*Cesar Vanucci
“Vou construir uma grande muralha
em nossa fronteira.” (Donald Trump)
É
indisfarçável a ansiedade com que se aguarda, no mundo inteiro, a posse de
Donald Trump na presidência dos Estados Unidos. Para a legião de partidários e admiradores,
sua ascensão, pela segunda vez, ao cargo mais importante do cenário político
internacional representa a chegada do “homem providencial”, capacitado para
solucionar candentes questões da conturbada atualidade. Para os que discordam dessa
retumbante avaliação, a trajetória do
antigo e agora futuro ocupante da Casa Branca produz incertezas, inquietações
e, até mesmo, temores. No curso da campanha eleitoral, Trump comprometeu-se a
promover a maior deportação em maça de imigrantes já mais vista. Receia-se que
um ato dessa natureza possa provocar verdadeira convulsão social, criando
litígios, por exemplo, com os vizinhos mexicanos. O sucessor de Biden safou-se,
pelo menos por agora, de responder perante a Justiça de seu país pelo crime de
incitação de correligionários ao ataque golpista contra o Capitólio, episódio
gravíssimo, atentatório às instituições democráticas, que resultou em várias
mortes e em sentenças elevadas. Tem-se como certo que fará de tudo para
anistiar-se e anistiar seus fanáticos seguidores. Trump criou também
expectativas quanto a decisões que ponham fim imediato às guerras no Oriente
Médio e Ucrânia. Mas, paralelamente a essa disposição pacifista, andou
propalando também a disposição de retomar, na marra, o Canal de Panamá, o que
já gerou obviamente ruídos diplomáticos. Falou também em comprar a Groelândia,
“boquirrotice” que rendeu compreensível manifestação de desagrado do governo da
Dinamarca. Outra promessa de campanha vista com apreensão é a da sobretaxa a
ser aplicada a produtos estrangeiros. Tudo isso vai dar ainda muito que falar. A
posse, 20 de janeiro está próxima. Esperar pra ver.
2)Balburdia - A balbúrdia orçamentária
tem que cessar. As determinações do Judiciário precisam ser respeitadas ao pé
da letra, se choro nem vela. Chegada a
hora das lideranças do congresso entenderem que vem pegando muito mal, perante
a opinião pública a chamada “farra das emendas”. Os artifícios, os
subterfúgios, as burlas utilizados com o fito de chutar pra escanteio a
transparência e rastreabilidade na aplicação das emendas parlamentares apequenam
em muito a imagem do poder legislativo. Dão margem a especulações desairosas
que provavelmente não refletem a realidade dos posicionamentos e intenções de
todos os autores das propostas de gastos. No que diz respeito à atuação do STF
na palpitante questão, faz-se pertinente uma observação: pela relevância que o
caso se reveste, a acertada decisão que coloca um “freio de arrumação” na
tramitação das emendas deveria ser tomada, não monocraticamente, mas pelo
plenário.
Jornalista
(cantonius1@yahoo.com.br)
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