domingo, 21 de maio de 2023

A eternidade de Ary Barroso



                                        
*Cesar Vanucci

“Brasil, meu Brasil brasileiro, terra do samba e do pandeiro, vou cantar-te nos meus versos” (Ary Barroso, Aquarela do Brasil).

 





 Uma audição musical da melhor supimpitude. Cuidei, eu próprio, egoisticamente, de organiza-la para exclusivo enlevo pessoal. Selecionei 32 canções inesquecíveis do repertório, de mais de 300 composições, do genialíssimo Ary Barroso. Juntei mais 13 melodias da lavra do magnífico Antônio Carlos Jobim. Passei um fim de semana inteiro em estado de puro encantamento, como é fácil imaginar.

 Se os sons musicais conseguem habitualmente conduzir as pessoas a páramos de puro deleite, a música desses dois aí é capaz de provocar arrebatamento que roça o êxtase.

 As interpretações de Jobim foram feitas por uma cantora portuguesa excepcional: Carminho, quem não a conhece, não sabe o que está perdendo, com saboroso sotaque, Maria do Carmo Carvalho Rebelo Andrade (seu nome completo), fadista consagrada, descobriu jeito todo especial, personalíssimo com leves toques dramáticos de espalhar os  harmoniosos acordes Jobinianos.

 As de Barroso são de cantores e conjuntos musicais variados, de diferentes épocas. Entre eles os inigualáveis Silvio Caldas e Carmen Miranda.

 Mais do que tristeza, fica uma indignação ao constatar, sobretudo após a imersão melódica reportada que a fabulosa obra de Ary Barroso, autentico  gênio da raça, esteja hoje, de certo modo, clamorosamente, encoberta pelas névoas do esquecimento, nas programações das TVs e rádios, nos espetáculos musicais que agregam grandes públicos. A “Aquarela do Brasil”, uma espécie de segundo hino brasileiro, ainda é ouvida com alguma frequência, mas, o restante das maravilhosas canções lançadas por Ary, mineiro de Ubá, por qual motivo não são divulgadas com a intensidade que fazem por merecer?

 Não vacilo em proclamar que numa eventual lista das 50 mais belas músicas do cancioneiro popular brasileiro, pelo menos a metade sairia do acervo deste autor, que soube melhor do que ninguém cantar as belezas e os valores de seu país.

 Ary Barroso figura obrigatoriamente entre os maiores compositores universais de todos os tempos. Criou tanta coisa bonita que talvez não seja exagero imaginar que seu repertório possa ser cantado, solfejado, cantarolado, assobiado, o tempo todo sem interrupções e sem que finde, de um ponto ao outro, numa viagem que se passa entre Belo horizonte e Ubá.

1986: Revoada de óvnis

 



                                                                                             * Cesar Vanucci

 

“Estou convencido de que haverá um contato entre nossa Humanidade e alguma civilização extraterrestre”. (Brig. Moreira Lima, ex-comandante da FAB).  

 

 Trago hoje, como prometido, relato sobre a revoada dos óvnis nos céus brasileiros. Ocorreu entre Brasília, São Paulo, Minas, Rio e Goiás.

Pilotos das esquadrilhas de interceptação da Defesa Aérea, comandantes de aviões de carreira, um ministro de Estado especialista em aviação, aviadores civis a bordo de aeronaves de pequeno porte, técnicos do Sistema de Controle do Tráfego Aéreo figuram como testemunhas das desnorteantes aparições. Os fatos ganharam estrondosa divulgação e a FAB sentiu-se na obrigação de emitir comunicado com explicações detalhadas para outro momento. As explicações demoraram vir a público. Mas a declaração enfática dada tempos depois pelo brigadeiro Moreira Lima, à época Ministro da Aeronáutica, revigorou a certeza de que, “disco-voador é assunto que merece ser tratado com a máxima seriedade”. Entrevistado na extinta Rede Manchete, pela jornalista Rejane Schumann, na presença do ufólogo Marco Antônio Petit, Moreira Lima assinalou, ao lado de outras surpreendentes revelações, estar “convencido de que dentro das próximas décadas haverá um contato entre nossa Humanidade e alguma civilização extraterrestre.”

Reproduzo, na sequencia, trechos de reportagem da UOL, em maio de 2021, contendo palpitantes revelações acerca do extraordinário episódio.

·        - A noite de 19 de maio de 1986 representa um marco na ufologia brasileira. Há 35 anos, acontecia o que ficou conhecida como a "noite oficial dos óvnis", quando 21 objetos não identificados, alguns deles com até 100 metros de diâmetro, foram avistados em diversas rotas aéreas.

 Os registros feitos pela Aeronáutica revelam que esse fenômeno ocorreu em SP, Goiás, RJ, Paraná. (...)

 Uma das coisas mais espantosas era que sempre que um avião se aproximava, as luzes fugiam. Os objetos chegavam a atingir velocidades superiores à do som, e voavam em zigue-zague, algo praticamente impossível a altas velocidades. Além da sólida documentação e do grande número de testemunhos, houve registro nos radares, o que torna todo o mistério envolvendo essas luzes,  mais impressionante.

 O Pesquisador Jackson Luiz Camargo se dedicou ao tema nos últimos anos, e realizou um levantamento com informações além das que já constam nos relatórios oficiais.  O Autor do livro "A Noite Oficial dos UFOs no Brasil", trouxe novas revelações sobre aquela noite .São sete horas de gravação entre os pilotos da Aeronáutica e os centros e torres de controle. Com as informações contidas nos diálogos, Camargo fez um mapa do posicionamento dos objetos, apontando velocidade e deslocamento dos óvnis.  Houve mais desses objetos e em mais regiões além daquelas já registradas. Em Minas Gerais, há registros de avistamentos dessas luzes por moradores de Araxá e Uberlândia, por exemplo. Piloto que sobrevoava a região relatou que um dos óvnis voou na direção de seu avião, o que lhe causou grande susto. Camargo também apurou que, no mesmo período, caças do Uruguai perseguiram objetos luminosos pelos céus do país.   

 Sobre o tamanho dos objetos, eles chegariam a cem metros de diâmetro.  A informação foi constituída a partir dos dados de radar fornecidos pelos pilotos de caças da FAB. Esse tamanho é maior que o dos aviões Boeing 747 e Airbus A380, alguns dos maiores aviões de passageiros do mundo. "Ainda hoje não tem nenhuma aeronave que consiga reproduzir as manobras que foram documentadas naquela noite. O que a gente pode dizer é que esses objetos não são tecnologia terrestre, de nações da terra", diz Camargo.

 


Temos ai mais um indicio eloquente de que não estamos, a humanidade deste conturbado planeta azul, uma ilhota perdida num infinito oceano, sós no Universo.

                        Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

A oitava maravilha do mundo

          

                                                      

*Cesar Vanucci

                           “Um grande mistério petrificado.”

                                                                                                              (Jacques de Lacretelli)

 

 

De volta ao Peru. É lá mesmo que os investigadores dos chamados fenômenos insólitos tropeçam, a cada momento, com alguns dos enigmas mais perturbadores deste nosso planeta azul. O foco de nossas atenções irá se concentrar agora em Machu Picchu, considerada a “oitava maravilha do mundo”.

 

Estamos falando de um prodigioso complexo arquitetônico, erguido (em priscas eras) por toda a extensão, das fraldas à cumeeira, de um imponente maciço montanhoso da deslumbrante Cordilheira dos Andes.  Ninguém consegue explicar com precisão quais foram os recursos técnicos utilizados nas ciclópicas edificações. Para chegar até Machu Picchu a grande maioria dos turistas vale-se do transporte ferroviário. Mas não deixa de ser expressivo o contingente de pessoas, naturalmente dotadas de espírito aventureiro e bom preparo físico, que se embrenha, todos os dias, pelas chamadas trilhas sagradas na direção da “cidade perdida dos Incas”.

 

O trem que a gente pega em Cuzco serpenteia por paisagens de lindeza estonteante. A viagem dura mais ou menos seis horas. Os caminhantes, com seus pendores para o montanhismo, demoram de quatro a seis dias para cobrir a jornada, extenuante, mas repleta de fascínios. Uns e outros, carregando prazerosas emoções, que se vão acumulando na incessante contemplação de cenários de mágica beleza, se defrontam, no final do trajeto, com um espetáculo difícil de descrever em palavras. Machu Picchu esmaga. Extasia. Costuma arrancar lágrimas, quando não soluços. Não há como resistir ao seu encantamento.

 

Alcançamos o topo da montanha, após haver percorrido as diversas plataformas que abrigam incríveis muralhas e áreas presumivelmente dedicadas, em tempos imemoriais, a cultivo agrícola. De onde nos encontramos dá pra avistar um conjunto soberbo de montanhas, várias recobertas de neve. O olhar alcança, também, lá embaixo, quase ao nível da gare ferroviária do sopé da montanha, um fio prateado que avança por interminável desfiladeiro. É o célebre rio Urubamba, que nasce no alto dos Andes, atravessa o Vale dos Reis, onde engenheiros de tempos antiquíssimos represaram-no de forma impecável, de molde a causar espanto e deixar maravilhados seus colegas de profissão dos tempos de agora, indo despejar suas águas, centenas de quilômetros adiante, no Amazonas.

 

Do que está sendo retratado parece emanar um convite indeclinável à genuflexão. O impacto é muito forte. A mente é tomada por fervilhantes reflexões. As interrogações jorram. O que vem a ser, afinal de contas, tudo isso? Quem foram os construtores desse portento de engenharia dir-se-á sobre-humana? Quem habitou Machu Picchu? Quando? Quais – voltamos a perguntar - os recursos tecnológicos empregados na ciclópica empreitada?

 

Admitamos, para argumentar apenas, sejam procedentes as informações de alguns historiadores, que insistem em apresentar os incas dos tempos da colonização como os construtores da cidade. Como entender, a partir daí, que esses mesmos nativos, que somavam, de acordo com historiadores, milhões de criaturas à época da invasão espanhola, executada por uma legião numericamente insignificante de militares-aventureiros, se revelassem tão despreparados militarmente para enfrentar os vorazes e implacáveis conquistadores de suas cidades, terras e riquezas?

 

Foi em julho de 1911 que Hiram Bingham, apontado nos compêndios como “descobridor” dessa maravilha arquitetônica, seguindo roteiro traçado por peruanos conhecedores do complexo incrustado na montanha conhecida por Machu Picchu, divulgou para o mundo, além das fronteiras daquele país andino, a existência das colossais edificações. Nascia ali uma prodigiosa saga, vastamente explorada pelos estudiosos de civilizações desaparecidas, que crivaram o fabuloso achado arqueológico de interpretações as mais variadas e imaginosas, numa disputa que se arrasta até os dias de hoje. Jacques de Lacretelli resume a lendária história de Machu Pucchu numa frase: “Um grande mistério petrificado.”

 

Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

Mensagem do passado

 

  “Os vestígios estão aí. (...) Um desses incríveis e  misteriosos vestígios surgiu em um               deserto peruano (...) nos arredores de Ica.”  

 (J.J.Benitez, jornalista e   escritor espanhol)

 

Quem já andou por aquelas plagas, sabe do que estou falando. O Peru é um espanto. E Ica, lugar rodeado pelas areias brancas e pedregosas do deserto de Ocucaje, merece ser apontada como um espanto dentro do espanto maior. A região adquiriu notoriedade mundial com descobertas assombrosas que ficaram conhecidas como “as pedras gravadas de Ica”. Uma espécie de “biblioteca na pedra”, pode-se dizer.

 

A capacidade investigativa e a perseverança à toda prova de um professor chamado Javier Cabrera Darques, peruano de inquebrantável vontade, colocaram a humanidade inteirada de achado fantástico. Um achado que desafia a argúcia de pesquisadores experimentados e coloca em xeque teorias e teses científicas pacificamente assimiladas no conhecimento consolidado dos homens. Está claro que sobrou para o desassombrado professor uma carga bastante pesada de incompreensões e doestos, como decorrência dos arrojados conceitos que ousou estabelecer à volta das descobertas.

 

A explicação trazida para os milhares de seixos gravados, de tamanhos diferenciados, que Cabrera conseguiu resgatar, de datação antiquíssima, consideravelmente distante dos tempos conhecidos (há quem fale até em milhões de anos), é desnorteante. Tudo aquilo nada mais significaria senão uma espécie de documentação deixada por civilização tecnologicamente avançada, que pretendeu passar para os pósteros a essência de suas experiências de vida.

 

E aí, como é que ficam as coisas? As pedras estampam cenas inacreditáveis do ponto de vista científico. Registram realizações inteligentes produzidas por alguém que dominava saberes incomuns nas áreas da astronomia, da astronáutica, da medicina. Falam das relações desse “alguém” com o meio ambiente, com a terra que povoava, com sua fauna e flora. Divididas em séries, ou capítulos, as pedras gravadas de Ica, no Peru, estão recolhidas em dois museus. Um deles pertencente ao Estado. Outro, mais bem provido de peças, organizado pelo próprio professor Cabrera.

 

Ao contemplarem os enigmáticos registros, as pessoas experimentam emoções fortes, que vão do deslumbramento à perplexidade. As revelações mexem com a cabeça. Revolvem conceitos solidamente enraizados na mente coletiva. Deixam os observadores comovidos. Por mais espantoso que possa parecer, entre as informações assombrosas transmitidas nos seixos existem descrições pormenorizadas acerca de transplantes de órgãos; sobre o código genético; sobre espaçonaves utilizadas em deslocamentos pelo campo azul infinito do céu.

 

Como é que haveremos de nos comportar diante desse recado fabuloso, provavelmente deixado por uma civilização que tomou rumo ignorado, após passagem por este nosso planeta azul? Um dos “capítulos” do documentário das pedras gravadas de Ica alude a uma viagem cósmica de colossais proporções. Seres desconhecidos, à maneira de um êxodo, provocado talvez pela proximidade de grande cataclisma, “anunciam” sua partida com o destino de um ponto qualquer na constelação das Plêiades.

 

O professor Javier Cabrera Darquea, num livro precioso, intitulado “As mensagens gravadas de Ica”, considera que os seixos “explicam, racionalmente, muito mais do que, até o momento, a humanidade atual tem considerado enigmas e fantasias em torno da existência passada do homem.” Vale a pena ler o livro. Vale a pena visitar Ica.



 

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Titicaca e salto do jaguar

 

                                                                       *Cesar Vanucci

 

                                                                        “A quantidade de coisas que chama  a atenção  ajuda o bom senso na pista da explicação.”                                                          (Gotthold Ephraim Lessing, 1729-1781)

 

Vamos dar continuação à nossa incursão por sítios geográficos que representam, com seus marcos indecifráveis, o testemunho vivo do passado misterioso deste planeta azul.

 O lago Titicaca não é bem um lago. É mais uma porção de mar, de grandes proporções, que um colossal deslocamento dos elementos naturais em tempos imemoriais inseriu na acidentada geografia andina. A flora e fauna são típicas de água salgada. Pontilhado de ilhotas, o Titicaca abriga vestígios de civilizações desaparecidas. As famosas fortificações atribuídas aos incas aparecem em diversos pontos. O estilo arquitetônico é o mesmo observado em centenas de sítios arqueológicos dos altiplanos bolivianos e peruanos. Navios turísticos percorrem o trajeto entre um porto boliviano, próximo a La Paz, e o porto peruano de Copacabana, num período de oito horas. Tempo razoável para que se possa admirar o cenário soberbo de um recanto cravejado de lendas e enigmas.

Um dos enigmas, provavelmente o mais atordoante, relaciona-se com a denominação dada a esse mar suspenso. No idioma aymara, falado pelos nativos da região, “titicaca” significa “o salto do jaguar”. Anotou aí? Vamos em frente. Nos anos 60, satélites estadunidenses colheram, a grandes altitudes, imagens do misterioso lago. As fotos deixaram cientistas embasbacados. A configuração do Titicaca é inacreditavelmente, precisamente, a de um jaguar saltando. A indagação irrompe inevitável: explique quem puder, como é que o povo aymara teve acesso a revelação tão estonteante? De quais recursos tecnológicos se teriam valido os ancestrais de Evo Morales, aymara com muito orgulho conforme confessa, para estabelecer essa inconcebível conexão entre o desenho geográfico, captado do alto, e a realidade prosaica de uma cena retirada de seu cotidiano como caçadores?

 Perto do Titicaca existe um “museu antropológico” de priscas eras. Tiahaunaco, a uns 30 quilômetros de La Paz, é uma verdadeira maravilha arqueológica. Menos procurado do que outros sítios famosos dos Andes, como Machu Picchu e todo o conjunto fabuloso de fortificações das imediações de Cuzco (Peru), como Sacsuyaman, Pizac, Ollantaitambo, oferece grandiosidade equivalente a todos eles. No entender de reputados pesquisadores, a construção de Tiahaunaco se situa numa época que antecede em muito aos outros monumentos megalíticos bolivianos e peruanos. Acham até que as grandiosas edificações teriam surgido antes das pirâmides do Egito e do México.

 A fabulosa “porta do Sol”, com incríveis frisos e imagens, focalizada em numerosas obras dedicadas à arqueologia e ao estudo de fenômenos transcendentes, é uma das manifestações arquitetônicas impactantes do lugar. Das escavações emergiu também uma cidadela impressionante, menos conhecida. Com a dimensão de quarteirão urbano amplo, é constituída de pátios espaçosos e rodeada de colunatas. Na parte externa, esculpidas na rocha, aparecem incontáveis efígies com características anatômicas humanas. Entre uma efígie e outra há sempre uma diferenciação morfológica. Um rosto achatado ali, um nariz pontiagudo aqui, uma orelha abanada adiante, um terceiro olho na testa noutro desenho, tudo trabalhado com requinte artístico. Na interpretação de alguns arqueólogos, o que vem projetado é um culto de povos primitivos aos seus deuses... Já as lendas aymaras falam de coisa bem diferente. A cidadela seria uma espécie de museu antropológico. As imagens retratariam seres representativos de civilizações que, em tempos recuados da história, povoaram aquelas bandas misteriosas de nosso planeta.

 Tem mais: os monumentos de Tiahuanaco pertenceriam, por suas características, a um instante da arquitetura diverso de outros monumentos, nos Andes, atribuídos ao engenho e arte da decantada civilização inca.

 

                     Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

Enigmas de um planeta azul

 



 

                     ·        Cesar Vanucci

 

“Creio que fazemos parte de alguma coisa.” (Charles Fort, autor do “Livro dos Danados”)

 

Os enigmas são muitos. Estão em todos os cantos. Fora e dentro deste planeta azul. Acompanham a trajetória humana desde o começo dos tempos. Sugerem que a história deva ser dividida em dois tempos distintos. Os tempos conhecidos e os tempos desconhecidos. Falam, sim, de civilizações anteriores à nossa. Atiçam a imaginação das pessoas, estimulando-as a refletirem um pouco mais sobre a origem, o destino, a vocação da espécie. Egito, México, China, Índia, Camboja, Peru, Guatemala, Bolívia, Tibete exibem, para embevecimento e perplexidade geral, vestígios extraordinários, indecifráveis, insólitos, inexplicáveis de realidades de vida que teriam sido deixadas pra traz, não se sabe bem por quem, nem quando.

 Vou falar, aqui, por etapas, de alguns desses enigmas. Algumas poucas informações colhidas na condição de repórter interessado em temas ligados ao chamado Realismo Fantástico. Fruto de leituras e de visitas a lugares marcados por lendas e mistérios, onde a gente costuma se deparar sempre com mais perguntas a fazer do que com respostas a dar. Isso, por sinal, conduz ao Milan Kundera, autor da “Insustentável leveza do ser”, um belo livro que teve o mérito de inspirar, há tempos, um belo filme. As perguntas sem resposta, lembra-nos o autor, fixam o limite preciso da capacidade humana para conseguir entender o que rola ao redor.

Conto, em seguida, uma historieta que poderia intitular de “O “Brazil” dos fenícios”. Convido todos para uma chegadinha até o fabuloso museu do Vaticano. Este museu é depositário de uma sabedoria que remonta ao fundo dos tempos. Pesquisadores de alta reputação sustentam, com fervorosa convicção, que a liberação, para estudos, da volumosa documentação ali reunida poderia levar estudiosos nos diversos campos da ciência a revelações estonteantes sobre a fascinante aventura humana. Revelações que, provavelmente, concorreriam para alterar, de modo visceral, muitos conceitos consolidados da história.

Na mapoteca do museu, o visitante dá de cara, em dado momento, com uma amostra expressiva – que nos toca mais de perto, aos brasileiros – das tais revelações instigantes que se imagina existirem em profusão nos preciosos guardados milenares da instituição. Trata-se de um mapa de, aproximadamente, dois metros de comprimento por metro e meio de largura. O mapa estampa, com absoluta nitidez, os contornos litorâneos brasileiros. Tudo muito preciso, a começar do desenho correspondente a essa maravilha ecológica conhecida em nossos tempos pela denominação de arquipélago de Fernando de Noronha. Só que tem uma coisa pra lá de desnorteante. O mapa é datado de 1506. Isso mesmo! Peraí, teria sido elaborado por ignotos e diligentes cartógrafos seis anos após a chegada das naus de Pedro Álvares Cabral a Porto Seguro? Mais um dado perturbador. O nome “Brazil” (com “z” mesmo) está registrado na peça. Mas como? Na época – não é o que se conta nos livros de história? - ninguém, entre os descobridores, cogitou de dar à imensa e dadivosa terra incorporada aos domínios portugueses tal denominação! Ao enigma junta-se outra inesperada informação. É extraída de um livro que relata coisas que teriam acontecido em tempos sem registros na história dos homens. Os fenícios percorreram com assiduidade, há milênios, estas nossas vastidões territoriais descobertas em 1500. Batizaram então as terras visitadas com o nome de “Brazil”. A expressão, em seu idioma, quer dizer “terra do minério de ferro”.


Mentiras Cartográficas

 



                                                                                           *Cesar Vanucci

 

                                                                                                           "O mapa mente!"

                                                                                                 (Eduardo Galeano, escritor uruguaio)

  Confesso, honestamente, que nunca, jamais, em tempo algum, passou-me de leve pelo bestunto a estapafúrdia ideia de que o mapa-múndi utilizado em consultas, desde os começos escolares, seja inexato, incorreto nas proporções, oferecendo uma noção falsa, superavaliada, da grandeza geográfica dos países do chamado primeiro mundo. Provocado pelo que conta a respeito Eduardo Galeano no livro "De pernas pro ar – a Escola do mundo ao avesso", resolvi conferir e acabei me certificando, arregalado de espanto, que a revelação, denúncia, ou o que quer que seja a informação transmitida pelo escritor uruguaio, está absolutamente certa. A linha do equador não atravessa, realmente, a metade do mapa-múndi, como aprendemos na escola. O rei da geografia, como diz Galeano, está nu. E não é que isso já havia sido constatado, na moita, debaixo de silêncio sepulcral, há mais de meio século, por um cientista alemão de nome Arno Peters?

 

Mas o mais adequado nas circunstâncias é deixar a palavra escorrer pela boca do próprio escritor: "O mapa-múndi que nos ensinaram dá dois terços para o norte e um terço para o sul. (...) A Europa é mais extensa do que a América Latina, embora, na verdade, a América Latina tenha o dobro da superfície da Europa. A Índia parece menor do que a Escandinávia, embora seja três vezes maior.

 

Os Estados Unidos e o Canadá, no mapa, ocupam mais espaço do que a África, embora correspondam apenas a duas terças partes do território africano.”

 

Adotando-se a mesma perspectiva da análise de Galeano, dá pra ver que a configuração do Brasil, detentor da quarta ou quinta maior extensão territorial entre os demais países, está igualmente desproporcional no atlas.

 

Isso posto, qual a razão dessa desconcertante distorção da geografia e da história, há tantos anos ignorada ou tolerada? Galeano não deixa por menos: "O mapa mente! A geografia tradicional rouba o espaço, assim como a economia imperial rouba a riqueza, a história oficial rouba a memória e a cultura formal rouba a palavra.". Ele está a falar de um processo espoliativo incessante que tem como alvo os países do hemisfério sul. Um processo, como sabido e notório, inclemente do ponto de vista econômico e social com relação ao chamado mundo subdesenvolvido, vez por outra apelidado de terceiro mundo, onde se costuma aplicar também a classificação de "emergentes", a critério dos "donos do planeta", a um que outro país provido de potencialidades impossíveis de passarem, o tempo todo, despercebidas aos olhares mundiais.

Essa cabulosa história do atlas mundial mutilado deixa-nos com aquela mesma sensação de insuportável desconforto trazida, tempos atrás, pela revelação de que alguns livros didáticos em escolas de ensino fundamental nos Estados Unidos mostram a Amazônia brasileira como região sob controle internacional. Uma coisa parece ter tudo a ver com a outra coisa. O inacreditável, imoral e ilegal redimensionamento cartográfico há que ser visto como um instrumento a mais de irradiação de mensagens subliminares insistentes com propósitos que deixam sob ameaça, em seus direitos, sua cultura, soberania e integridade, os países da banda de cá do equador. Essa a leitura a extrair dos fatos. Melhor dizendo, dos mapas.

 

jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

Roswell e fábula do besouro

 


                                  

Os discos não existem, mas continuam voando” (Brigadeiro Guedes Muniz, num encontro de Oficiais- Generais, em novembro de 1954)

 

 Nos artigos precedentes acerca do célebre “Incidente em Roswell” um marco histórico na crônica ufológica mundial. Aludimos ao significativo testemunho do médico Marcel Jr, filho do oficial Jesse Marcel, da Inteligência da Força Aérea Americana, personagem central da extraordinária ocorrência. Como já explicado, o filho do militar, ainda garoto em julho de 1947, confirmou o espantoso achado, pelos militares, num rancho localizado no deserto do Novo México, próximo à Base Aérea de Roswell. O achado em questão eram destroços de uma nave tripulada por estranhos seres de origem supostamente extraterrestre. O oficial levou para casa, mostrando aos familiares, fragmentos do material encontrado, uma liga metálica diferente de tudo quanto à tecnologia humana é capaz de conceber. Os fragmentos ostentavam insígnias desconhecidas. Até a sua morte em 2013, Jesse Marcel Jr. que ingressou na Marinha Americana, logrando alcançar a patente de Coronel, sustentou, inclusive em livro, a versão de que seu pai viu-se forçado, pelos superiores hierárquicos, a desmentir o comunicado inicial emitido em julho de 1947, sobre o conteúdo verdadeiro do material recolhido no rancho.  John Marcel, neto de Jesse Marcel, foi outro membro da família que adquiriu notoriedade como divulgador da história verdadeira, sem retoques e sem ludíbrios do acontecido. Como já contamos anteriormente, gravamos a mais de 20 anos, uma entrevista com Jesse Marcel Jr, levando-a ao ar no antigo CBH (Canal Belo Horizonte) no programa “Realismo Fantástico” ( que acumulou quase 400 apresentações sobre temas na linha exotérica). No depoimento, ele coloca tudo “em pratos limpos”, desfazendo a farsa do “balão metrológico”.

 

As circunstâncias que rodeiam o episódio de Roswell  atestam gigantesco empenho de alguns círculos superiores da cúpula da governança mundial em ocultarem da opinião pública a história real dos “discos voadores”.  Em que pesem os tremendos embaraços e obstáculos criados para eclipsar casos ufológicos de autenticidade comprovada, revelam-se bem numerosas as vozes poderosas e qualificadas que se contrapõe a esse negocionismo persistente quanto ao que veem acontecendo em escala crescente mundo afora.   

 

 Ocupo-me na sequência, ainda deambulando pelas paragens utilizadas pelos Óvnis em suas insólitas aparições, da fábula do besouro, contada pelo Brigadeiro Guedes Muniz. Como salientado pratrazmente, o Brigadeiro num encontro na Escola Superior de Guerra, por ocasião de  momentosa palestra do então Coronel João Adil de Oliveira, Chefe do Estado-Maior da FABE, reforçou os argumentos em favor da existência dos artefatos aéreos de origem não terrestre. Esta, a fábula: Caso é que os melhores especialistas em aeronáutica no mundo inteiro foram convocados a participar de um encontro com o fito de estudar a complexidade do sistema de voo do besouro. Examinaram com afinco a forma aerodinâmica do inseto, considerada tremendamente errada; sua superfície alar, espantosamente deficiente; sua potência para decolagem, reconhecidamente impossível. Depois de infinitos cálculos e demonstrações científicas exaustivas, chegaram à inabalável conclusão de que o besouro não tem condições, definitivamente, de voar. Mas como não se interessasse pelo conclave, não se inteirasse de suas doutas conclusões e nem, tampouco, acompanhe as notícias dos Jornais, o besouro continuou a voar. Com os “discos”, segundo o Brigadeiro, acontece o mesmo. Eles não existem, mas continuam voando.

 

 Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

A SAGA LANDELL MOURA

O instinto belicoso do bicho-homem

                                                                                                     *Cesar Vanucci Faço um premente a...