*Cesar Vanucci
“Só a gente sabe
o que preciso enfrentar para chegar até ali".(Rebeca Andrade,principal
medalhista Olímpica brasileira )
Palmas ruidosas, que elas bem merecem! As
mulheres reinaram absolutas no palco olímpico. Assim se avalia a participação brasileira
no grandioso evento esportivo de Paris. Arrebataram a maioria das 20 medalhas,
incluindo-se nos feitos por elas alcançados as 3 de ouro.
A
presença feminina nos jogos olímpicos vem sendo a cada edição ampliada. Este
ano, em nosso caso foi majoritária em relação ao grupo masculino. Na linha do
tempo é de datação relativamente recente. As primeiras Olimpíadas, reza a
Historia, foram realizadas na Grécia antiga, em tempos anteriores ao
cristianismo. Às mulheres era vedado até mesmo assistir as disputas. Em 1896 na
capital grega começou – pode se dizer – a era moderna das Olimpíadas. Já aí, resolveu-se
“conceder-lhes” a mera condição de espectadoras. Houve protestos. O gesto mais retumbante
a respeito foi de uma atleta grega Stamati Revithi, que em desafio aberto
ao mundo esportivo e autoridades, após a maratona oficial percorreu, correndo,
o mesmo trajeto de 40 km da prova masculina. 4 anos após, 1900, nas olimpíadas de
Paris as mulheres puderam concorrer, mas apenas em algumas categorias. “A altruística
permissão” abrangeu tão somente as modalidades de golfe e tênis, sob a alegação
machista de que a fragilidade feminina desaconselhava contatos físicos passiveis
de ocorrerem noutras disputas. Fazendo jus ao se vitoriarem nalguma prova a simples
certificados de participação, medalhas não.
A
inclusão de mulheres nas demais competições foi se processando aos poucos, até
chegarmos aos jogos de Londres (2012) quando finalmente ocorreu a equiparação entre
atletas dois sexos no direito de competir.
A chegada das brasileiras as competições
internacionais só se deu em 1979. Até aquele momento a legislação brasileira
proibia as mulheres de concorrerem em provas esportivas, consoante um decreto-lei
de 1941. Acode-nos à memória velha de guerra um fato assaz curioso: naqueles
idos tempos, futebol feminino era “caso de polícia”. Quem quebrou o tolo
preconceito foram as “meninas de Araguari”. Imaginamos que hoje, já avós
estejam, lá na formosa cidade triangulina, esfregando as mãos de contentamento
com o feito do time liderado por Marta.
A crônica das brasileiras nas Olimpíadas assinala
marco reluzente no ano de 1996, em Atlanta. Foram conquistadas ali medalhas de ouro
e prata no vôlei de praia, prata no basquete e bronze no voleibol. Os lauréis
obtidos representaram para nossas atletas a superação dos desafios que tiveram
de enfrentar para poder ter o direito de competir, treinar e praticar todos
esportes. De lá pra cá outras triunfantes jornadas, como a de agora em Paris,
se sucederam.
Nossas valorosas atletas ajudaram o Brasil a
se tornar potência Olímpica de médio porte. Sua contribuição poderá favorecer, adiante,
quem sabe, a subida de novos degraus no pódio global.
Jornalista
(cantonius1@yahoo.com.br)
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