sexta-feira, 25 de julho de 2025

As maravilhas naturais do Norte de Minas

  

*Cesar Vanucci

“Registro quase indestrutível para a posteridade.” (Escritor, J.A.Fonseca)

 

O Parque Nacional do Peruaçu, com suas 250 cavernas de fulgurantes ilustrações pré-históricas e cânions deslumbrantes, foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade. Remeto o leitor a considerações aqui feitas, 20 anos atrás, sobre a fascinante paisagem entre Montalvânia, Januária, Itacarambi e São João das Missões.  

Antônio Lopo Montalvão – contei na ocasião - foi homem obstinado de ideias arejadas. Não esmoreceu no esforço de colocar a região de Montalvânia, cidade da qual foi fundador, num lugar de relevo no mapa arqueológico, atraindo atenções para investigações científicas no território, inserindo-o na trilha dos grandes enigmas da Historia. O vale oferece aos estudiosos de fenômenos insólitos cenário fantástico. Quem conhece as maravilhas estampadas nas paredes das grutas parte logo para compara-las, em grandiosidade, com a Val Del Mônica, Itália, Tasilli, África e Lascaux, França. Só que tem uma coisa: O Parque não dispõe de infraestrutura adequada para fluxos turísticos.

Produzi, no antigo CBH, reportagens sobre o tema. Exibi filme com imagens captadas por Carlos Alberto Teixeira de Oliveira, ex-presidente do BDMG. Parte das imagens, a exemplo do que pode ser intuído de cenas vistas em Lagoa Santa, suscita interrogações intrigantes sobre o tipo de evento e de mensagem que os artistas das cavernas pretenderam transmitir. Mentes imaginosas não encontram dificuldades em encaixar os registros milenares na linha das especulações propostas por autores como Van Deniken e J.J.Benitez. O que é apontado, por alguns, como um “deus” cultuado por civilização primitiva é interpretado, por outros, como o um astronauta flutuando no espaço. E assim vai...

Montalvão denominava o soberbo conjunto de gravuras em rocha viva de “bíblia de pedra”. Para J.A.Fonseca, autor de livros com foco em temas transcendentes, “os desenhos sugerem mensagens de importantes acontecimentos de passado longínquo, não registradas pela história.” Confessa ainda ter sido tomado de pasmo, sentindo-se “garroteado intelectualmente, diante dos símbolos gravados, em grande profusão, na rocha”. Explica a sensações: é que se encontra ali concentrada “grande quantidade de imagens, em aparente “confusão”, algumas apresentando caracteres humanos, outras zoomorfas, símbolos e formas desconhecidos, como se alguém quisesse guardar um grande mistério, uma história de dor ou de grande apreensão, ou mesmo um manancial de conhecimentos perdidos, para que os homens de uma época futura pudessem resgatá-los.” Fonseca resume as impressões colhidas nas numerosas cavernas numa frase: “marcas espetaculares em pedra bruta, como um registro quase indestrutível para a posteridade.”

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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