sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Cesar Vanucci *
“Os caminhos dos inventores são geralmente
inçados de incompreensões e frustrações.”
(Antônio Luiz da Costa, professor)
Está aqui revelação que vai pegar muita gente de surpresa. Um brasileiro, o inventor da máquina de escrever. Não se trata de revelação brotada de uma interpretação chauvinista da história, com apelação para elementos emocionais mode suprir a carência de argumentos fatuais. Nada disso. Pesquisa envolvendo mais de um especialista proclama de maneira irrespondível que a paternidade da invenção pertence a um brasileiro ilustre, cujo nome é desconhecido da grande maioria de seus patrícios, o sacerdote paraibano Francisco João de Azevedo. O historiador Miguel Milano, no livro “Heróis brasileiros”, dá notícia pormenorizada de toda a história.
A trajetória deste sábio, em quem alguns identificam um símbolo permanentemente atual do inventor brasileiro, com sua obstinação criadora e pesada carga de frustrações, vai ser aqui contada. Valha o relato como contribuição para que se faça conhecida uma rica afirmação da inteligência humana, deploravelmente encoberta nas névoas de injusto esquecimento.
De origem humilde, Francisco João de Azevedo nasceu em Paraíba, mais tarde João Pessoa, a 4 de março de 1814. O pai, um marinheiro português, faleceu à época em que o filho completava 9 anos. Francisco tirou o melhor proveito do curso primário. Como não existisse curso secundário em sua terra natal, chegou à adolescência ocupado em trabalhos serviçais, de onde retirava recursos minguados para a subsistência. Em 1832, quando contava 17 anos, foi dos primeiros a matricular-se no primeiro curso secundário implantado na Paraíba. Numa visita pastoral do bispo da Diocese, Azevedo foi convencido de sua inclinação religiosa, obtendo matrícula no Seminário de Olinda. Em 1838 foi ordenado, transferindo-se para Recife, onde se consagrou a intensa atividade apostólica, ao magistério e às invenções.
Em 1841, fundou a Sociedade dos Artistas Mecânicos e Liberais. A instituição seria, mais tarde, reconhecida de utilidade pública pelo Governo Imperial, atraindo ajuda oficial. O Imperador Pedro II visitou as instalações, doando à obra um conto de réis.
As atenções do sacerdote estavam voltadas, obsessivamente, à difusão de conhecimentos profissionais em todas as camadas da população, de modo a acabar com a aversão de muitos, notadamente nas classes mais abastadas, pelos trabalhos manuais. Nesse afã, o estabelecimento introduziu o ensaio das ciências aplicadas às artes, incentivando jovens que não possuíam vocação para as carreiras liberais e que para elas eram conduzidos por modismo, comodismo, vontade paterna, a que se ocupassem de adestramento profissional compatível com seus reais pendores. Procurou também colocar sob permanente foco de interesse a importância do trabalho mecânico, como instrumento de ajuda ao homem na conquista de conforto e bem estar.
Responsável, ele próprio, pelas cadeiras de geometria e desenho, Azevedo ministrava aulas práticas que lhe valeram, rapidamente, justo renome nos círculos estudantis, em que pese a glacial indiferença, quando não escancarada hostilidade, que a sua ação de educador provocava junto a setores ortodoxos do magistério e lideranças políticas.
A proposta de ensino que apresentava como alternativa aos moços de Pernambuco seria enriquecida, adiante, com aulas de mecânica que atraiam alunos de todas as classes. O padre foi também professor no Arsenal de Guerra de Pernambuco, no Ginásio Pernambucano e no Colégio das Artes, que funcionava anexo à Faculdade de Direito de Recife.
Ao tempo em que atuou no Arsenal de Guerra, revelou sua condição de inventor. O historiador Miguel Milano assinala que algumas das invenções foram consideradas, na época, notáveis feitos. Mas nem todos os inventos, lamentavelmente, chegaram inteiros ao conhecimento público. Existem referências vagas, com base em fragmentos de informações, a três realizações que exercitaram febrilmente a imaginação criadora do sacerdote: um veículo para o mar, “acionado pela força das ondas”. “Um veículo para a terra,” movido pelas correntes aéreas. Uma máquina para traçar elipses, que obteve medalha de prata na exposição provincial de 1876.
Na sequência, falaremos da principal invenção do Padre Azevedo, a máquina de escrever.
A história da máquina de escrever
“... chegou a fabricar não um,
mas diversos modelos da máquina.”
(Miguel Milano, historiador)
A história da invenção da máquina de escrever, atribuída a Padre Azevedo, um sacerdote paraibano, no século 19 (anos 60), é retomada aqui.
Com a palavra o historiador Miguel Milano. “Um único dos inventos de Padre Azevedo apresenta farta documentação, pacientemente coligida pelo dr. J.C. de Ataliba Nogueira, em seu livro “Um inventor brasileiro” – a máquina de escrever que tão grandes serviços presta hoje à humanidade.
Inspirou-o o receptor telegráfico de Hughes, construído em 1855, que não passa de uma máquina que escreve à distância. Estudioso da física, fixando-se no maravilhoso invento de Morse, aperfeiçoado por Hughes, o padre Azevedo concluiu ser possível aplicar os princípios contidos no invento do telégrafo elétrico na construção de uma máquina de escrever, até então inexistente (...). Idealizada a máquina, o padre Azevedo construiu, com suas próprias mãos, peça por peça, e, modificando-as, aperfeiçoando-as e introduzindo-lhes diversas inovações, chegou a fabricar não um, mas diversos modelos. Culto, jovial, modesto e cortês, todas estas qualidades eram constantemente comprometidas pelo acanhamento e timidez com que se apresentava às autoridades e ao público. Devem-se a isso a perda de quase todos os seus inventos e a sua quase apagada projeção no cenário dos grandes inventores. Não fosse a interferência de amigos, até o seu primado na máquina de escrever teria ficado sem qualquer comprovação”.
O Governo Imperial comprometeu-se com a Inglaterra a participar da Exposição Internacional de Londres de 1862. Preparatórias do grande evento, realizaram-se no Brasil várias exposições regionais, uma delas em Pernambuco. Entre os objetos exibidos figurou a máquina de escrever de Azevedo. O instrumental foi desde logo cercado da maior curiosidade popular. Os jornais foram profusos nos aplausos ao talentoso autor e seu engenhoso invento. O catálogo da exposição, de novembro de 1861, o “Jornal do Recife”, de 16 e 23 do mesmo mês e ano, o “Diário de Pernambuco”, de 25 de novembro, e o relatório do governo estadual, de 20 de março de 1862, comentam com riqueza de detalhes o acontecido.
A máquina concebida pelo padre foi parar na Exposição Nacional, que em dezembro de 1861 reuniu os melhores trabalhos exibidos nas mostras provinciais. Não deu outra: foi premiada com a medalha de ouro, pessoalmente entregue ao sacerdote por Pedro II. O relator da comissão julgadora, engenheiro Betencourt da Silva, ao definir-se pela premiação, salientou que “entre os objetos apresentados à apreciação pública na primeira exposição geral dos nossos produtos naturais, artísticos e industriais (...) cumpre-nos apresentar em primeiro lugar a máquina do senhor reverendo padre Francisco João de Azevedo, da província de Pernambuco, ao qual se conferiu, pela invenção, uma medalha de ouro”. E, mais adiante, depois de uma descrição técnica do aparelho: “Seja qual for o número de letras de que se compuser uma sílaba, será sempre possível formar todas elas de uma vez, com uma só posição instantânea, do mesmo modo porque, no piano, se produz um acorde, particularmente esta que, segundo assevera o autor, ministra o meio de escrever todas as palavras a um tempo igual àquele em que são elas pronunciadas”.
E na conclusão: “A prática se encarregará de provar as vantagens reais desta invenção, incontestavelmente digna do prêmio com que o júri a distinguiu”.
O que vem depois toca as raias do absurdo. Padre Azevedo experimenta amarga frustração. Apesar de aquinhoado com a medalha de ouro, o aparelho não é levado à Exposição Internacional. Os organizadores do mostruário brasileiro não se deram ao trabalho de levar sequer uma simples gravura, um desenho, um modelo reduzido da peça.
O padre Azevedo, por sua vez, não dispunha de recursos financeiros e não tinha como aperfeiçoar os trabalhos concebidos pelo seu cérebro privilegiado. A instâncias de amigos resolveu recorrer à Assembléia Provincial em busca de ajuda. A lei orçamentária nº 1.061, de 13 de junho de 1872, autorizou a concessão do auxílio postulado. O artigo 31 da lei dizia: “Fica o presidente da Província autorizado a mandar adiantar ao padre Francisco João de Azevedo a quantia de 3:000$000 mediante fiança, para o aperfeiçoamento e construção das máquinas de sua invenção; ficando obrigado, para indenizar este empréstimo, a apanhar os debates desta Assembléia, durante um ano (...)”.
O curioso auxílio, composto de cláusulas de difícil cumprimento, nunca se materializou. O inventor ganhou, mas não levou. Em 1873, na “Revista Ilustrada”, o jornalista Angelo Agostini, criticando a “ajuda oficial”, chegou mesmo a escrever: “Se o inventor da máquina de escrever pudesse dispor das fianças e garantias que a Assembléia de Pernambuco dele exigiu, então não precisava pedir-lhe auxílio.”
No terceiro e último artigo sobre Padre Azevedo relataremos as circunstâncias em que se forjou o esbulho que dele retirou a paternidade da portentosa invenção.
Como se deu o esbulho
“Vi-a funcionar.”
(Escritor Silvio Romero, falando da
máquina de escrever de Padre Azevedo)
Arrematamos, hoje, a história do inventor brasileiro Padre Azevedo e de sua fabulosa invenção, a máquina de escrever.
“Vi-a funcionar, dando trechos de jornal para serem transcritos e ditando estrofes ou trechos orais quaisquer.” O depoimento é de ninguém nada mais nada menos que Silvio Romero. O grande escritor residiu em Pernambuco de 1868 a 1876. Atestou haver visto a máquina de escrever “admiravelmente feita de madeira, em casa do padre e exposta ao público.”
Outras personalidades ilustres registraram também para a história a impressão que lhes causou o invento. Caso do então presidente da Intendência do Rio de Janeiro, médico José Félix da Cunha Menezes, cujo depoimento é citado com destaque pelo historiador Miguel Milano.
Consuma-se, em seguida, o grande golpe que despoja Padre Azevedo de sua invenção. Entre os visitantes da exposição permanente que o Padre Azevedo armou em torno da máquina de escrever por ele inventada figurava um cidadão de nacionalidade estadunidense, que se confessou extasiado com o que viu.
O gringo resolveu fazer uma “tentadora” proposta ao inventor: levaria a máquina para os Estados Unidos ou Europa, encarregando-se de todas as despesas de viagem, fundição e construção. Garantir-lhe-ia, em troca, participação em todos os negócios comerciais que daí pudessem originar. Manifestou, interesse em conhecer a fundo o aparelho, inteirando-se do mecanismo e funcionamento.
Apesar de advertido por amigos, que não escondiam apreensões e desconfianças, o padre Azevedo permitiu ao dito cujo acesso às informações que pacientemente catalogara sobre o importante invento. Foi mais longe: movido por excessiva boa fé, atendeu ao pedido do visitante de que pudesse levar o modelo para os Estados Unidos, em absoluta confiança, sob o compromisso verbal de assegurar-lhe as devidas compensações.
Foi assim que o protótipo da máquina bolada por padre Azevedo saiu do país. O estrangeiro ousado deixou em poder do inventor um documento sem qualquer valor. Mais tarde, a máquina foi devolvida, desfalcada de peças fundamentais. O grande golpe acabou se consumando. Não demorou muito e a máquina de escrever explodiu como novidade no mercado. O inventor, um tal de Cristóvão Sholes, associado a uma outra pessoa, cedeu os direitos de “sua invenção” à firma E. Remington & Sons, em 1873.
O biógrafo Miguel Milano retoma a palavra: “O simples confronto entre as duas máquinas não deixou a menor dúvida de que se tratava de uma mesma máquina. Nem o pedal lhe foi suprimido, apesar de perfeitamente dispensável.” O “Comércio do Porto”, de Portugal, em notícia saída em 1876 sobre o lançamento da máquina de escrever, se encarregaria de tornar novamente manifesta a espoliação de que o sábio brasileiro se tornou vítima. A notícia, extraída de um impresso fornecido pelos fabricantes, não passou de uma reprodução literal do relatório da Exposição Nacional de 1861.
Miguel Milano, nos comentários sobre a usurpação de direitos de que foi vítima ingênua o padre Azevedo, faz questão de assinalar que, antes do inventor brasileiro, outras pessoas, em diferentes partes do mundo, se dedicaram à elaboração de instrumento que registrasse mecanicamente as palavras. Entre outros, Henry Mill, na Inglaterra; José Ravizza, na Itália; Pedro Focaut, no França; J.H. Cooper, nos Estados Unidos. Acontece, entretanto, que nenhum deles conseguiu chegar, nas tentativas efetuadas, ao modelo simples, funcional, prático, em reais condições econômicas de reprodução, idealizado pelo paraibano genial.
Paralelamente às decepções acumuladas na carreira de inventor, padre Azevedo experimentou, noutras áreas, amargos revezes. Membro da maçonaria, foi excomungado e suspenso das ordens religiosas por algum tempo. Em 1879, restituíram-lhe as ordens e levantou-se a excomunhão. Um ano depois, já de volta ao seu torrão natal, Padre Azevedo faleceu vítima de ataque de paralisia.
Os restos mortais do inventor foram recolhidos ao cemitério de Boa Esperança.
Comentário de seu já mencionado biógrafo: “Digno por todos os títulos de ser apontado ao reconhecimento da humanidade em geral e dos brasileiros em particular, nada se fez até hoje que perpetue a memória do grande paraibano”.
* Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Fotografia, invento brasileiro
Cesar Vanucci *
“Não disputarei descobertas a ninguém...”.
(Hércules Florence, num comunicado feito em Campinas, em 1834)
Na história das invenções não são raros casos assim. A um mesmo tempo, como se a idéia, antes de aflorada, estivesse a germinar no inconsciente coletivo, uma invenção, um processo de criação ou aperfeiçoamento técnico, que acabam tendo, adiante, paternidades diferentes, são anunciados em lugares distanciados entre si. Isso sem que os responsáveis pelas realizações se liguem por vínculos de qualquer ordem, como, para exemplificar, a uma pesquisa desenvolvida em comum. Aconteceu desse jeito, também, com a fotografia, esta infalível testemunha ocular da história, universalizada em proporções inimagináveis com os avanços eletrônicos destes tempos modernos.
A crônica do invento assinala que, praticamente à mesma época em que Daguerre (1893) maravilhava os franceses com a notável façanha de fazer imprimir aspectos da realidade cotidiana numa lâmina de metal, após rápida exposição à luz e alguns poucos minutos de manipulação numa câmara escura, um outro francês, imigrante radicado em Campinas, São Paulo, conseguia captar impressionantes imagens com a ajuda de câmara de fabricação caseira. Aliás, a bem da verdade, a proeza de Hércules Florence, o imigrante morador da Vila São Carlos (Campinas), pelo que se conclui da documentação histórica disponível, reproduzida esplendidamente em enciclopédia da Editora Abril, antecedeu em cerca de seis anos o lançamento do chamado daguerreótipo, denominação pelo qual ficou mundialmente popularizado o invento de Louis Jacques Mandé Daguerre.
As experiências a que Florence se consagrou, limitadas em suas repercussões ao ambiente provinciano de pequena faixa territorial de um país-continente, desprovido na época de estrutura de comunicação digna de nota, pouco difundido no plano internacional, chegaram ao conhecimento popular em 1833.
Nas pesquisas foram empregadas substâncias como nitrato de prata e o cloreto de ouro. A fixação de imagens em papel viabilizou-se com o auxílio de urina e amoníaco cáustico. Foi em 1834, janeiro, que Florence batizou sua descoberta, utilizando-se de construção idiomática muito ao sabor da época: photografie. Os jornais brasileiros, ao anunciarem o aparecimento do daguerreótipo, procuraram ouvir o imigrante inventor que morava em Campinas. No comunicado que distribuiu, Hércules Florence fixou uma posição que concorreria, no futuro, de algum modo, para que o seu nome se mantivesse encoberto pelas névoas do esquecimento público: “Não disputarei descobertas a ninguém, porque uma mesma idéia pode vir, ao mesmo tempo, a duas pessoas.”
A origem primeira da arte fotográfica, hoje tão poderosamente incorporada ao nosso trabalho, ao nosso lazer, a todas as atividades humanas, perde-se no fundo dos tempos. As primeiras notícias sobre um conhecimento rudimentar da matéria fizeram-se conhecidas no século IV A. C. Sabia-se, então, que a luz solar, penetrando em quarto escuro através de orifício, projeta nas paredes imagens do exterior. No século XI, os árabes empregaram, dentro de critérios práticos, para observação dos eclipses, esse método primitivo de se fazer imagens, já então conhecido pelo nome de câmara escura.
Depois de lapso de tempo relativamente amplo, em que esteve praticamente à margem de quaisquer cogitações científicas, o processo praticamente foi retomado, no século XVI, por Leonardo Da Vinci. O fenômeno da captação de imagens encontrou neste genial homem do mundo um sopro renovador.
“A imagem de um objeto iluminado pelo sol penetra num compartimento escuro através de um orifício. Se colocarmos um papel branco do lado de dentro do compartimento, a alguma distância do orifício, veremos sobre o papel a imagem com suas próprias cores, porém invertida, devido à intercessão dos raios solares.” Estabelecia-se, naquele momento, três séculos antes que surgisse a primeira fotografia de Hércules Florence aqui no Brasil, um princípio básico da máquina de tirar retratos.
Falaremos, na sequência, dos desdobramentos objetivos da descoberta de Da Vinci.
A primeira fotografia
“Uma imagem vale mais que mil palavras.”
(Ditado chinês)
Interrompemos nossa narrativa no capítulo passado assinalando que um experimento do genial Leonardo da Vinci, três séculos antes que surgisse aqui no Brasil a primeira fotografia de Hercules Florence, estabeleceu o princípio básico da máquina de tirar retrato. A descoberta de Da Vinci produziu efeitos em cascata. Projetistas e pintores usaram-na como método auxiliar, de imensa valia, em seus trabalhos de criação. Essencialmente, a operação consistia no seguinte: projetava-se a imagem numa folha de papel pendurada na parede. O artista, para registrá-la, desenhava-lhes os contornos.
Ainda no século XVI, Gerônimo Cardano, também italiano, idealizou os primeiros modelos portáteis de câmara escura. Configuremos a cena: uma sala com espaço suficiente para um homem dentro dela se locomover, transformada numa espécie de caixa. Num dos lados da caixa, uma placa de vidro fosco. No outro, um orifício de pequenas dimensões. Através da abertura a imagem do objeto iluminado pelo foco solar é lançada no vidro. A nitidez é tanto maior quanto maior for o grau de iluminação do objeto focalizado.
Outro italiano avançou nas ousadas experiências de Cardano. Chamava-se Giambattista Della Porta. Chegou, à custa de infindáveis buscas, à constatação de que as imagens poderiam ficar ainda mais límpidas, na hipótese de se poder encaixar uma lente na fenda da tal caixa. Definia-se aí ponto fundamental para a futura fabricação das câmaras de fotografia.
Outras contribuições, conforme dados divulgados pela Enciclopédia da “Abril”, permitiram a evolução do processo. Johann Schulze, em 1727, eliminou a certeza científica, que a todos dominava, de que os sais de prata empregados no processo, guardados por algum tempo, tornavam-se escuros por envelhecimento. Nada disso acontece, explicava ele. O envelhecimento é ocasionado pela luz. Fez juntada de provas. Misturou certa quantidade de nitrato de prata, com cal e ácido nítrico num recipiente. O resultado: um vermelho intenso, resultante da fusão, substituiu a brancura da solução.
Como a prova precisasse ser robustecida, Schulze avançou mais: preparou a mesma mistura e cobriu o recipiente com um papel desenhado. As partes alvas do papel favoreceram a infiltração de luz. As zonas correspondentes do líquido tingiram-se de vermelho. Em contraposição, as partes onde se viam traços desenhados impossibilitaram aos raios de luz atingissem o líquido. Esse manteve a cor branca nas áreas correspondentes aos traços. Resumindo tudo: o desenho ficava reproduzido em negativo na superfície do nitrato de prata.
Por ordem de entrada em cena, quem apareceu, logo em seguida, de acordo com os assentamentos históricos, foi Thomas Wedgewwood. Ele arrebatou a glória de ter sido o primeiro a tentar, por volta de 1790, compor uma foto. Num pedaço de papel impregnado de nitrato de prata, colocou o objeto que desejava gravar, uma folha de árvore. O pedaço de papel ficou exposto à claridade por algum tempo. O que adveio daí apontou o acerto da experiência. As partes da folha de papel submetidas à luminosidade transformaram-se em zonas escurecidas. As partes protegidas, equivalentes às regiões espessas da folha, ficaram mais claras. Tinha-se diante dos olhos o primeiro exemplar de um negativo. O que não se conseguiu foi a fixação duradoura da imagem impressa. Joseph Bicéphore Niepce acrescentou uma conquista a mais ao esforço criativo humano, que conduziu à implantação da arte fotográfica. Amparado pelos testes de Wedgwwood, usou uma placa de vidro como substituto do papel, envolvendo-a com betume. Procedeu dessa maneira a verificar que suas fotos saiam ao inverso isto é, onde devia ser preto era branco, e onde devia ser branco era preto.
Utilizando outros materiais, como óleo de lavanda e iodo, ele foi enriquecendo a pesquisa, até chegar, em 1822, a produzir o que é apontado como a mais antiga fotografia jamais feita – uma mesa num jardim. Contam os registros históricos, que fazem parte da enciclopédia da Abril, que a operação para se chegar à captura da imagem consumiu oito horas consecutivas de nervosa concentração.
Voltaremos, nesta recapitulação histórica acerca da invenção da “máquina de tirar retrato”, a falar do franco-brasileiro Hercules Florence.
Florence criou a “photografie”
“Hercules Florence conseguiu
resultados superiores aos de Daguerre...”
(“Wikipédia”, a enciclopédia livre)
Na recapitulação que vimos fazendo, estribados em dados extraídos da Enciclopédia da Editora “Abril”, sobre a história da arte fotográfica chegamos, finalmente, às pesquisas de Daguerre, na França e aos experimentos de Hercules Florence, no Brasil. O sistema de Niepce foi apurado, através de método de revelação de chapa mais eficaz. O francês ficou célebre como o descobridor do princípio da fixação, ao conseguir, com técnicas que soube desenvolver, provas positivas mais perfeitas do que as produzidas até então. Era o ponto de partida de uma viagem infindável. Dali para frente, as conquistas foram se acumulando.
1.Em 1841, William Henry Fox Talbot substituiu a placa banhada em prata pelo papel. 2. O vidro voltou a ser temporariamente usado, em substituição ao papel, até que surgiu, em 1873, o celulóide. 3. Em 1882, George Eastman fabricou os primeiros modelos portáteis de aparelhos fotográficos. 4. Até 1887, só se obtinha fotografia com luz natural. Foi quando Gaedicke e Niethe apareceram com o chamado flash. Do estrondo produzido pela queima do pó de magnésio, até o clarão gerado eletronicamente, um bom caminho foi percorrido. 5. Em 1861, outro avanço: a primeira fotografia a cores. James Clerk Maxwell exibiu, orgulhoso, o fruto de pacientes investigações. Antes, o que havia, em matéria de imagem fixa policrômica eram as fotos em preto e branco, pintadas à mão por hábeis artesãos-fotógrafos, com retoques por vezes generosos, ao gosto do freguês retratado. 6. Em 1893, John July deu outro passo adiante. A foto a cores nascida de uma única projeção. No processo anterior de Maxwell eram necessárias três fotos para se elaborar a cena colorida desejada. A película a cores já seria conquista do século XX.
E depois? As passadas tornaram-se cada vez mais largas. As máquinas que permitem revelações instantâneas. As teleobjetivas. As microfotografias, os microfilmes, reduzindo ao tamanho de uma cabeça de alfinete, ou algo comparável, o conteúdo de milhares de livros. As fotos feitas pelos satélites, a milhares de quilômetros de altitude, captando detalhes que o próprio olhar humano não pode alcançar. Os registros fotográficos automáticos das naves que varam a imensidão cósmica e que remetem imagens desconcertantes obtidas a milhões e milhões de quilômetros. Os chips da mágica eletrônica moderna. As fotos colhidas com o manuseio de celulares. As câmeras sem filmes ainda não digitais. As câmeras digitais.Tudo isso e muita coisa portentosa, que a nossa inteligência talvez ainda não consiga imaginar em sua real proporção, representam o desdobramento prático das incipientes investigações daqueles momentos inaugurais da era fotográfica. Daquele esforço silencioso desenvolvido em laboratórios improvisados, dotados de toscos equipamentos, de homens como o franco-brasileiro Hércules Florence e o francês Louis Jacques Mandé Daguerre, autênticos contemporâneos do futuro, para quem as fronteiras do conhecimento estiveram sempre fixadas no infinito.
Sobre Antoine Hercules Romuald Florence, francês de nascimento, brasileiro de coração, residente em Campinas, onde se casou e teve, em duas uniões, vinte filhos, netos, bisnetos e, até, tataranetos, algumas coisas importantes restam ainda para ser contadas. O jornalista e professor Boris Kossoy, no livro “1833: A descoberta isolada da fotografia no Brasil”, editado em 1980 (editora “Duas Cidades”), fez exaustiva pesquisa sobre seu trabalho como inventor. Retirou-lhe o nome da penumbra do esquecimento, garantindo-lhe lugar de realce, ao lado de Daguerre, entre os personagens que disputam perante a história a paternidade da fotografia.
Florence nasceu em 1804, em Nice. Estudou artes plásticas. Veio para o Brasil em 1824. No Rio de Janeiro, trabalhou como caixeiro em casa comercial. Integrou, na condição de desenhista, expedição científica do naturalista russo Langsdorff. Em 1829, fixou-se em Campinas, São Paulo. Lançou ali um invento, a “Polygrafie”, criando seu próprio meio de impressão, já que não dispunha de um prelo. A partir desse invento, entregou-se a outros experimentos, chegando a um processo de gravação, por meio da luz, que batizou de “Photografie”. Isso, em 1832, três anos antes de Daguerre. Já em 1833, utilizava chapa de vidro em câmara escura. A imagem colhida era “capturada” em papel sensibilizado. O processo por ele bolado, considerado mais eficiente do que o de Daguerre, permaneceu oculto do conhecimento mundial por muitos anos. Mas, hoje, já existe algum reconhecimento internacional de seu papel como inventor. Para isso contribuíram muitíssimo a pesquisa e o livro de Kossoy.
* Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Cesar Vanucci *
“Meu primeiro professor
de aeronáutica foi Júlio Verne”
(Alberto Santos Dumont)
“Meu primeiro professor de aeronáutica foi Júlio Verne, esse grande visionário.”
É Santos Dumont quem está falando. São declarações do maior valor histórico. Constam de entrevista dada, há 88 anos atrás, à revista francesa “Je Saus Tout”. O documento veio a lume graças a uma pesquisa do jornalista Romero Solha, que a incluiu em reportagem sobre o grande inventor brasileiro publicada no extinto “Diário da Tarde”, de Belo Horizonte, edição de 26 de outubro de 1982.
Vamos ver, com base na sugestiva reportagem, o que Santos Dumont conta de seus experimentos como inventor.
. Júlio Verne: “Meu primeiro professor de aeronáutica foi Júlio Verne, esse grande visionário. Desde 1888 até 1891 – época da minha primeira viagem a Europa – passava o tempo lendo as obras desse tão notável profeta, que concebeu a locomoção aérea e submarina. Já em minha mais tenra juventude estava convencido de que as idéias do romancista poderiam ser realizadas, com a condição, porém, de não se empregar o motor a vapor. Mas eu não conhecia senão o motor a vapor de nossa propriedade agrícola, bem como os tratores importados da Inglaterra para arrastar caminhões, no transporte do café.”
. Sobre o motor movido a petróleo. “Meu pai trouxe-me para a França, para Paris. Na véspera de nosso regresso ao Brasil, visitou comigo o Palácio da Indústria, onde havia uma exposição de máquinas. Qual não foi a minha surpresa ao ver, pela primeira vez, um motor a petróleo, muito leve, que tinha a força de um cavalo...”
Santos Dumont encomendou, numa oficina parisiense, a construção de um balão de cem metros cúbicos: “Tomaram-me por louco, mas, alguns meses depois, o “Brasil”, como uma bolha de sabão, atravessava Paris, surpreendendo todo mundo.”
. O genial inventor descreve o “Brasil”: “Media seis metros de diâmetro. Sua curvatura era de 113 metros quadrados de seda, com três quilos e meio. A seda envernizada pesava 14 quilos. Os fios e as cordas, juntos, um quilo e 800. A barquinha, seis quilos. Uma pequena âncora, três quilos. E o guide rope, cujo comprimento era de cem metros, oito quilos. Meus cálculos tinham sido exatos e pude subir com mais de um saco de lastro.”
. Santos Dumont travou luta árdua contra os preconceitos. “A princípio não tive que lutar somente contra os elementos, mas também contra os preconceitos. A direção dos balões e o vôo do mais pesado que o ar eram considerados problemas insolúveis. Meus ensaios começaram em fins de 1898. Abandonei a forma alongada, impossível para os recursos de que dispunha nessa época, e construí o balão ovóide. Em minhas experiências, confesso, vi a morte de perto por várias vezes, mas não me deixei vencer. Com o meu nº 3 atravessei Paris, finalmente. Meus voos eram acompanhados com profunda emoção e começou-se a discutir sobre as possibilidade de viajar de determinado ponto a outro.”
. Reportando-se ao fato de que, à época dessas experiências, Henry Deutsch instituiu um prêmio de cem mil francos para o aeronauta que conseguisse, em trinta minutos de vôo, percorrer o trajeto entre Saint Cloud e a Torre Eifell, assim falou Dumont:
“Todos os anos, os juros desse dinheiro seriam dados ao aeronauta que obtivesse os melhores resultados. Imediatamente, passei a construir meu nº 4, em um hangar em Saint Cloud. Voltei ao balão fusiforme, para poder conseguir uma velocidade de 30 quilômetros por hora, impossível com um modelo ovóide. O motor mais leve que encontrei era maravilhoso: pesava cem quilos e tinha força de nove cavalos. Os resultados foram medíocres, mas ganhei o prêmio assim mesmo, porque o outro concorrente, M. Rose, não conseguiu se elevar.”
. As felicitações, depois de seu extraordinário feito, pipocaram do mundo inteiro. “No inverno, construí o balão nº 5. Com ele realizei experiências no parque Aeroclube da França. No dia 12 de junho de 1901, às três horas da madrugada, estava no hipódromo de Longchamp, pois queria passear nele sobre Puteux. Dias depois tentei a aventura da Torre Eifell. A viagem foi muito boa até o Trocadero, mas aí notei que o balão não mais me obedecia. O cabo, ligando a roda do comando ao leme, tinha partido. Desci sobre os jardins onde, àquela hora, havia pouca gente. Precisava de uma escada. Alguém me arranjou uma e pude logo emendar o cabo. Continuei, esperançoso, o voo. Rapidamente, alcancei a Torre Eifell e voltei a Longchamp. Minha demora preocupou o povo que passou a hipóteses as mais trágicas. Recebi felicitações do mundo inteiro.”
“Das mensagens que recebi, a que mais me comoveu e a que considero a mais preciosa foi a do maior inventor dos tempos modernos (Thomas Edson). Ele me mandou uma fotografia, com a seguinte dedicatória: À Santos Dumont, o conquistador dos ares, a homenagem de Edson.”
Volto ao depoimento de Santos Dumont na sequência.
De volta a Santos Dumont
“Queriam que eu desistisse (...)
porque seria inevitável uma desgraça.”
(Santos Dumont)
Recorremos, mais uma vez, ao sugestivo trabalho do jornalista Romero Solha (“Diário da Tarde”, edição de 26 de outubro de 1982) para registrar outros trechos do depoimento dado por Santos Dumont à revista francesa “Je Sans Tout”, onde são relatados novos aspectos de suas experiências na conquista dos ares.
Santos Dumont com a palavra: “Às 16h41m do dia 13 de julho de 1901, diante da comissão cientifica do Aero Clube ascendi à Torre Eifell e a rodeei sem nenhuma dificuldade. Na volta, entretanto, o vento forte, mas que não conseguia impedir o vôo de minha aeronave, obrigou-me a descer sobre as árvores do bonito parque do Barão de Rotschild. Tive que desmontar tudo. Com pressa e precaução, a fim de voltar ao balão e concorrer novamente ao premio. Nesse dia eu me levantei a uma hora da madrugada, para fiscalizar a produção do hidrogênio, fiel ao provérbio do meu país: Quem quer, vai; quem não quer, manda.”
“O dia acabava e eu, ali, firme, ao lado de meu balão, apesar da fome. Com alegria, vi que alguém se aproximava. Era um empregado da condessa d’Eu, vizinha do Barão de Rotschild. Ela estava me mandando um lanche delicioso, acompanhado de uma carta encantadora. (...) Mandou-me ainda uma medalhinha, que deveria colocar no punho, em minhas perigosas ascensões. Essa medalha nunca mais me abandonou.”
“Pronto o balão, voltei à experiência. (...) Contornei, mais uma vez, a Torre Eifell. Um segundo acidente aconteceu sobre o Trocadero: o aparelho, descendo rapidamente, chocou-se contra um prédio, ficando completamente destruído.” “De todas as partes, chegavam conselhos. Queriam que eu desistisse de minhas experiências, porque seria inevitável uma desgraça. Eu respondia apenas: - Daqui a três semanas.... recomeçarei.”
. “Logo construí outro balão, maior e com um motor mais possante. Era o nº 6. Ficou pronto em três semanas. No dia 19 de outubro, ao meio dia, contornei a Torre Eifell, a uma altura de 250 metros, sobre uma multidão entusiasmada, que me esperava no hipódromo d’Auteuil, onde havia corridas. A ovação chegou a ser delirante. Tinha previsto, para o percurso, 29 minutos e meio. A velocidade do aparelho foi tão grande, porém, que ultrapassei o ponto de chegada. Por esse motivo, aterrei 31 minutos depois da minha partida, pois não podia descer nem diminuir a velocidade da aeronave. Algumas pessoas queriam que esse fosse o tempo oficial gasto por mim. Seguiu-se forte polêmica, mas o julgamento me foi favorável. A comissão entregou-me o premio, que subiu a 120 mil francos. Dei 50 mil para meu mecânico e os operários que me haviam auxiliado e os restantes 70 mil a 1950 pobres de Paris, entregues pelo prefeito de polícia, M.Lépine. Tinha previsto cinco anos para chegar onde estava. Porém, só dois anos se passaram.”
. Sobre o surgimento do primeiro aeroplano, Dumont assim falou: “Fiquei dormindo, como se dizia, depois. Só reapareci três anos mais tarde, em julho de 1906, no campo de Bagatelle, com meu primeiro aeroplano. – Por que não o construí antes? – pode perguntar o leitor. – Porque o inventor progride lentamente.”
O genial inventor explica que se dedicara ao estudo do motor a gasolina. E registra a grande alegria que sentiu ao ser, novamente, convidado pelo Aero Clube para uma experiência de voo.
“Uma sensação. Meu aeroplano tinha dez metros de comprimento, 12 de envergadura, 80 de superfície total. Pesava 180 quilos e voava com um motor de 24 HP. Era um enorme biplano. A princípio, o aeroplano era suspenso por um balão, o último que construí, o nº 11. As manobras eram feitas na Bagatelle. Logo depois achei que podia dispensar esse conjunto híbrido, mas no primeiro vôo perdi a direção e cai. Alguns classificaram esse primeiro vôo de salto, por causa da queda...”
“Consertei o aparelho e nele fiz modificações, repetindo o treinamento de Bagatelle durante algumas semanas, até que, em 23 de outubro de 1906, perante a comissão cientifica do Aero Clube e uma impressionante multidão, consegui fazer um vôo de 250 metros. Esse vôo confirmou completamente a possibilidade de solução para o problema na navegação aérea.”
. Em seu histórico depoimento, Santos Dumond coloca nos justos termos a participação dos Irmãos Wright na conquista do espaço. “No ano seguinte, Farman realizou voos célebres. Depois dele, Bleriot. Somente dois anos mais tarde, os irmãos Wright fizeram experiências públicas.”
. Santos Dumont, no depoimento, acentua que o “Demoiselle”, foi a mais popular de suas aeronaves. “A Demoiselle, três vezes menor do que o 14-Bis, tinha 14 metros quadrados na superfície das asas. Voei nele todos os dias durante um ano e, por isso, ficou sendo o mais popular dos meus aparelhos.”
. O genial brasileiro alude à concretização de seus sonhos. “Trabalhei terrivelmente dez anos, até conseguir minha carta de piloto de monoplano. Possuía, assim, todos os diplomas concedidos pela Federação Aeronáutica Internacional. Mas estava cansado, muito cansado mesmo. Disse, então, aos meus amigos, minha intenção de encerrar minha carreira de homem do ar, mas tenho seguido, com a maior atenção, os progressos extraordinários da aeronáutica. É com grande ternura que os contemplo pois assisto à realização dos meus sonhos.”
* Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)
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