*Cesar Vanucci
“Washington é tão violenta quanto Brasília” (Donald
Trump)
1
em recente surto autoritário, Trump decretou estado de emergência em Washington ,
classificando a Capital como uma das cidades mais violentas do mundo equiparável
a Brasília... Deslocou tropas para enfrentar eventuais desordens e abusos que
estariam sendo cometido pelos “sem teto”. A imprensa estadunidense definiu o
ato como despropositado, lembrando que os índices de violência estão bem abaixo
da delirante imaginação do presidente. Surgiu também na avaliação jornalística
a suspeição de que a tresloucada medida objetivou retirar do foco das atenções
a escabrosa narrativa sobre os crimes sexuais praticados pelo magnata, amigo do
Presidente, que cometeu suicídio ou foi suicidado na prisão. A suposta
violência urbana em Washington e Brasília arguida por Trump, talvez
possa ser “explicada” pelas tentativas golpistas cometidas após as eleições que
alijaram do poder, lá e aqui, personagens inconformados com as derrotas sofridas
nas urnas.
2
Não há como não qualificar de alarmante o grau de fanatismo ideológico
introduzido nos elevados escalões governamentais norte americanos da “era
Trump”. O Secretário da Defesa, segundo na hierarquia de comando da maior força
militar do planeta, destacou com louvores, em publicação do Pentágono, a
manifestação de dois clérigos de uma seita religiosa. A manifestação em causa
diz respeito ao “papel de submissão resignada” atribuído à mulher no contexto
bíblico. Segundo os religiosos, pessoas do sexo feminino não devem ocupar
cargos de chefia em qualquer organização, nem tão tampouco votar em eleições.
Vão mais longe ainda: o voto eleitoral deveria ser um único por família,
exercido, naturalmente, pelo homem da casa. Minha nossa! A hipótese desses
“doutos” conceitos derivarem de “cátedra talibã” do Afeganistão não deve ser
descartada...
3
Depois do PIX e do varejo da Rua 25 de Março de São Paulo, Trump aponta também
o Programa do governo brasileiro “Mais médicos” como ameaça aos “respeitáveis interesses” dos EUA.
Em razão disso, noutro incontrolável surto, determinou fossem negados vistos de
entrada em seu país aos conceituados técnicos que conceberam e colocaram em execução
o aplaudido trabalho de interiorização de assistência médica levado a rincões
remotos deste nosso país continental. Cabe sublinhar, com júbilo, que o numero
de médicos que participam do Programa hoje é superior a 30 mil, 86 por cento
deles genuinamente brasileiros. Além dos técnicos foram atingidos também pelas
“sanções” de El Rei, o Ministro Alexandre Padilha, esposa e filha menor. Consta
ainda que o psiquiatra de plantão no Salão Oval da Casa Branca foi quem
conseguiu dissuadir Trump de estender o veto de entrada nos EUA aos vizinhos do
quarteirão onde se acha localizada a moradia do titular da pasta da saúde.
Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário