segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

A que vem Trump?


 

*Cesar Vanucci

“Vou construir uma grande muralha em nossa fronteira.” (Donald Trump)

 

É indisfarçável a ansiedade com que se aguarda, no mundo inteiro, a posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.  Para a legião de partidários e admiradores, sua ascensão, pela segunda vez, ao cargo mais importante do cenário político internacional representa a chegada do “homem providencial”, capacitado para solucionar candentes questões da conturbada atualidade. Para os que discordam dessa retumbante avaliação,  a trajetória do antigo e agora futuro ocupante da Casa Branca produz incertezas, inquietações e, até mesmo, temores. No curso da campanha eleitoral, Trump comprometeu-se a promover a maior deportação em maça de imigrantes já mais vista. Receia-se que um ato dessa natureza possa provocar verdadeira convulsão social, criando litígios, por exemplo, com os vizinhos mexicanos. O sucessor de Biden safou-se, pelo menos por agora, de responder perante a Justiça de seu país pelo crime de incitação de correligionários ao ataque golpista contra o Capitólio, episódio gravíssimo, atentatório às instituições democráticas, que resultou em várias mortes e em sentenças elevadas. Tem-se como certo que fará de tudo para anistiar-se e anistiar seus fanáticos seguidores. Trump criou também expectativas quanto a decisões que ponham fim imediato às guerras no Oriente Médio e Ucrânia. Mas, paralelamente a essa disposição pacifista, andou propalando também a disposição de retomar, na marra, o Canal de Panamá, o que já gerou obviamente ruídos diplomáticos. Falou também em comprar a Groelândia, “boquirrotice” que rendeu compreensível manifestação de desagrado do governo da Dinamarca. Outra promessa de campanha vista com apreensão é a da sobretaxa a ser aplicada a produtos estrangeiros. Tudo isso vai dar ainda muito que falar. A posse, 20 de janeiro está próxima. Esperar pra ver.

 

2)Balburdia - A balbúrdia orçamentária tem que cessar. As determinações do Judiciário precisam ser respeitadas ao pé da letra, se choro nem vela.  Chegada a hora das lideranças do congresso entenderem que vem pegando muito mal, perante a opinião pública a chamada “farra das emendas”. Os artifícios, os subterfúgios, as burlas utilizados com o fito de chutar pra escanteio a transparência e rastreabilidade na aplicação das emendas parlamentares apequenam em muito a imagem do poder legislativo. Dão margem a especulações desairosas que provavelmente não refletem a realidade dos posicionamentos e intenções de todos os autores das propostas de gastos. No que diz respeito à atuação do STF na palpitante questão, faz-se pertinente uma observação: pela relevância que o caso se reveste, a acertada decisão que coloca um “freio de arrumação” na tramitação das emendas deveria ser tomada, não monocraticamente, mas pelo plenário.

 

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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