domingo, 22 de outubro de 2023

Fala do Presidente na ONU.

 

“A Agenda 30 pode resultar em fracasso” (Presidente Lula na ONU)

 

Fala de Estadista.

“Foi um discurso brilhante” reconheceu o adversário Ciro Gomes, de forma republicana, embora oferecendo críticas à conduta política e administrativa de Lula.

O pronunciamento do presidente da república, na abertura da Assembleia Geral da ONU, alcançou simpática ressonância na comunidade das Nações e mídia internacional. A plateia do solene evento, constituída de Chefes de Estado de mais de uma centena de países, aplaudiu com incomum vibração as palavras proferidas. Para alguns observadores a manifestação teria sido magistral, não houvesse a relutância de Lula, outra vez mais, em admitir que a estúpida guerra da Ucrânia foi desencadeada por culpa da invasão imperialista russa.

As clamorosas desigualdades sociais, as agressões ambientais, as ameaças à Democracia, o flagelo da fome, foram entre outras candentes questões, focalizadas com propriedade na alocução. Disse Lula: “ A comunidade internacional está mergulhada em um turbilhão de crises múltiplas e simultâneas: a pandemia da Covid-19; a crise climática; e a insegurança alimentar e energética ampliadas por crescentes tensões geopolíticas.”

Afirma, mais adiante, o mandatário brasileiro: “O racismo, a intolerância e a xenofobia se alastraram, incentivadas por novas tecnologias criadas supostamente para nos aproximar. Se tivéssemos que resumir em uma única palavra esses desafios, ela seria desigualdade.”

Há, no importante discurso, um comentário incisivo sobre a alardeada “Agenda 30”, instituída pelas Nações Unidas.

Argumenta o Presidente:  “A mais ampla e mais ambiciosa ação coletiva da ONU voltada para o desenvolvimento – a Agenda 30 – pode se transformar no seu maior fracasso. Estamos na metade do período de implementação e ainda distantes das metas definidas. A maior parte dos objetivos de desenvolvimento sustentável caminha em ritmo lento.”

Prosseguindo, em tom veemente, conclama as nações a uma retomada de consciência das graves responsabilidades afetas a todas elas. Enfatiza:

“O imperativo moral e político de erradicar a pobreza e acabar com a fome parece estar anestesiado. Nesses sete anos que nos restam, a redução das desigualdades dentro dos países e entre eles deveria se tornar o objetivo-síntese da Agenda 30.

Reduzir as desigualdades dentro dos países requer incluir os pobres nos orçamentos nacionais e fazer os ricos pagarem impostos proporcionais ao seu patrimônio.”

Lula expõem os propósitos do governo brasileiro: No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, de maneira integrada e indivisível. Queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um décimo oitavo objetivo que adotaremos voluntariamente. Lançamos o plano Brasil sem Fome, que vai reunir uma série de iniciativas para reduzir a pobreza e a insegurança alimentar. Entre elas, está o Bolsa Família, que se tornou referência mundial em programas de transferência de renda para famílias que mantêm suas crianças vacinadas e na escola.”

Noutro trecho do discurso, o Presidente reitera a disposição de trabalhar com denodo em favor de causas humanitárias alvejadas pelos preconceitos e discriminações. Alinha itens significativos das políticas públicas que espera poder implantar por inteiro em sua gestão. Registra: “Inspirados na brasileira Bertha Lutz, pioneira na defesa da igualdade de gênero na Carta da ONU, aprovamos a lei que torna obrigatória a igualdade salarial entre mulheres e homens no exercício da mesma função. Combateremos o feminicídio e todas as formas de violência contra as mulheres. Seremos rigorosos na defesa dos direitos de grupos LGBTQI+ e pessoas com deficiência. Resgatamos a participação social como ferramenta estratégica para a execução de políticas públicas.”

O pronunciamento de Lula faz jus a outras considerações.



                                                                        Cesar Vanucci

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