*Cesar
Vanucci
“Trump
está demolindo a imagem dos EUA” (Jornalista Eliane Cantanhêde)
Trump,
sempre ele. Vem esfacelando, com suas canetadas, a ordem mundial. Justificam-se
perfeitamente os temores de que seus atos possam produzir consequências mais graves
no contexto geopolítico. Emerge desta evidência o desejo, mundo a fora, de que
alguma coisa aconteça no sentido de uma mudança de rumos na linha de sua atuação.
Não pairam dúvidas quanto ao fato de que a contenção das extravagâncias
executivas e legiferantes do ocupante da
Casa Branca só possam se cristalizar através de medidas institucionais adotadas
nas áreas jurídicas e políticas de seu próprio país. Analistas qualificados da
conjuntura estadunidense são de parecer que, mais cedo ou mais tarde eclodirá
reação capaz de deter seus impulsos nada diplomáticos. Raciocinam assim, olhar
focado nas encrencas compradas por Trump em seu país, envolvendo Universidades,
imigrantes, Banco Central, organizações cientificas e por aí vai...
Os
sinais de fadiga dos Norte Americanos em razão do que anda rolando no pedaço,
com reflexos perturbadores em toda nossa aldeia global, vêm se avolumando dia
após dia. Governadores de Estados, que não rezam pela cartilha absolutista do
histriônico Chefe de Governo, têm trazido a público, de forma veemente, seu
inconformismo e descontentamento com um sem número de abusos executivos perpetrados
contra a Constituição do país e as leis internacionais. Muitas dessas
discordâncias já foram parar nos tribunais. O mesmo caminho foi também
percorrido por importantes instituições acadêmicas e organizações jornalísticas
atingidas por decisões atrabiliárias do dirigente que se enxerga imperador. A
fileira dos atos extravagantes praticados por Donald Trump é tão extensa que
torna difícil elencá-las ou mesmo seleciona-las para fins de divulgação. Todas produzem
espanto instantâneo. Como, por exemplo, o inverossímil episódio da deportação,
sustada pela justiça, de 2 mil crianças guatemaltecas, apartadas dos pais, recolidas
em abrigos espalhados pelo país. A inédita intervenção no Banco Central, com a
destituição, considerada inconstitucional de altos dirigentes, é outra
aberração jurídica que criou alarma junto à opinião publica e lideranças
políticas estadunidenses.
A
almejada alteração de rumos nessa história de desagregação persistente que
Trump faz de valores caros à convivência social e ao processo de evolução
civilizatória pode, afortunadamente, estar ganhando contorno, neste momento.
Acontece que o tribunal de apelação dos EUA, instancia judicial abaixo apenas
da Suprema Corte, acaba de reconhecer sob irados protestos de Trump, a
ilegalidade das decisões relativas ao tarifaço, fixando prazo para que sejam
revogadas. O STF de lá, em função de recurso, dará a palavra final sobre o
tema. Que Deus ilumine os doutos Ministros.
Jornalista
(cantonius1@yahoo.com.br)
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