*Cesar Vanucci
“Temo por guerra civil”.(Embaixador
Celso Amorim)
Decorridas
duas semanas da eleição, Brasil, México e Colômbia continuam à espera das atas
autenticadas prometidas por Maduro. Bem avaliadas as circunstâncias, vão
esperar sentados, como se diz em papo de rua.
O
caudilho de Mira Flores não tem como atender a exigência. Já chegou a limite
insuportável em sua habilidade de engabelação. E, convenhamos, trazer a público,
a esta altura do campeonato, algum documento forjado é despudor demasiado, até mesmo
para o dito cujo.
De
outra parte, o prazo para as “explicações” não pode estender-se
indefinidamente. O elástico da tolerância já foi espichado demais da conta. O
Brasil e parceiros dessa demanda, apoiada por numerosas nações do bloco
democrático terão que assumir com brevidade, posição formal de distanciamento
do personagem que controla com punhos de ferro a desditosa Venezuela destes dias.
Recriminado com veemência pelas lideranças democráticas, por conta de seus
gestos de desrespeito flagrante e cruel aos adversários políticos e à vontade
soberana de seu povo demonstrada nas urnas, o déspota conseguiu a façanha de
produzir formidanda crise numa versão política com timbre de “samba do crioulo
doido”. Pois não é de se ver que das críticas no plano interno ao seu
desvairado comportamento participa também o próprio partido comunista
venezuelano! E o que não dizer da incrível alegação por ele formulada pouco
depois da açodada proclamação de sua “insofismável vitória”, de que o processo
da apuração de votos sofreu violento ataque de “hackers”, provindo de onde
mesmo? Da Macedônia do Norte, como “explicou”, com a cara mais deslavada.
Seja
ressaltado que a fraude eleitoral por ele perpetrada recebeu manifestações de
apoio, no concerto mundial exclusivamente de países onde predominam regimes
autoritários, a saber: Rússia, China, Cuba, Nicarágua, Turquia, Irã, Arábia
Saudita, Emirados Árabes, Coreia do Norte. E agora? O que vem adiante? Aventada,
por traquejados analistas da cena geopolítica, como saída diplomática para o
impasse, a hipótese de um novo pleito, monitorado pela ONU e OEA, afigura-se de
quase impossível efetivação.
A
explosiva encrenca venezuelana ainda está longe do epilogo. A balburdia
provocada pelos atos antidemocráticos de Nicolás, prendendo e matando
adversários, cerceando as liberdades, afrontando os direitos humanos, os atos
do caudilho- repita-se - somados à confusão das atas vaticinam tempos bastante conturbados para o país
vizinho com consequências desagradáveis para todo o continente americano.
2) Ditadura
- A ditadura da Nicarágua, comandada por Daniel Ortega, responsável por
toda sorte de violências contra as liberdades públicas e os direitos
fundamentais, agregou mais um desatino aos desmandos continuamente cometidos.
Expulsou a embaixadora brasileira no país sob a alegação de que a mesma não
compareceu à comemoração do 40* aniversário de sua chegada ao poder.
Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)