domingo, 25 de junho de 2023

Jogo legal

 



*Cesar Vanucci

“Constatação surreal: Las Vegas recebe mais turistas estrangeiros do que”

( Antonio Luiz da Costa, educador)

 

Las Vegas, cidade estadunidense com 640 mil habitantes, 2 milhões e 200 mil na zona metropolitana, acolhe mais de 5 milhões de turistas estrangeiros e recebe cerca de 52 milhões de visitantes  a cada ano. O Brasil, país com 2020 milhões de habitantes com pontos de atrações inigualáveis, registra fluxo anual de 2 milhões e 200 mil turistas estrangeiros. Não está havendo erro nos números que o caro leitor acaba de ler. Las Vegas, com seu fabuloso complexo de cassinos, atrai mais visitantes estrangeiros do que nosso país por inteiro. Esta a atordoante constatação.

 Os cassinos fazem a diferença. Movimentam uma rede fantástica de hotelaria requintada e um sistema espetacular de serviços de entretenimento artístico e de lazer.



 Já o Brasil, um colosso em paragens deslumbrantes, não possui cassino. Pelo menos operando legalmente. E o porquê isso acontece? Por que ao contrario de praticamente todos outros países do mundo, resolvemos por aqui proibir o funcionamento de cassinos?  Colocando os pingos nos is, num papo franco e objetivo, a explicação a dar não pode ser outra que não o falso moralismo, o puritanismo rançoso e o preconceito encardido.

 O negativismo relacionado com o jogo operado em cassinos colide frontalmente, o tempo todo, com a realidade da prática de apostas existente, de forma profusa em todos os cantos. O chamado “jogo de azar” em inumeráveis modalidades é difundido em larga escala na vida nacional. Sendo raríssimos os cidadãos que deixam de participar, regularmente de uma inocente “fezinha”. Está presente em milhares de agremiações recreativas, nas plataformas digitais, nas conhecidas “bancas de bicho” , - carecedoras de regulamentação oficial - e nos concursos lotéricos diários. E o que não dizer das manjadas casas de apostas que, por sinal, andam frequentando assiduamente as manchetes por conta de muretas praticadas nas arenas esportivas? O Brasil tomou-se de assombro ao saber que as casas de apostas, em questão são todas sediadas no exterior, carreando para outros países os frutos de rendosas operações. É alentadora a revelação de que o governo está cuidando de oficializar esse tipo de aposta.

O jogo é uma realidade palpável, fingir que nada disso acontece não passa de deslavada hipocrisia.

 Existe no parlamento projetos para a legalização de jogos em cassino. Os parlamentares, os políticos, as lideranças empresariais e a sociedade precisam atentar para importância econômica e social dessa legalização. No momento em que o país estuda as possibilidades de incrementar seu desenvolvimento criando empregos, oportunidades de renda e aumento de recursos públicos para aplicação em obras de infraestrutura, a abertura de cassinos em inúmeros pontos de convergência de atração turística, a institucionalização do bingo e do “Jogo do Bicho” despontam como iniciativas recomendáveis. A estruturação de atividades, compreendendo hotelaria, gastronomia, lazer cultural e artístico, a ser gerada a partir da implantação de um cassino poderá alterar a fisionomia econômica dos lugares contemplados com esse tipo de empreendimento. A construção civil ganhará alento com obras que fatalmente surgirão e levas de turistas brasileiros que em numero elevado demandam localidades estrangeiras providas de roletas, mesas de cartas, máquinas de caças níqueis e entre, uma rodada e outra, shows de todos os tipos, redirecionarão seus destinos de lazer.

Não seja ignorado o volume considerável de recursos que, desde muito tempo, até aqui, circula na clandestinidade, notadamente por parte das bancas de jogo do bicho. A pujança desse segmento “operacional” é tamanha que já nos habituamos a ver, em campanhas políticas no Estado do Rio de Janeiro, candidatos a postos eletivos se reunirem com os assim chamados  “banqueiros”(bicheiros), dando do encontro ampla divulgação. Isso aí....

 Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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