*Cesar Vanucci
“Sem minha ajuda, Trump jamais se
elegeria” (Elon Musk)
A
trégua foi inesperadamente rompida.
Mas,
atenção, não se está falando aqui de um desses apavorantes conflitos bélicos
espalhados por diferentes rincões de nossa mal trada Aldeia Global. A guerra em
foco é outra, marcada por singular ferocidade retórica. Envolve dois cidadãos
famosos, muito arrogantes e de egos superinflados. De um lado coloca-se o
dirigente político mais poderoso do mundo, Donald Trump. Do outro lado, o homem
mais rico do mundo, Elon Musk. Como se recorda, ambos caminharam lado a lado na
recém-finda campanha presidencial estadunidense. Parceiros inseparáveis
trocavam loas a três por quatro. O bilionário foi convocado pelo Presidente
para sua principal assessoria. Mal iniciada a gestão, sem mais essa nem aquela,
de repente, não mais que de repente, se estranharam. Passaram a dizer cobras e
lagartos, um do outro. Dissolveram a “sociedade” e com a intervenção da “turma
do deixa disso” comprometeram-se a um distanciamento respeitoso, o compromisso
firmado durou pouco. Voltaram a se atracar no ringue verborrágico com “golpes
abaixo da cintura”. Musk disse que o ex-amigo participou de escândalo sexual que
anda rendendo vistosas manchetes e desmascarando figurões do “café soceity”
americano. Disse mais: a política econômica adotada pelo ocupante da Casa
Branca irá arrastar o país ao desastre. A propósito, análises econômicas
recentes corroboram, de certa maneira, a previsão do dono da rede “X”. A dívida
publica americana, estimada em 38 trilhões de dólares, corresponde a 140 por
cento do PIB do país.
Trump, em represália, afirmou que seu ex-leal
aliado é usuário de drogas pesadas e que está pensando, seriamente, em
retirar-lhe a cidadania e deporta-lo para a pátria de origem, África do Sul. Asseverou também estar disposto
a cancelar contratos rendosos que as empresas de Musk mantêm com entidades
governamentais dos EUA.
Dá
até calafrio na espinha pensar que esses dois personagens são detentores de
poderes capazes de influenciar os destinos de todos nós!
Além
desse nauseante entrechoque verbal das duas celebridades, numerosas aberrações
jurídicas e institucionais acumulam-se na trajetória de Trump, que ainda não concluído
o primeiro semestre do mandato. Cuidemos de listar algumas: Guerra fiscal alucinada,
quebrando sólidas estruturas econômicas; impiedosa “caça às bruxas” no caso das
deportações; desrespeito contumaz a decisões da justiça; guerra aberta à Ciência
e Universidade; pretensões expansionistas territoriais; encarceramento de
imigrantes em prisões de países de outras nacionalidades. Implantação de presídio
exclusivo para imigrantes em área pantanosa, a que deu o nome de “Alcatraz do
crocodilo”. E por vai...
Relembrando
Shakespeare: “É loucura, mas há método!”
Jornalista(cantonius1@yahoo.com,br)
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