sábado, 10 de junho de 2023

Rombo descomunal

 


                            *Cesar Vanucci

“Bolsonaro deixou rombo histórico na Caixa para se reeleger”. (Lenio Streck, jurista).

1) Rombo descomunal nas contas públicas. Bilhões de reais consumidos na voragem da negligencia administrativa. A Controladoria Geral da União trouxe ao conhecimento público informações estarrecedoras a respeito dos abonos emergenciais concedidos com escancarado fito eleitoreiro pelo governo Bolsonaro.  O “pacote de bondades” compreendeu, entre outros itens passiveis de questionamentos, empréstimos consignados, auxílios pecuniários a taxistas e caminhoneiros, tudo com recursos via Caixa Econômica Federal, da “viúva”, como se diz na linguagem das ruas. Os empréstimos foram parar, em boa parte, nas algibeirairas de “amigos do rei”.  As descabidas oferendas contemplaram, em numero bastante elevado, pessoas que não se enquadram nas categorias profissionais favorecidas. No tocante aos caminhoneiros, a estimativa é de que 75% dos beneficiados não preenchiam os requisitos estipulados no instrumento de outorga do auxílio. O percentual de casos irregulares flagrados nas averiguações correspondentes aos taxistas é só um pouco menor, valha nos Deus!

As chocantes revelações, que se juntam a uma fileira impensável de desatinos cometidos pelo governo passado, já fazem parte de inquéritos abertos no âmbito da Policia Federal. Todos estes malfeitos, ao que tudo faz crer na opinião de juristas conceituados, poderão conduzir o ex-presidente a se tornar futuramente inelegível.

 


2) PIB em Alta
- Boas falas. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,9% neste primeiro trimestre de 2023. Na comparação com o mesmo período de 2022, o índice que mede o crescimento da economia teve alta de 4%.  Resultados bem acima das expectativas projetadas. Em valores reais, o PIB totalizou R$ 2,6 trilhões.

Apenas três países das 37 nações cujos dados já estão disponíveis , segundo a OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, apresentaram desempenho superior ao do Brasil: Polônia, China, e Luxemburgo.

A atividade agropastoril, a exemplo do que vem ocorrendo em sucessivos levantamentos trimestrais, foi a que registrou maior expansão no período em pauta. Resta torcer para que os próximos meses nos brindem com performances econômicas sempre crescentes!

 3) Eletrobrás - O Governo está coberto de razão ao recorrer ao Poder Judiciário com o objetivo de rever despropositado dispositivo no processo de privatização da Eletrobrás. Não faz o menor sentido ser detentor de 40% das ações da empresa e não dispor de poderes proporcionais nas decisões de caráter administrativo e técnico. O superior interesse público recomenda que a cláusula contendo definição tão esdrúxula do acordo de acionistas seja desfeita. Privatização não pode continuar sendo uma forma de negociar ativos valiosos da Nação a preço de banana nanica como refugo de final de feira em arrabalde.

 4) Ary Barroso - Confesso, sem vacilação, ser “fã de carteirinha”, com direito a cadeira cativa no auditório, de Ary Barroso. A eletrola lá de casa é “viciada” em suas canções. Isto posto, não me conformo com o silêncio sepulcral que recobre a obra do compositor na programação nossa da TV e rádio de cada dia. Tirante a belíssima “Aquarela do Brasil”, as mais de 300 composições do genial autor padecem de esquecimento imperdoável, sabe-se lá porque cargas d’água. Pesquisando mais fundo o trabalho artístico de Ary, consegui reunir sugestivas observações. Aqui, algumas delas: Tom Jobim e Dorival Caymmi gravaram melodias do repertorio do polivalente “homem da gaitinha”. O esplêndido samba “Inquietação” foi gravado por Aracy Cortes, dircinha Batista, Elizeth Cardoso, Gal Costa, Dorival Caymmi, Sivuca, Baden Powell e pelo próprio Ary. Dia desses, deleitei-me com a reprodução, numa sequencia de todas essas interpretações. Queria ver qual a melhor delas. Deu empate.  

 

 Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

 

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