidadãos que nos diferentes escalões dos Poderes fazem jus, impropriamente,  no final do mês a holerites bem acima do limite fixado em lei. Trata-se – como não? - de situação clara e insofismável de extrapolação de “teto de gastos”. Vez por outra, o assunto vem à tona, suscitando algum alvoroço e motivando falas de figuras graduadas na gestão dos negócios públicos sobre providencias que pretendem tomar no sentido de ajustar as folhas de pagamento aos ditames constitucionais. Mas, sem que qualquer discussão ou diálogo mais aprofundado seja efetivado, a momentosa questão acaba caindo no sorvedouro das intenções frustradas.

 

                                                    Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

Ojeriza à democracia

 

                                                                                             *Cesar Vanucci

“A democracia rechaça o radicalismo” (Antonio Luiz da Costa)           

 

A antiga sabedoria proclama que há um limite para tudo. Os atos cotidianos da convivência comunitária são regidos, obviamente, por essa lógica.

 Essa fuzarca promovida por bando de fanáticos de catadura irremediavelmente antidemocrática já foi longe demais. Extrapolou os limites da tolerância. A opinião publica mostra-se, mais que constrangida, indignada com essa sequência de desatinos praticada por militantes políticos desorientados com ojeriza à democracia.

A lista de sandices é extensa, memorizemos algumas delas. Os incidentes são de molde a causar desassossego e prejuízos de toda ordem à sociedade. Ex-parlamentar raivoso, entrincheirado em sua mansão recebe a bala, arremessando granadas, de seu arsenal doméstico, em agentes da Policia Federal encarregados de escolta-lo até a cadeia por delitos contra a democracia. Na festa da Padroeira, em Aparecida do Norte, na Basílica, desordeiros promovem comício, perturbando multidão de fieis e apupando, histericamente, o Arcebispo durante a homilia em ato sagrado. O Prelado discorria sobre o magno problema da fome que ronda muitos lares e explicava que “Pátria amada não é Pátria armada”. Parlamentar desvairada acompanhada de guarda-costas, ambos de armas em punho perseguem um suposto adversário político em via pública movimentadíssima na principal cidade do país por mera discordância de opinião. Um tsunami de “fake news” congestiona as redes com o escancarado propósito de tumultuar as eleições. O conteúdo das mensagens é, em muitos casos, tão escalafobético que passa a impressão de que seus autores são foragidos da ala de pacientes irrecuperáveis de hospício medieval. Assim que divulgados os resultados das eleições - festa cívica memorável, organizada impecavelmente pelo TSE e que contou com a participação ordeira e entusiástica de milhões de eleitores -, minoria de agitadores, insuflada por extremistas de “colarinho branco”, empregando, pode se dizer táticas terroristas, resolve promover inaceitáveis bloqueios de rodovias, gerando cenas que vão do grotesco, passando pelo patético até crueldades inimagináveis. Nos obsis criados a circulação de pessoas e veículos, ambulâncias não conseguem chegar ao seu destino, atendimentos de emergências a enfermos em estado critico sofrem atraso irreparável, viagens são interrompidas, cargas perecíveis se deterioraram no meio do caminho, assim por diante. Faixas e vozes coléricas pregam, acintosamente, a derrubada do arcabouço democrático, exortam à  quebra da disciplina institucional, agridem os direitos fundamentais, incentivam a violência. As encenações lembraram manifestações dos “camisas pardas” do nazismo. Nesses bolsões de desordem, financiados, ao que se sabe, por alguns radicais endinheirados, que pagam a “inocentes uteis” as horas roubadas ao seu labor de subsistência, vicejam também, por mais incrível que seja, manifestações despropositadas acerca de fraudes na apuração de votos. Partido político derrotado no pleito presidencial, afrontando a respeitabilidade da Justiça eleitoral e pareceres emitidos por órgãos de fiscalização e auditoria de idoneidade acima de qualquer suspeita ousou de má fé comprovada, valendo-se de argumentos jurídicos fajutos, insinuar burla nas apurações.  A desonrosa tentativa de “bagunçar o coreto” eleitoral foi repelida com altivez pelo TSE, que aplicou pena exemplar aos autores da pérfida manobra. Manobra que, por sinal, causou profundo mal estar junto até mesmo aos candidatos eleitos pela própria legenda, por obvias razões.

Há limite para tudo. A maioria que trabalha em favor da construção da construção humana almeja paz e tranquilidade. Recusa-se a dormir com barulheira desprovida de sentido.

 

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

A eternidade de JK

 

                                                                                                                           *Cesar Vanucci

“Não nasci para ter ódio, nem rancores, nasci para construir”

(Juscelino Kubitschek)

 

 

 Concluímos hoje a narrativa sobre a fascinante saga de JK. O Presidente do sorriso franco e aberto deixou-nos, como herança, obras grandiosas, definitivas, exemplos vitais, ideias que não morrem, inspirações para as lutas em favor das transformações que a sociedade brasileira ardentemente almeja.

As constantes homenagens de saudade à volta de sua lenda pessoal têm o significado de um julgamento consagrador. Sua figura sai aureolada da avaliação. Entre seus adversários, alguns poucos, mais moderados, têm os nomes associados, de certo modo, a um que outro momento na crônica das realizações brasileiras. Já os mais raivosos, quando eventualmente citados, ficam vinculados apenasmente a episódios marcados pela intolerância e insensatez. A história costuma não se revelar condescendente com a ignomínia.

JK é, no sentimento das ruas, símbolo de muita coisa. De progresso. De crescimento econômico, abundância de empregos, justiça social, diálogo e concórdia. De intransigência na defesa da soberania nacional. De projetos arrojados na construção humana. De democracia interpretada como instrumento insubstituível na atuação política. De altivez cívica e de nacionalismo autêntico. Por isso, suas ideias continuam sendo, ao mesmo tempo, a inspiração e o fanal de um Brasil que abomina a recessão, o desemprego; a intolerância; que exige fervoroso respeito no trato da coisa pública e que repudia as fórmulas discricionárias no exercício do poder.

Por essa razão, admitindo como legitimo o registro, do saudoso jornalista Carlos Chagas, segundo o qual “Já não se faz mais JK como antigamente”, a sociedade continua a procura de um novo Juscelino. De um líder com suas características.

Muitos compatriotas soltam, a partir daí, as rédeas da imaginação. Em postos de observação que lhes permitam descortinar a paisagem político/administrativa, esticam ao máximo os olhares perquiridores. De maneira a ampliar a capacidade visual, utilizam até binóculos potentes, daqueles que ajudem enxergar objetos em escuridão de breu. Com disposição, espírito bem aberto, sem prevenções quanto a pessoas ou correntes partidárias, entregam-se à tarefa de localizar, na amplidão do cenário contemplado, personagens providos de carisma, com potencial de liderança que exale luminosidade o bastante para aclarar caminhos. Abrir clareiras. Motivar multidões. Olhar (ou ouvir, como propõe o poeta) estrelas e dar rumo ao navio.

 O distinto patrício que nos honra com a leitura desta despretensiosa fala haverá de concordar conosco. Tá difícil pacas levar a cabo com sucesso a tarefa. Ou seja, encontrar alguém que lembre JK.

Fritjof Capra, físico e escritor austríaco que se tornou celebridade mundial com seu “Tao da Física”, cunhou esplêndido conceito na busca de novos rumos para uma humanidade confusa. O conceito encaixa-se magistralmente nesta hora de incertezas políticas. “Aquilo de que necessitamos numa perspectiva de grande amplitude, é um novo paradigma, uma nova visão da realidade; uma mudança fundamental dos nossos pensamentos, percepção e valores”.

 Essa dificuldade de identificar lideranças de vulto, mostra a necessidade de serem refeitas equivocadas práticas encampadas pelos agrupamentos partidários. Todos eles, de algum modo implicados, como se percebe, em atos que não condizem com os bons preceitos republicanos.

 As encrencas criadas clamam por mudanças essenciais. A saga JK é um fervedouro de ideias fecundas para se chegar à transmutação de processos que nos favoreçam galgar patamares superiores na conquista plena do bem-estar social.

 Encurtando razões: no jeito de ser e de fazer de JK, um soberbo contemporâneo do futuro, encontramos o paradigma ideal para as transformações tão desejadas.

 

*  Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

 

A SAGA LANDELL MOURA

Eleições, primeiro turno.

*Cesar Vanucci “A eficiência da Justiça Eleitoral permitiu que o brasileiro fosse dormir no domingo já sabedor dos nomes dos eleitos.” (...