quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Avalancha de decisões inquietantes

 


 

*Cesar Vanucci

“Tudo vai mudar a partir de agora, rapidamente!"(Donald Trump)

 

A expressão “incrível” foi utilizada mais de uma centena de vezes, pelo Presidente Donald Trump nos discursos que marcaram seu retorno à Casa Branca. Ou seja: Na sessão solene de investidura, no Capitólio e nos comícios aos apoiadores.  O emprego do vocábulo contemplou personagens e situações. O que andou contando em suas narrativas e andou falando sobre os planos de governo, gerando perspectivas perturbadoras, de modo a fomentar tensões no cenário geopolítico, pode ser perfeitamente definido como incrível. Incrível, surreal e inquietante.

Anotemos algumas dessas coisas “incríveis”. Trump sustenta a tese de que foi roubado na eleição perdida para Biden. Pretende rebatizar o Golfo do México, dando-lhe o nome de “Golfo da América”. Garantiu a retomada do Canal do Panamá. Assinou atos estabelecendo deportação em massa de milhões de imigrantes e vetando a cidadania a filhos de imigrantes nascidos no país. Decretou estado de emergência na fronteira com México. Prometeu reinvestigação nos casos de John Kennedy e Martin Luterking. Descreveu os EUA como sendo um país arrasado em franco declínio, acentuando que em seu governo voltará a ser a maior potencia do planeta. Concedeu perdão a 1500 partidários condenados pela invasão, com mortos e feridos, do Capitólio. Como se recorda o atentado foi por ele instigado, o que deu causa a processo judicial, agora suspenso em razão de ter sido eleito. Comunicou a retirada dos EUA do Acordo de Paris e da OMS. Decidiu abolir vários programas socioambientais. Definiu que não mais haverá incentivos para carros elétricos. Disse que o país vai promover, em alta escala exploração do petróleo, por ele chamado de “ouro liquido” tornando-se o maior produtor mundial, o que permitirá a reabertura de incontáveis frentes de trabalho, para cidadãos americanos. Afiançou que vão ser redefinidas as políticas relacionadas com a diversidade e gênero. Ocorrerão mudanças também nas áreas militar, do serviço público, educação e saúde. Informou que os produtos do Canadá e México serão sobretaxados, acrescentando que haver taxação de 100 por cento para países do BRICS, caso adotem moeda que substitua o dólar nas transações.   

O mundo inteiro, antenado nos acontecimentos vividos em Washington, tomou-se de pasmo diante da avalancha de decisões. A estupefação ficou ainda maior por conta de insólito gesto, não de Trump, mas de seu aliado recente, Elon Musk. À hora em que foi citado no discurso do chefe, o extravagante magnata subiu ao palco, perfilou-se, bateu a mão espalmada no peito e ergueu o braço em saudação estridentemente Nazista. Só faltou berrar “Heil Hitler”. Como é de se imaginar, dentro e fora dos EUA explodiram reações de inconformismo e indignação. Tema para mais considerações.

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

 

Nenhum comentário:

A SAGA LANDELL MOURA

Hora do espanto e incertezas.

  Cesar Vanucci “Todo cuidado é pouco. Viver é coisa de louco” (verso de canção da MPB)     A confusão é geral. No xadrez geopolític...