*Cesar
Vanucci
“O alvo
era minar a confiança na democracia, fabricar o ‘clamor popular’ e legitimar o
golpe”. (Jornalista Mirian
Leitão, sobre o inquérito da PF).
Deu mesmo a louca nos arraiais golpistas. Já
quase soterrados pela avalancha de provas levantadas pelo inquérito da PF, os
implicados na trama antidemocrática socorrem-se de estapafúrdios argumentos
para explicar o inexplicável. A tal historia: Tinha cara de leão, juba de leão,
garra de leão, cauda de leão, dentes de leão, focinho de leão, pelo de leão,
jeito de leão, apetite de leão, rugido de leão, mas não era leão. Noutras
palavras: tinha jeito de golpe, cheiro de golpe, sabor de golpe, formato de
golpe, minutas de golpe, aspecto de golpe, plano de golpe, núcleos de golpe, estrutura
de golpe, mas não era golpe...
A linha de raciocínio seguida pelos
indiciados, na tentativa de se defenderem, chega a ser tosca, pra dizer o
mínimo. É de jeito a cobrir de rubor o semblante de uma efígie de pedra sabão,
quanto mais as caras de pau da patota sediciosa. A conclusão do relatório da PF impacta: “Os elementos de prova obtidos ao longo da
investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da
República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma
direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que
objetivava a concretização de um golpe de Estado e da abolição do Estado
democrático de Direito”. A PF registra também que o golpe só não se consumou em sua integralidade
por circunstâncias alheias à vontade de Bolsonaro, no caso a posição resoluta dos
comandantes do Exército e da Aeronáutica, que permanecerem fiéis aos valores
que regem o Estado democrático, não cedendo às pressões palacianas.
Vamos e convenhamos, sustentar,
à claridade solar, a marota tese de que todo este colosso de evidencias
conspiratórias, compreendendo até assassinatos de autoridades, haja sido
concebido em rigorosa sintonia com os marcos legais das “quatro linhas”
constitucionais é zombar demais da conta da credulidade e inteligência da gente
do povo. A opinião pública brasileira aguarda, ansiosa, os capítulos vindouros
dessa trama sinistra.
A jornalista Mirian Leitão acerta
em cheio no alvo ao resumir esplendidamente a historia cabulosa que o Brasil
inteiro, em estado de perplexidade, está vivenciando: “A mentira era o primeiro pilar. O alvo era minar a confiança na
democracia, fabricar o ‘clamor popular’ e legitimar o golpe”.
2) Acredite se quiser. Difícil acreditar. Uma dessas notícias que
parecem ser fabricadas com a finalidade de confundir, embair as pessoas. Mas,
deploravelmente o fato é real. Acatando proposta do Executivo a Assembleia Legislativa
de SP, por ampla maioria de votos, aprovou reduzir de 3% para 2,5% os gastos
com Educação no território paulista. Isso aí...
Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)
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