quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Vendaval de desatinos

 



 

*Cesar Vanucci

Todo mundo falava, não sei como a policia não agia” 

              (Uma Servidora do TJ-MS)

 



Desatinos à pamparra! No atacado e no varejo.  Cuidemos de conferir.

Do Mato Grosso do Sul – acredite se quiser -, o Tribunal de Justiça quase que inteiro foi indiciado pela PF pelo crime de venda de sentenças. Desembargadores, serventuários da Justiça, advogados, empresários, todo um pessoal tido e havido como cidadãos acima de qualquer suspeita, passaram a adicionar à indumentária vistosas tornozeleiras eletrônicas. O libelo acusatório fala de maracutaias praticadas em alta escala, envolvendo compra de sentenças em processos de interesse da delinquência estruturada em diferentes níveis e múltiplas modalidades. O Conselho Nacional de Justiça, responsável pelas apurações do atordoante esquema, sustenta que levará a questão às derradeiras consequências. A expectativa da sociedade, que se sente injuriada diante da gravíssima ocorrência, se volta para a certeza de uma punição exemplar aos graduados infratores da lei que dela se diziam impertérritos guardiões. E que ao fim e ao cabo de tudo, esgotadas as alternativas recursais inerentes ao direito de defasa, não surja ninguém a propor, como penalidade, o afastamento compulsório dos culpados, “a bem do serviço público com todos os proventos de carreira”...

 

No Rio de Janeiro, outro punhado de desatinos. As autoridades anunciaram ações repressivas de magnitude no desbaratamento de “centrais telefônicas”, via celulares em celas da penitenciaria “Nelson Hungria”. Não existe nenhuma família brasileira que não tenha sido, nalgum momento, molestada pela impiedosa bandidagem organizada com o chamado “disque – extorsão” (simulação de sequestros etc). O sistema que a policia diz estar desfazendo, é operado por diversas quadrilhas, com participação de milhares de detentos, por mais inacreditável que pareça. Noutro lance atemorizante, um batalhão da PM carioca bateu-se em retirada no confronto com membros da facção criminosa do complexo de Israel. A av. Brasil ficou interditada por horas em razão do tiroteio que vitimou 3 inocentes chefes de família a caminho do trabalho. O líder da facção declara-se fervoroso adepto de determinada seita religiosa perseguindo as pessoas no aglomerado que professem outras crenças. Cita versículos bíblicos para “justificar” os malfeitos cometidos. Quase que ao mesmo tempo o maior bicheiro do país foi recolhido à prisão, mais uma vez, acusado de mandante de homicídio. Seu extenso prontuário policial registra delitos de toda ordem, mas ele vem há anos encontrando sempre uma brecha legal para retornar aos negócios escusos em que se acha enredado. Ao noticiar sua ultima detenção, a mídia informou que sua equipe de guarda-costas é composta de 18 elementos, todos eles agentes policiais. Minha nossa!

 

            Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

 

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