*Cesar
Vanucci
“A
Av. virou palco de raiva e contradições”(Jornalista Cleber Lourenço)
Dia
7 de setembro de 2025. Festa magna da Nação Brasileira, comemorada com júbilo
em todos os rincões. Em São Paulo, maior Metrópole da America Latina, na
tradicional Av. Paulista, comício reuniu partidários do ex-presidente Bolsonaro,
clamando por sua liberdade. Discursos e palavras de ordem, propagados no mais
alto volume achincalhavam adversários e as Instituições Republicanas, com foco especial
no STF.
Ouvia-se
ali a mesma carga retórica de aleivosias transmitidas, via internet e tribunas,
por seguidores radicais do grupo golpista que neste preciso momento aguarda a
decisão da Justiça pelo atentado contra a Democracia.
Uma
cena insólita, grotesca a mais não poder, deixou os telespectadores atônitos e,
de certa maneira, injuriados. Diante do palanque montado para a passional “discurseira”,
confeccionada sob encomenda para a ocasião, tremulava, garbosa, gigantesca
bandeira (de que país mesmo?) dos Estados Unidos... Não padece dúvida alguma que
a bandeira de uma Nação, como símbolo da cultura, das tradições e do sentimento
de um povo irmão, faz jus sempre a respeito e reverência. Mas, a presença daquela
bandeira ali, naquele lugar, naquela hora, naquela data, destacando-se, pela envergadura,
entre outras bandeiras dos EUA e do Estado de Israel espalhadas no entorno do meeting
, revestiu-se de um significado diferente, impróprio, impertinente, chocante. A
mensagem sub-reptícia que se pretendeu passar, maquiavelicamente, reportou-se a
ofensiva de ameaças e intimidações deflagrada por Donald Trump, contra a
soberania brasileira, alvejando 200 anos de excelente convivência entre dois
países amigos. Escusado anotar que o ocupante da Casa Branca, reconhecidamente
empenhado na hora presente em incompreensíveis ações desagregadoras da ordem
econômica mundial, escolheu o Brasil como um dos alvos preferenciais de sua
irrefreável “catilinária”. Inocultável a circunstância de que em seu repudiável
comportamento tenha sido emprenhado pelos ouvidos por “patriotas” desfalcados
de bom senso e civismo.
Na
Paulista tomada pelo desvario, pela ideia de “ditadura, censura e falta de
liberdade imaginárias”, além do inacreditável episódio da bandeira, ocorreram
outros lances danados de intrigantes, surreais. Um senhor de aparência respeitosa,
com a bíblia numa das mãos e com bandeira de país estrangeiro na outra mão, confessou,
“piedosamente”, a um repórter, que reza fervorosamente, todos os dias, para que
caia o avião do STF... Elemento da equipe organizadora do evento, um tanto
contrafeito, aludindo à bandeira fora do lugar, disse a outro repórter estar
desconfiado de que o ornamento em questão teria sido trazido por inimigos
infiltrados na concentração. Seja lembrado também que argumento parecido foi
muito usado no malfadado 8 de janeiro.
cantonius1@yahoo.com.br
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