*Cesar Vanucci
“O
mundo não é obrigado a aguentar o vale tudo de Elon Musk”.
(Presidente Lula)
Pavel Durov, dirigente
do Telegram, êmulo de Elon Musk nos domínios da comunicação digital, entendeu de
desafiar as leis da França, tal qual vem fazendo com relação ao Brasil o
dirigente do X. A consequência do inadmissível procedimento foi uma ordem
judicial de prisão. Para evitar o desconforto de uma cela em xadrez de Paris, o
dito cujo se viu forçado a desembolsar (em euros) a bagatela de 150 milhões de
reais de modo a que a punição pudesse ser convertida em reclusão domiciliar,
com a obrigação expressa de se apresentar duas vezes por semana ao juizado que
acompanha o caso. Entre as vozes que se ergueram protestando contra a decisão
do judiciário francês, alegando que a liberdade de expressão estava sendo
violentada, duas delas chamaram de modo especial as atenções da mídia e observadores
políticos. Adivinhem quem? Vladimir Putin, presidente da Rússia e Elon Musk.
O Telegram muito popular na
Rússia, já teve sua ação suspensa no Brasil por descumprimento de dispositivos
da nossa legislação. Foi flagrado, a exemplo do antigo Twitter, veiculando propaganda
hostil aos valores democráticos, de conteúdos nazistas, racistas e fake news. A
propósito, teve sua atuação suspensa noutros países, inclusive na Rússia onde já
voltou a operar normalmente.
Os fatos reportados conferem
à momentosa questão dos abusos praticados por plataformas digitais, notadamente
o X na atualidade brasileira, uma dimensão que extrapola a visão acanhada da
minoria de políticos fundamentalistas engajados no esforço de propagar a
errônea ideia de que o STF porta-se como algoz do santo e benemérito magnata
Elon Musk...
Os países democráticos,
desafiados pelas Big Techs vêm estabelecendo normas de regulamentação em suas
operações.
Cabe, agora, trazer ao conhecimento
de quem ainda não sabe outras “proezas” dignas de nota perpetradas pelo cidadão
mencionado. Nos Estados Unidos, onde vive, Musk aliou-se politicamente, no
passado, com os democratas. No governo Barack Obama ganhou polpudos incentivos
financeiros para expandir seus negócios. Trabalhou ativamente pela eleição de
Joe Biden, contrapondo-se a Donald Tramp, a quem acusou de fascista. Sua
militância como politiqueiro barato levou-o, mais recentemente a “virar a
casaca”. Tornou-se aliado de Tramp na corrida presidencial, abrindo fogo
cerrado, em sua plataforma digital contra Kamala Harris e seu vice, Tim Walz, aos quais acusa de estarem a
serviço do comunismo. Ainda outro dia, num arrobo retórico que suscitou, no
meio jornalístico, questionamentos sobre sua saúde mental, andou dizendo que a
candidata democrata a Casa Branca vem insuflando o STF e o Ministro Alexandre de
Moraes no imbróglio presentemente relatado nas manchetes.
É de irritante visibilidade o empenho do
insolente magnata de interferir no processo político brasileiro.
Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)
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