domingo, 22 de outubro de 2023

Resgate das tradições humanistas

 

 

“A emergência climática torna urgente uma correção de rumos” (Presidente Lula)

O esplêndido discurso do Presidente Lula na ONU atraiu atenções de importantes órgãos da imprensa internacional. Assim se expressou a respeito o The New York Times: “O pronunciamento de Luiz Inácio Lula da Silva marcou sua posição como figura global influente e trouxe relevantes questões internacionais para o centro do debate político mundial.” O mesmo jornal revela que o discurso teve enorme repercussão nas redes sociais, sendo o sétimo assunto mais comentado globalmente no Witter. Já o Diário de Notícias, de Portugal, classificou a fala de histórica, pela abordagem de temas como a fome e desigualdades sociais, a emergência climática e a necessidade de reformas no relacionamento das grandes potências com o resto do mundo.

Estas foram, a propósito as palavras de Lula ao focalizar a questão das mudanças climáticas: “Agir contra a mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas”. (...) A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implementação do que já foi acordado.

Não é por outra razão que falamos em responsabilidades comuns, mas diferenciadas”.

 

Noutro ponto da manifestação, Lula refere-se ao que o Brasil vem fazendo no enfrentamento do problema: “Vamos provar de novo que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível”. Estamos na vanguarda da transição energética, e nossa matriz já é uma das mais limpas do mundo.

87% da nossa energia elétrica provem de fontes limpas e renováveis.

A geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel cresce a cada ano.

É enorme o potencial de produção de hidrogênio verde.

Com o Plano de Transformação Ecológica, apostaremos na industrialização e infraestrutura sustentáveis.”

A Amazônia mereceu registro enfático no pronunciamento: “Ao longo dos últimos oito meses, o desmatamento na Amazônia brasileira já foi reduzido em 48%.

O mundo inteiro sempre falou da Amazônia. Agora, a Amazônia está falando por si.”

Lembrou ainda que: “Sem a mobilização de recursos financeiros e tecnológicos não há como implementar o que decidimos no Acordo de Paris e no Marco Global da Biodiversidade”. Aludiu também à promessa dos países desenvolvidos de destinarem 100 bilhões de dólares – anuais – para os países em desenvolvimento, até hoje não materializada.

Lula criticou os critérios que norteiam a distribuição de recursos feita por organismos internacionais. Deu como exemplo o fato de o FMI haver carreado, ano passado, para a Europa, investimentos de 160 bilhões de dólares e de apenas 34 bilhões para a África.

Lamentando que as bases de uma nova e necessária governança econômica ainda não tenham sido lançadas, o chefe do governo brasileiro explicou que o BRICS surgiu na esteira desse imobilismo, e constitui uma plataforma estratégica para promover a cooperação entre países emergentes. Defendeu modelo de um comércio global mais justo num contexto de grave crise do multilateralismo.

Salientou que, o desemprego e a precarização do trabalho minaram a confiança das pessoas em tempos melhores, em especial os jovens.

 

Considerou significativo que haja por parte dos governos ruptura com a dissonância cada vez maior entre a “voz dos mercados” e a “voz das ruas”.

“O neoliberalismo – aduziu Lula - agravou a desigualdade econômica e política que hoje assola as democracias”. Disse mais: “Seu legado é uma massa de deserdados e excluídos. Em meio aos seus escombros surgem aventureiros (...) que negam a política e vendem soluções tão fáceis quanto equivocadas.”

O Presidente louvou entusiasticamente a excelência da democracia e repudiou todas as formas de autoritarismo, anotou também, como clamorosa evidência das desigualdades, que os 10 maiores bilionários possuem mais riqueza que os 40% mais pobres da humanidade.

Conclamou as lideranças mundiais a promoverem ações que permitam à ONU “resgatar as melhores tradições humanistas” que inspiraram sua criação.

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