sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Beto nunca mais voltou


 

*Cesar Vanucci

“ Carlos Alberto de Freitas, Beto, você ia adorar estar aqui conosco... "( Dilma Rousseff, na  posse como Presidente)

 

Premiadíssimo, “Oscar” e o “Globo de Ouro” conquistados, “Ainda Estou Aqui” reavivou na memória coletiva o apavorante drama dos “desaparecidos políticos”.  A arrebatante saga de Rubens Paiva, esposa Eunice e filhos, contada em livro do filho Marcelo, foi magistralmente transposta por Walter Salles para o cinema, tornando-se sucesso de critica e público no mundo inteiro.

A lista dos “desaparecidos” relaciona cidadãos acusados de críticos ou adversários do regime ditatorial. Levados a centros de detenção clandestinos, foram submetidos a brutais interrogatórios e tortura.  Dominados pela angustia parentes, amigos, muitas pessoas movidas por solidariedade humana e compaixão empenharam-se, em vão, por largo espaço de tempo, em localizar o paradeiro de todos eles. Por parte das autoridades daquela época sombria, o que se obteve como resposta foi um “ensurdecedor silencio” de tumba etrusca.

Homens e mulheres de todas as categorias sociais das áreas urbanas e rurais desapareceram subitamente em circunstancias nunca explicadas do cenário em que cotidianamente se movimentavam.

Dia desses, na ALMG, familiares de 74 integrantes da funesta lista receberam do Estado certidão com pedido de perdão incluso, atestando que a morte de todos eles deu-se por conta de violência praticada por agentes públicos  no trevoso período do autoritarismo.

Numa manhã dos anos 70 o sociólogo Carlos Alberto Soares de Freitas, Beto, 31 anos, caçula de 8 irmãos, filho de Jaime Martins de Freitas e  Alice Soares de Freitas, ambos de saudosa memória, pediu a benção aos pais, beijou-lhes carinhosamente a face, despediu-se por motivo de viagem ao  Rio, com  promessa de breve  retorno. Beto, nunca mais foi visto!

No discurso que proferiu no dia de sua posse como a 1° mulher a exercer a Presidência da República, Dilma Rousseff, dominada pela emoção, referiu-se afetuosamente a Carlos Alberto Soares de Freitas, lembrando os sonhos que acalentaram juntos no sentido da reconquista democrática, nos tempos em que se viram forçados a deixar a vida universitária para combater a ditadura.

As informações sobre o que teria acontecido com Beto depois daquele dia em que se despediu dos pais para a viagem sem retorno chegaram ao conhecimento dos parentes de forma fragmentada e inconsistente. Na busca desesperada por noticias que pudessem clarear a caminhada percorrida pelo jovem talentoso, líder universitário de forte carisma, familiares e amigos bateram em todas as portas do mundo oficial, Tudo embalde. A cada contato, uma frustração. Ninguém de nada sabia. Muitos, nas esferas do Poder, alegavam que iam procurar saber, para, pouco adiante registrar que o destino de Beto era incerto e não sabido. Cabe mais relato a respeito.

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

Umas e outras do “candidato ao Nobel”


 

*Cesar Vanucci

 

“Trump piorou muito depois do ultimo surto.” (Ana Mayã, poeta) 

 

Por mais que se queira, fica difícil pacas, para articulista atento, à profusão de coisas sem nexo, que andam rolando no mundo, ignorar as ordens executivas emitidas por um governante que sonha tornar-se imperador e, ainda abiscoitar, de lambuja, O prêmio Nobel da Paz pelo fato de “ter acabado com todas as guerras”...

Trump trabalha obsessivamente, dia e noite sem parar, no sentido de construir uma nova ordem econômica e política global, indiferente aos sinistros riscos que suas manobras inconsequentes acarretem.

Em suas mais recentes investidas contra sagrados postulados democráticos, no âmbito estadunidense, vem censurando órgãos de comunicação social, chegando a ameaça-los, no caso especifico da televisão, com retirada da permissão oficial de funcionamento. Alegando supostos tumultos de rua, categoricamente desmentidos pela imprensa, vem deslocando tropas federais para cidades governadas por adversários democratas. Abriu processos criminais contra funcionários graduados da Justiça e Segurança publica que, no passado atuaram nos numerosos casos em que ele, no mandato anterior figurou como réu. Demitiu do serviço publico cientistas e educadores comprometidos com as causas do desenvolvimento sustentável e ambientalista. Determinou censura prévia no tocante a informações transmitidas por jornalistas credenciados junto ao departamento de guerra,  antes denominado departamento de defesa. Furibundo, vetou a presença na Casa Branca de jornalistas internacionais, que em seus despachos referiram-se ao “Golfo do México”, rebatizado pelo todo poderoso, pouco depois de sua posse, de “Golfo da America”. Aplicou tarifaço de 100 por cento sobre filmes de procedência estrangeira. Ordenou que vistos consulares pra acadêmicos de outros países só sejam concedidos depois de análise do conteúdo de suas manifestações em redes sociais. Na elaboração do orçamento de 2026 é certa a redução substancial de recursos para assistência á saúde de parcelas menos favorecidas da população. Paralelamente a isso, tem-se como inevitável maciça demissão de servidores engajados nessa área de atuação, como já ocorreu, em larga escala, noutros setores de serviços essenciais.

Tão longo cortejo de despautérios tem gerado muito mal estar com intensas reações de ordem legal na vida econômica e política dos Estados unidos. Donald Trump explicita com clareza estelar o tom de seu segundo mandato. Sua vocação autoritária emite alerta quanto à eventualidade de rupturas institucionais. Na grande nação do norte, muitos consideram que a era Trump se mostra bem mais sombria do que o período obscurantista do macarthismo..

Quanto ao encontro com Lula nascido de “química irresistível”, segundo Trump, esperar pra ver.

Jornalista cantonius1@yahoo.com.br

Dá “química” ao Diálogo.


*Cesar Vanucci

“Vamos, agora, para o ganha a ganha” (Vice-presidente Geraldo Alckmin)

 

 

A “química”, mencionada por Trump sobre o encontro de 39 segundos, com Lula, nos corredores da ONU, funcionou bem, para agrado de quase todo mundo. O Presidente dos EUA fez uma chamada por vídeo conferencia ao Presidente do Brasil. Ambos travaram animado papo que se estendeu por 30 minutos e que foi definido, de parte a parte, como altamente positivo. Ficaram acertados outros contatos em breve, no Brasil e nos EUA, conforme Trump. Até lá, as tratativas com vistas a se achar solução satisfatória para o contencioso criado a partir do tarifaço serão conduzidas, do lado do Brasil, pelo por Geraldo Alckmin, coadjuvado pelos Ministros das Relações Exteriores e Fazenda. A equipe dos EUA será coordenada pelo Secretário de Estado Marco Rubio.

No dialogo à longa distancia, o Chefe do Governo brasileiro ponderou a relevância da revogação da sobretaxa dos nossos produtos, bem como a eliminação das sanções aplicadas às autoridades do judiciário. Fontes do Itamaraty levantam a hipótese de que um encontro presencial entre os dois dirigentes possa ocorrer no final do mês, por ocasião de reunião de países do o sudeste asiático, na Malásia. O cenário armado, agora, parece bastante promissor para entendimento que atenda aos interesses recíprocos, postas a escanteio quaisquer exigências lesivas à soberania brasileira, como se  pretendeu no inicio do chamado “ciclo do tarifaço”.

Afirmando que “vamos partir agora para o ganha - ganha” o vice Alckmin refletiu o “otimismo precavido” que se apossou, depois do papo, dos negociadores da banda brasileira. Como prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, os negociadores estão acautelados quanto ao fato de manterem os aparelhos de percepção pessoal sintonizados na marcha dos acontecimentos, levando em conta a eventualidade de algum sinal fora do roteiro traçado,  emitido pelo imprevisível ocupante da Casa Branca.

Esta  momentosa questão da almejada reaproximação diplomática e política das duas grandes Nações, vinculadas por estreitos laços de solidariedade  mais de 200 anos é acompanhada com vibrante atenção pelas forças vivas da sociedade brasileira. Os setores produtivos que encontram no mercado estadunidense referência maiúscula para alentadora reciprocidade de negócios, mostram-se exultantes com a perceptiva do “mal-entendido” poder ser corrigido.

Diminuta facção dos redutos políticos, contaminada pelo vírus do fanatismo ideológico, apostando alto no “quanto pior, melhor”, torce nas redes sociais para que tudo, no “frigir dos ovos”, dê errado, para que as negociações entrem pela tubulação, de modo a que as injustas e insanas sanções perpetradas contra o Brasil e os brasileiros jamais se desfaçam. Tudo para que suas sombrias ambições de poder a qualquer preço prevaleçam sobre os sagrados interesses da pátria.

Cantonius1@yahoo.com.br


O comício da bandeira errada.

 


 

*Cesar Vanucci

“A Av. virou palco de raiva e contradições”(Jornalista Cleber Lourenço)

 

Dia 7 de setembro de 2025. Festa magna da Nação Brasileira, comemorada com júbilo em todos os rincões. Em São Paulo, maior Metrópole da America Latina, na tradicional Av. Paulista, comício reuniu partidários do ex-presidente Bolsonaro, clamando por sua liberdade. Discursos e palavras de ordem, propagados no mais alto volume achincalhavam adversários e as Instituições Republicanas, com foco especial no STF.

Ouvia-se ali a mesma carga retórica de aleivosias transmitidas, via internet e tribunas, por seguidores radicais do grupo golpista que neste preciso momento aguarda a decisão da Justiça pelo atentado contra a Democracia.

Uma cena insólita, grotesca a mais não poder, deixou os telespectadores atônitos e, de certa maneira, injuriados. Diante do palanque montado para a passional “discurseira”, confeccionada sob encomenda para a ocasião, tremulava, garbosa, gigantesca bandeira (de que país mesmo?) dos Estados Unidos... Não padece dúvida alguma que a bandeira de uma Nação, como símbolo da cultura, das tradições e do sentimento de um povo irmão, faz jus sempre a respeito e reverência. Mas, a presença daquela bandeira ali, naquele lugar, naquela hora, naquela data, destacando-se, pela envergadura, entre outras bandeiras dos EUA e do Estado de Israel espalhadas no entorno do meeting , revestiu-se de um significado diferente, impróprio, impertinente, chocante. A mensagem sub-reptícia que se pretendeu passar, maquiavelicamente, reportou-se a ofensiva de ameaças e intimidações deflagrada por Donald Trump, contra a soberania brasileira, alvejando 200 anos de excelente convivência entre dois países amigos. Escusado anotar que o ocupante da Casa Branca, reconhecidamente empenhado na hora presente em incompreensíveis ações desagregadoras da ordem econômica mundial, escolheu o Brasil como um dos alvos preferenciais de sua irrefreável “catilinária”. Inocultável a circunstância de que em seu repudiável comportamento tenha sido emprenhado pelos ouvidos por “patriotas” desfalcados de bom senso e civismo.

Na Paulista tomada pelo desvario, pela ideia de “ditadura, censura e falta de liberdade imaginárias”, além do inacreditável episódio da bandeira, ocorreram outros lances danados de intrigantes, surreais. Um senhor de aparência respeitosa, com a bíblia numa das mãos e com bandeira de país estrangeiro na outra mão, confessou, “piedosamente”, a um repórter, que reza fervorosamente, todos os dias, para que caia o avião do STF... Elemento da equipe organizadora do evento, um tanto contrafeito, aludindo à bandeira fora do lugar, disse a outro repórter estar desconfiado de que o ornamento em questão teria sido trazido por inimigos infiltrados na concentração. Seja lembrado também que argumento parecido foi muito usado no malfadado 8 de janeiro.

cantonius1@yahoo.com.br

Lição de Democracia

 


 

*Cesar Vanucci

“A soberania do Brasil não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida”. (Ministro Alexandre de Moraes)

 

Efervescência política na mais elevada potência. É o que promete o mês de setembro de 2025. Uma etapa em que lances importantíssimos da História contemporânea desfilarão diante de nossos olhares atentos, a tempo e a hora, ao vivo e a cores.

O julgamento da trama golpista flagrando, no banco dos réus um ex-chefe de Estado e militares de alta graduação, está atraindo atenções no mundo inteiro.

Dos 500 jornalistas credenciados para a cobertura do acontecimento, 1/5 são da imprensa estrangeira. Nunca, em tempo algum, assuntos relevantes da vida brasileira suscitaram, lá fora, tamanho interesse. Cabe ressaltar, a propósito o seguinte: o noticiário sobre o Brasil, nos periódicos dos EUA, vem sendo na atualidade bem mais amplo do que em tempos passados. Os holofotes da mídia estão focados nas temáticas da intentona e da chantagem do tarifaço. O que se observa, alvissareiramente, nas informações, comentários, depoimentos são abordagens simpáticas aos posicionamentos assumidos pelo nosso país com relação às questões enunciadas. Dois Prêmios Nobel e outras figuras de realce nas atividades intelectuais, políticas e jurídicas dedicaram palavras de apoio ao nosso país, face às ameaças vindas da Casa Branca. Já houve mesmo quem dissesse com todas as letras, pontos e vírgulas, que o Brasil está dando uma lição de democracia aos EUA e ao mundo, com o julgamento, já que a tentativa de golpe promovida quando da eleição de Biden, ficou sem a resposta institucional devida. Os responsáveis pelo atentado antidemocrático, inclusive seu mentor, não foram criminalizados, como sabido, pela Justiça da grande Nação do norte. Exatamente o contrário do que ocorreu aqui, em situação análoga.

Julgamento em curso, já concluídas a essa altura as sustentações orais da acusação e das defesas dos réus, fica-se agora na expectativa do veredicto. Nos dias vindouros, após análises das preliminares arguidas, os 5 Ministros da 1º Turma do STF darão a conhecer seus votos. A serem levadas em conta as esmagadoras provas colhidas contra os acusados, a decisão condenatória marcará, fatalmente, o epílogo da historia. Chamou a atenção nos arrazoados da defesa, a circunstância de todos eles admitirem a existência do complô antidemocrático, mas negando sua participação pessoal. Numa das manifestações chegou-se até a ser dito que o réu esforçou-se por dissuadir Bolsonaro, nas confabulações da conjura, de adotar as medidas de exceção cogitadas.

Enquanto isso, em Washington e Brasília, falsos patriotas e seguidores radicais dos conspiradores contra o a Democracia brasileira articulam ruidosas e desagregadoras ações na tentativa, mais uma vez, de desacreditar o Brasil e as instituições republicanas.

Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

Mentiras Cartográficas

 


*Cesar Vanucci

 

"O mapa mente!" (Eduardo Galeano, escritor uruguaio)

 

A União Africana está reivindicando correção no Atlas-Geográfico. Anos atrás escrevi artigo a respeito. Tomo a liberdade de reproduzi-lo.

Confesso que nunca, em tempo algum, passou-me de leve pelo bestunto a estapafúrdia ideia de que o mapa-múndi utilizado em consultas, desde os começos escolares, seja incorreto, oferecendo noção falsa, superavaliada, da grandeza geográfica dos países do chamado 1° mundo. Provocado pelo que conta Eduardo Galeano no livro "De pernas pro ar – a Escola do mundo ao avesso", resolvi conferir,  constatando,arregalado de espanto, que a denuncia, do escritor uruguaio, está absolutamente certa. A linha do equador não atravessa a metade do mapa, como aprendemos. O rei da geografia está nu, afirma o autor.  E não é que isso já havia sido comprovado, na moita, debaixo de silêncio sepulcral, há mais de meio século, por um cientista alemão de nome Arno Peters?

O mais adequado é deixar a palavra escorrer pela boca do próprio escritor: "O mapa-múndi que nos ensinaram dá dois terços para o norte e um terço para o sul. (...) A Europa é mais extensa do que a América Latina, embora, na verdade, a América Latina tenha o dobro da superfície da Europa. A Índia parece menor do que a Escandinávia, embora seja três vezes maior. Os Estados Unidos e o Canadá, no mapa, ocupam mais espaço do que a África, embora correspondam apenas a duas terças partes daquele território.” Adotando-se a mesma perspectiva da análise, dá pra ver que a configuração do Brasil, detentor da quarta ou quinta maior extensão territorial entre os demais países, está igualmente desproporcional no atlas. Qual razão dessa desconcertante distorção geográfica? Galeano não deixa por menos: "O mapa mente! A geografia tradicional rouba o espaço, assim como a economia imperial rouba a riqueza, a história oficial rouba a memória e a cultura formal rouba a palavra." Ele fala do processo espoliativo incessante que tem como alvo os países do hemisfério sul. Ou seja, os países do 3° mundo também classificados de “emergentes” pelos  "donos do planeta". Essa cabulosa história do atlas mutilado deixa-nos com aquela mesma sensação de insuportável desconforto, de tempos atrás, face à revelação de que livros didáticos nos EUA retratam a Amazônia sobcontrole internacional. Uma coisa parece ter tudo a ver com a outra coisa. O inacreditável, imoral e ilegal redimensionamento cartográfico há que ser visto como um instrumento a mais de irradiação de mensagens subliminares insistentes com propósitos que deixam sobameaça, em seus direitos, sua cultura, soberania e integridade dos países da banda de cá do equador. Essa é a leitura a extrair dos fatos. Melhor dizendo, dos mapas.

Voltarei a diante a comentar com mais por menores as reivindicações da Comunidade das Nações Africanas.

(cantonius1@yahoo.com.br)

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Uma luzinha no fim do túnel


 

*Cesar Vanucci

“Foi um grande dia para Israel” (Benjamin Netanyahu, no 1° estágio do Acordo de Paz)

 

 

Gaza, outubro de 2025. Uma luzinha é acesa no final de extenso túnel mergulhado em espessa escuridão. Dois anos se passaram desde o sinistro atentado terrorista e o inicio da guerra apavorante que encharca de sangue, outra vez mais, a Terra Santa. No mundo inteiro, mentes e corações fervorosos agarram-se, esperançosamente, ao ramo de oliveira suspenso no ar empesteado dos campos de batalha.

À hora em que estas considerações são colocadas no papel, negociadores de várias nações traçam um roteiro de ações a ser rigorosamente observado pelos obstinados “senhores da guerra”. O roteiro aponta o rumo a ser seguido na conquista da paz. Paz essa profundamente enraizada na consciência e nos sonhos de mulheres e homens de boa vontade em todos os rincões de nossa conturbada aldeia global. Apelos vindos de toda parte, nascidos do bom senso contribuíram para que a proposta dos EUA, a princípio recebida com alguma relutância pelos litigantes, desembocasse na mesa de conversações. Os primeiros passos já foram dados, compreendendo o cessar-fogo e a libertação dos reféns israelenses e prisioneiros palestinos.

O que virá na sequência? Levando-se em conta a ardente expectativa de que tudo siga enfrente de forma harmoniosa, poderemos ter na região que abriga o berço da cultura religiosa da humanidade, até que enfim, uma trégua duradoura capaz de garantir positivas confabulações políticas e diplomáticas com o endereço certeiro da paz definitiva.

Empoe-se reconhecer que o itinerário a ser percorrido até o ponto pretendido nos generosos anseios de paz da humanidade é extenuante. Comporta perigo sem conta, não há duvidar. Faz todo sentido, temer – queira Deus que isso não se confirme -, a eclosão de atos radicais provocados por grupos, comprovadamente avessos à coexistência pacifica, lado a lado, das Nações Israelense e Palestina. Não constitui segredo pra ninguém a existência de fanáticos fundamentalistas, uma minoria bastante belicosa potencialmente capaz, caso permaneça fora de controle, de torpedear o acordo em andamento. Como sabido, há quem alimente o desejo insano de riscar do mapa o Estado soberana de Israel, há também, do outro lado, quem se contraponha irracionalmente à implantação do Estado soberano da Palestina. Uns e outros servem a causas deletérias que retardam, obviamente, a evolução civilizatória.

 Merece registro, por derradeiro, a circunstância que levou o Presidente dos Estados Unidos a mudar sua política em relação a Gaza. A condenável agressão de Israel ao Catar, um aliado americano no oriente médio, forçou Donald Trump, a pressionar O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu para aceitar o acordo de paz.

Que todos os estágios do Acordo sejam cumpridos à risca!

 

Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

Justiça (EUA) versos Trump


*Cesar Vanucci

“Trump está demolindo a imagem dos EUA” (Jornalista Eliane Cantanhêde)

 

Trump, sempre ele. Vem esfacelando, com suas canetadas, a ordem mundial. Justificam-se perfeitamente os temores de que seus atos possam produzir consequências mais graves no contexto geopolítico. Emerge desta  evidência o desejo, mundo a fora, de que alguma coisa aconteça no sentido de uma mudança de rumos na linha de sua atuação. Não pairam dúvidas quanto ao fato de que a contenção das extravagâncias executivas e legiferantes do ocupante da Casa Branca só possam se cristalizar através de medidas institucionais adotadas nas áreas jurídicas e políticas de seu próprio país. Analistas qualificados da conjuntura estadunidense são de parecer que, mais cedo ou mais tarde eclodirá reação capaz de deter seus impulsos nada diplomáticos. Raciocinam assim, olhar focado nas encrencas compradas por Trump em seu país, envolvendo Universidades, imigrantes, Banco Central, organizações cientificas e por aí vai...

Os sinais de fadiga dos Norte Americanos em razão do que anda rolando no pedaço, com reflexos perturbadores em toda nossa aldeia global, vêm se avolumando dia após dia. Governadores de Estados, que não rezam pela cartilha absolutista do histriônico Chefe de Governo, têm trazido a público, de forma veemente, seu inconformismo e descontentamento com um sem número de abusos executivos perpetrados contra a Constituição do país e as leis internacionais. Muitas dessas discordâncias já foram parar nos tribunais. O mesmo caminho foi também percorrido por importantes instituições acadêmicas e organizações jornalísticas atingidas por decisões atrabiliárias do dirigente que se enxerga imperador. A fileira dos atos extravagantes praticados por Donald Trump é tão extensa que torna difícil elencá-las ou mesmo seleciona-las para fins de divulgação. Todas produzem espanto instantâneo. Como, por exemplo, o inverossímil episódio da deportação, sustada pela justiça, de 2 mil crianças guatemaltecas, apartadas dos pais, recolidas em abrigos espalhados pelo país. A inédita intervenção no Banco Central, com a destituição, considerada inconstitucional de altos dirigentes, é outra aberração jurídica que criou alarma junto à opinião publica e lideranças políticas estadunidenses.  

A almejada alteração de rumos nessa história de desagregação persistente que Trump faz de valores caros à convivência social e ao processo de evolução civilizatória pode, afortunadamente, estar ganhando contorno, neste momento. Acontece que o tribunal de apelação dos EUA, instancia judicial abaixo apenas da Suprema Corte, acaba de reconhecer sob irados protestos de Trump, a ilegalidade das decisões relativas ao tarifaço, fixando prazo para que sejam revogadas. O STF de lá, em função de recurso, dará a palavra final sobre o tema. Que Deus ilumine os doutos Ministros.

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

 

Antissemitismo e Estado da Palestina


 

*Cesar Vanucci

 

“Catálogo interminável de horrores” (Antônio Guterres, Sec. Geral da ONU.)

 

 

A boa convivência social recomenda enfaticamente não se perder de vista jamais as propostas humanísticas e espirituais que conferem dignidade à vida. O antissemitismo é algo intolerável e execrável. O racismo e o anti-islamismo também. A consciência humana repudia igualmente toda e qualquer aversão, manifesta ou dissimulada, que se nutra a alguém ou a grupos específicos por conta de suas crenças religiosas, hábitos culturais, etnias e gênero.

Criticar com veemência o horror de Gaza não é antissemitismo. Deplorar a mortandade cruel provocada pelo bombardeio incessante, que acontece no maltratado território, não é antissemitismo. Registrar que há gente, milhares de crianças inclusive, morrendo de fome e que o total de jornalistas mortos naquelas paragens é superior aos das duas guerras mundiais não é, pela mesma forma, antissemitismo. Clamar por cessar fogo que favoreça a entrada de ajuda humanitária imprescindível, que liberte os indefesos reféns e que possa conduzir os litigantes à mesa de negociações, como vem sendo feito, aliás, por multidões israelitas nas ruas de Telavive, não é antissemitismo. Pedir seja aberta uma trégua nas insanas hostilidades, como fez o Conselho de Segurança da ONU com um único voto contrário, o dos EUA, não é positivamente antissemitismo. Exigir, como faz a Comunidade das Nações, a implantação do Soberano Estado da Palestina, lado a lado do soberano Estado de Israel, não é, decididamente, antissemitismo.

Tudo quanto dito acima é o próprio óbvio ululante. Mas, o óbvio ululante carece ser dito e repetido em momentos obnubilados pela falta de diálogo, discordâncias passionais, adulteração do sentido das palavras e do significado das coisas.

As lideranças globais mais esclarecidas, conectadas com o verdadeiro sentimento universal mostram-se convictas, não é de hoje, do que é preciso ser feito no tocante à solução do angustiante drama de Gaza. O radicalismo de feição fundamentalista opõe-se, com ações terroristas de um lado e virulenta repressão de outro lado, às propostas carregadas de esperança que possam pôr fim ao pavoroso conflito. O cessar fogo, a soltura imediata dos reféns seguida de conversações coordenadas pela ONU, constituem  medidas indispensáveis e urgentes, ditadas pelo bom senso, almejadas ardentemente pela sociedade de nossos tempos. O alvo maior a ser alcançado, dentro destes generosos anseios, é a constituição do Estado da Palestina, abrangendo a faixa de Gaza e a Cisjordânia. Para que isso possa se consolidar será necessário, evidentemente, que a Comunidade das Nações estruture, inicialmente, um sistema de controle dos referidos territórios até que a Autoridade Palestina esteja em condições plenas de assumi-los.

Jornalista (cantonius1aa@yahoo.com.br)

Surto atrás de surto

 


 

*Cesar Vanucci

Washington é tão violenta quanto Brasília” (Donald Trump)

 

1 em recente surto autoritário, Trump decretou estado de emergência em Washington , classificando a Capital como uma das cidades mais violentas do mundo equiparável a Brasília... Deslocou tropas para enfrentar eventuais desordens e abusos que estariam sendo cometido pelos “sem teto”. A imprensa estadunidense definiu o ato como despropositado, lembrando que os índices de violência estão bem abaixo da delirante imaginação do presidente. Surgiu também na avaliação jornalística a suspeição de que a tresloucada medida objetivou retirar do foco das atenções a escabrosa narrativa sobre os crimes sexuais praticados pelo magnata, amigo do Presidente, que cometeu suicídio ou foi suicidado na prisão. A suposta violência urbana em Washington e Brasília arguida por Trump, talvez possa ser “explicada” pelas tentativas golpistas cometidas após as eleições que alijaram do poder, lá e aqui, personagens inconformados com as derrotas sofridas nas urnas.

 

2 Não há como não qualificar de alarmante o grau de fanatismo ideológico introduzido nos elevados escalões governamentais norte americanos da “era Trump”. O Secretário da Defesa, segundo na hierarquia de comando da maior força militar do planeta, destacou com louvores, em publicação do Pentágono, a manifestação de dois clérigos de uma seita religiosa. A manifestação em causa diz respeito ao “papel de submissão resignada” atribuído à mulher no contexto bíblico. Segundo os religiosos, pessoas do sexo feminino não devem ocupar cargos de chefia em qualquer organização, nem tão tampouco votar em eleições. Vão mais longe ainda: o voto eleitoral deveria ser um único por família, exercido, naturalmente, pelo homem da casa. Minha nossa! A hipótese desses “doutos” conceitos derivarem de “cátedra talibã” do Afeganistão não deve ser descartada...

 

3 Depois do PIX e do varejo da Rua 25 de Março de São Paulo, Trump aponta também o Programa do governo brasileiro “Mais médicos” como  ameaça aos “respeitáveis interesses” dos EUA. Em razão disso, noutro incontrolável surto, determinou fossem negados vistos de entrada em seu país aos conceituados técnicos que conceberam e colocaram em execução o aplaudido trabalho de interiorização de assistência médica levado a rincões remotos deste nosso país continental. Cabe sublinhar, com júbilo, que o numero de médicos que participam do Programa hoje é superior a 30 mil, 86 por cento deles genuinamente brasileiros. Além dos técnicos foram atingidos também pelas “sanções” de El Rei, o Ministro Alexandre Padilha, esposa e filha menor. Consta ainda que o psiquiatra de plantão no Salão Oval da Casa Branca foi quem conseguiu dissuadir Trump de estender o veto de entrada nos EUA aos vizinhos do quarteirão onde se acha localizada a moradia do titular da pasta da saúde.

 

Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

 

sexta-feira, 25 de julho de 2025

As maravilhas naturais do Norte de Minas

  

*Cesar Vanucci

“Registro quase indestrutível para a posteridade.” (Escritor, J.A.Fonseca)

 

O Parque Nacional do Peruaçu, com suas 250 cavernas de fulgurantes ilustrações pré-históricas e cânions deslumbrantes, foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade. Remeto o leitor a considerações aqui feitas, 20 anos atrás, sobre a fascinante paisagem entre Montalvânia, Januária, Itacarambi e São João das Missões.  

Antônio Lopo Montalvão – contei na ocasião - foi homem obstinado de ideias arejadas. Não esmoreceu no esforço de colocar a região de Montalvânia, cidade da qual foi fundador, num lugar de relevo no mapa arqueológico, atraindo atenções para investigações científicas no território, inserindo-o na trilha dos grandes enigmas da Historia. O vale oferece aos estudiosos de fenômenos insólitos cenário fantástico. Quem conhece as maravilhas estampadas nas paredes das grutas parte logo para compara-las, em grandiosidade, com a Val Del Mônica, Itália, Tasilli, África e Lascaux, França. Só que tem uma coisa: O Parque não dispõe de infraestrutura adequada para fluxos turísticos.

Produzi, no antigo CBH, reportagens sobre o tema. Exibi filme com imagens captadas por Carlos Alberto Teixeira de Oliveira, ex-presidente do BDMG. Parte das imagens, a exemplo do que pode ser intuído de cenas vistas em Lagoa Santa, suscita interrogações intrigantes sobre o tipo de evento e de mensagem que os artistas das cavernas pretenderam transmitir. Mentes imaginosas não encontram dificuldades em encaixar os registros milenares na linha das especulações propostas por autores como Van Deniken e J.J.Benitez. O que é apontado, por alguns, como um “deus” cultuado por civilização primitiva é interpretado, por outros, como o um astronauta flutuando no espaço. E assim vai...

Montalvão denominava o soberbo conjunto de gravuras em rocha viva de “bíblia de pedra”. Para J.A.Fonseca, autor de livros com foco em temas transcendentes, “os desenhos sugerem mensagens de importantes acontecimentos de passado longínquo, não registradas pela história.” Confessa ainda ter sido tomado de pasmo, sentindo-se “garroteado intelectualmente, diante dos símbolos gravados, em grande profusão, na rocha”. Explica a sensações: é que se encontra ali concentrada “grande quantidade de imagens, em aparente “confusão”, algumas apresentando caracteres humanos, outras zoomorfas, símbolos e formas desconhecidos, como se alguém quisesse guardar um grande mistério, uma história de dor ou de grande apreensão, ou mesmo um manancial de conhecimentos perdidos, para que os homens de uma época futura pudessem resgatá-los.” Fonseca resume as impressões colhidas nas numerosas cavernas numa frase: “marcas espetaculares em pedra bruta, como um registro quase indestrutível para a posteridade.”

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

terça-feira, 15 de julho de 2025

O Amor, segundo Einstein

 

*Cesar Vanucci

                                                           “O Amor é Deus e Deus é Amor” (Albert Einstein)

 

No final dos anos 80, Lieserl, a filha do célebre Albert Einstein, doou numerosas cartas escritas por seu pai à Universidade Hebraica, com o pedido de não torná-las públicas até que duas décadas se passassem da morte do cientista. O texto que se segue, de refulgente atualidade, é uma delas.

"Quando propus a teoria da relatividade, muito poucos me entenderam, e o que vou agora revelar a você, para que transmita à humanidade, também chocará o mundo, com sua incompreensão e preconceitos. Peço ainda que aguarde todo o tempo necessário - anos, décadas, até que a sociedade tenha avançado o suficiente para aceitar o que explicarei em seguida para você. 

Há uma força extremamente poderosa para a qual a ciência até agora não encontrou uma explicação formal. É uma força que inclui e governa todas as outras, existindo por trás de qualquer fenômeno que opere no universo e que ainda não foi identificada por nós.Esta força universal é o AMOR. Quando os cientistas estavam procurando uma teoria unificada do Universo esqueceram a mais invisível e poderosa de todas as forças. O Amor é Luz, dado que ilumina aquele que dá e o que recebe. O Amor é gravidade, porque faz com que as pessoas se sintam atraídas umas pelas outras. O Amor é potência, pois multiplica (potencia) o melhor que temos, permitindo assim que a humanidade não se extinga em seu egoísmo cego.

O Amor revela e desvela. Por amor, vivemos e morremos. O Amor é Deus e Deus é Amor. Esta força tudo explica e dá Sentido à vida. Esta é a variável que temos ignorado por muito tempo, talvez porque o amor provoca medo, sendo o único poder no universo que o homem ainda não aprendeu a dirigir a seu favor.

Para dar visibilidade ao amor, eu fiz uma substituição simples na minha equação mais famosa. Se em vez de E = mc², aceitarmos que a energia para curar o mundo pode ser obtido através do amor multiplicado pela velocidade da luz ao quadrado (energia de cura = amor x velocidade da luz ²), chegaremos à conclusão de que o amor é a força mais poderosa que existe, porque não tem limites. 

Após o fracasso da humanidade no uso e controle das outras forças do universo, que se voltaram contra nós, é urgente que nos alimentemos de outro tipo de energia. Se queremos que a nossa espécie sobreviva, se quisermos encontrar sentido na vida , salvar o mundo e todos os seres sensíveis que o habitam, o amor é a única e a resposta última. 

Talvez ainda não estejamos preparados para fabricar uma bomba de amor, uma criação suficientemente poderosa para destruir todo o ódio, egoísmo e ganância que assolam o planeta. No entanto, cada indivíduo carrega dentro de si um pequeno, mas poderoso gerador de amor, cuja energia aguarda para ser libertada. Quando aprendermos a dar e receber esta energia universal, provaremos que o amor tudo vence, tudo transcende e tudo pode, porque o amor é a quintessência da vida."

Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

 

A solução é o diálogo, sem chantagem.


 

*Cesar Vanucci

 

“Queremos resolver o problema o mais rápido possível” (Vice-Presidente Alckmin)

 

 

Avaliada pelo prisma Jurídico-legal a questão mostra-se plenamente equacionada, como não? A manobra de Trump, definida por seu compatriota, Paul Krugman, Nobel de economia, como maligna chantagem, não surtiu os efeitos desejados. A consciência cívica de nossa gente soube reagir, no tom de indignação adequado, diante da subversiva proposta para paralisação do julgamento dos golpistas, a exemplo do que ocorreu nos Estados Unidos em circunstâncias análogas, onde o mentor do ataque às instituições democráticas não foi julgado e permanece impune.

Um país cioso de sua soberania, de vivência democrática pujante, que nem o Brasil, não pode, obviamente, curvar-se a imposições externas abomináveis que alvejem os sagrados valores que enobrecem a nacionalidade.

É sumamente confortador perceber que, à volta do caso em tela, agigantou-se no seio da opinião pública um magnífico coral de vozes afirmativas, com manifestações solidarias de outras partes do mundo, contrariamente a essa solerte interferência nas atividades políticas brasileiras. Neste formidável coral só não estão representados alguns grupos minoritários intoxicados de fanatismo ideológico ou pela síndrome da “viralatice”. Houve até quem, não se vexasse em expressar  opinião com boné na cabeça contendo palavra de ordem do “xerife” da Casa Branca.

Bem assimilado no sentimento nacional o conceito de que a questão do julgamento dos conspiradores brasileiros não se apresta a negociações, o que resta agora é pelas vias corretas da diplomacia, estabelecer conversações maduras e civilizadas em torno do malsinado tarifaço. É o que alias fazem neste preciso momento dezenas de países “aquinhoados” com taxas exageradas sobre seus produtos sem, todavia, a pérfida motivação política constante da “carta” enviada ao Brasil. O dialogo será o instrumento utilizado na busca de uma solução harmoniosa, se possível para essa pendência nascida de arroubo maluco. O governo dispõe regulamentada e concedida pelo congresso, a chamada “Lei da Reciprocidade”. Esgotadas as possibilidades de equacionamento do problema através de contatos diplomáticos e empresariais, expendidos à exaustão, o Brasil não hesitará em aplicar os dispositivos legais ao alcance. A construção do esquema de negociação, sob a coordenação do Vice-Presidente, Geraldo Alckmin, vem sendo meticulosamente estruturada. As classes produtoras foram chamadas a participar dos entendimentos e se mostram confiantes de que se possa ser firmado um consenso verdadeiramente representativo do pensamento Nacional relativo ao assunto. Soa de forma dissonante o comportamento do Governador Tarcisisio de Freitas tentando pegar carona com fitos eleitoreiros, na agenda em debate, o que é criticado até mesmo pelo Clã bolsonarista. Vejam só.

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

A megalomania de Trump

 


 

*Cesar Vanucci

“A ação maligna de Trump dá motivo a impeachment”(Nobel de economia, Paul  Krugman .)

 

Acometido de novo surto de megalomania, Sua Alteza Real, autoproclamado Imperador Trump I, afrontou mais uma vez o Direito Internacional e os valores que recobrem de dignidade a aventura humana. O Brasil foi desta feita, o alvo do iracundo atentado.

O “édito” estipula tarifaço de 50 por cento para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, a partir de 1° de agosto.  A “justificativa” apresentada, em insolente recado ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, via plataforma digital, foi de conteúdo político inimaginável, aberrante a mais não poder, algo jamais registrado no relacionamento entre países democráticos no mundo civilizado. Trump começou por mentir descaradamente ao sublinhar que o Brasil estaria desfrutando de especial regalia nas transações comerciais com seu país, quando a realidade aponta saldo superavitário a favor dos EUA, há mais de década. Com a arrogância que o notabiliza, o ocupante da Casa Branca, disse com todas as letras, pontos e vírgulas, que o gravame imposto aos nossos produtos decorre – pasmo dos pasmos! – “do tratamento injusto” que o governo e o STF dispensam ao ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo ele um “grande defensor da democracia”... Arguiu ainda que a Justiça de nosso país se contrapõe à liberdade de expressão nos domínios das redes sociais, prejudicando empresas americanas que atuam no setor.

Cercado de estupefação global o anuncio provocou, como não poderia deixar de ser, estrondosas reações, compreensivelmente de repulsa vigorosa em todos os setores da vida nacional. Vozes isoladas movidas por cega paixão ideológica, opuseram-se ao sentimento popular aflorado, diante dos acontecimentos narrados. A manifestação oficial do Governo soube interpretar com fidelidade esse sentimento ao expressar que o Brasil é um país Soberano, Democrático, que não aceita ser tutelado e que as questões institucionais e jurídicas do interesse Nacional são exclusivamente equacionadas pelos Poderes Legalmente Constituídos. O Chefe do Governo proclamou alto e bom som, que o país respeita os outros e exige ser, pelos outros respeitado, e que não hesitará, se preciso for, em aplicar a “A Lei da Reciprocidade”, no caso de malogro das tentativas diplomáticas no sentido de se achar solução para o impasse criado pelo prepotente mandatário americano.

A descomunal proporção da chantagem praticada contra o Brasil levou numerosos personagens de respeitabilidade mundial a se manifestarem. Caso, por exemplo, de Paul  Krugman, Nobel de economia, que entre outras palavras de condenação ao seu compatriota Tramp, sustentou que pelo abuso de agora o Chefe do Governo dos Estados Unidos deveria ser afastado das funções pelo Congresso.

O ato terrorista comentado faz jus a mais considerações.

Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

Justificados temores

 

*Cesar Vanucci

“O mundo corre o risco de decisões impulsivas com consequências catastróficas” (Domingos Justino, educador)

 

A possibilidade de uma 3º Guerra Mundial é preocupação em momentos de tensão geopolítica, como os que vivemos. Conflitos armados em diferentes partes do mundo, a intensificação da rivalidade entre grandes potências e o avanço de tecnologias bélicas cada vez mais destrutivas alimentam o debate sobre a viabilidade de um confronto global.

Historicamente, as grandes guerras tiveram origem em disputas territoriais, nacionalismos exacerbados e alianças militares rígidas. Hoje, embora o cenário seja mais interconectado economicamente, fatores semelhantes ressurgem sob novas formas. A guerra na Ucrânia, as tensões entre China e Taiwan, os conflitos no Oriente Médio e o crescimento do armamentismo nuclear reacendem temores de uma escalada fora de controle.

Um elemento novo no contexto é a guerra híbrida, que combina ações militares convencionais, ciberataques, campanhas de desinformação e guerra econômica. Essas ferramentas tornam o conflito menos visível, mas não menos perigoso. Além disso, a proliferação de armas nucleares e a imprevisibilidade de alguns líderes globais aumentam o risco de decisões com impactos catastróficos.

No entanto, apesar das tensões, a hipótese de uma Terceira Guerra ainda é considerada improvável por muitos. Isso se deve, em parte, à dissuasão nuclear - o chamado “equilíbrio do terror” - e à interdependência econômica entre países, que torna o custo de uma guerra altíssimo para as partes envolvidas. Além disso, organismos multilaterais como a ONU, embora enfraquecidos, ainda exercem papel importante na contenção de crises.

Por outro lado, o mundo vive momento de transição na ordem internacional, com os EUA enfrentando o desafio de uma China em ascensão e um bloco multipolar em formação. Essa instabilidade, combinada à ascensão de governos autoritários e nacionalistas, pode tornar o sistema global mais volátil e propenso a erros de cálculo.

Em suma, embora não estejamos necessariamente às portas de uma nova guerra mundial, os sinais de alerta estão presentes. Manter o diálogo diplomático, fortalecer instituições internacionais e promover a cooperação entre nações continuam sendo os principais antídotos contra um conflito de escala global. O futuro, como sempre, dependerá das escolhas feitas no presente. Mas de qualquer modo, é bom ter em mente que o risco maior está nos erros de cálculo. Não é necessário que haja intenção de guerra. Basta uma sequência de decisões erradas ou mal interpretadas entre potências para que um conflito se torne inevitável.

As “aspas” que abrem e fecham o comentário acima explicam que se autor é outro, que não este desajeitado escriba. O texto foi redigido em 12 segundos pela I.A. As perspectivas mostradas causam justificados temores. A Inteligência Artificial também.

Jornalista cantonius1@yahoo.com.br

Bate boca dos “inimigos íntimos”

 


 

*Cesar Vanucci

“Sem minha ajuda, Trump jamais se elegeria” (Elon Musk)

 

A trégua foi inesperadamente rompida.

Mas, atenção, não se está falando aqui de um desses apavorantes conflitos bélicos espalhados por diferentes rincões de nossa mal trada Aldeia Global. A guerra em foco é outra, marcada por singular ferocidade retórica. Envolve dois cidadãos famosos, muito arrogantes e de egos superinflados. De um lado coloca-se o dirigente político mais poderoso do mundo, Donald Trump. Do outro lado, o homem mais rico do mundo, Elon Musk. Como se recorda, ambos caminharam lado a lado na recém-finda campanha presidencial estadunidense. Parceiros inseparáveis trocavam loas a três por quatro. O bilionário foi convocado pelo Presidente para sua principal assessoria. Mal iniciada a gestão, sem mais essa nem aquela, de repente, não mais que de repente, se estranharam. Passaram a dizer cobras e lagartos, um do outro. Dissolveram a “sociedade” e com a intervenção da “turma do deixa disso” comprometeram-se a um distanciamento respeitoso, o compromisso firmado durou pouco. Voltaram a se atracar no ringue verborrágico com “golpes abaixo da cintura”. Musk disse que o ex-amigo participou de escândalo sexual que anda rendendo vistosas manchetes e desmascarando figurões do “café soceity” americano. Disse mais: a política econômica adotada pelo ocupante da Casa Branca irá arrastar o país ao desastre. A propósito, análises econômicas recentes corroboram, de certa maneira, a previsão do dono da rede “X”. A dívida publica americana, estimada em 38 trilhões de dólares, corresponde a 140 por cento do PIB do país.

 Trump, em represália, afirmou que seu ex-leal aliado é usuário de drogas pesadas e que está pensando, seriamente, em retirar-lhe a cidadania e deporta-lo para a pátria de origem,  África do Sul. Asseverou também estar disposto a cancelar contratos rendosos que as empresas de Musk mantêm com entidades governamentais dos EUA.

Dá até calafrio na espinha pensar que esses dois personagens são detentores de poderes capazes de influenciar os destinos de todos nós!

Além desse nauseante entrechoque verbal das duas celebridades, numerosas aberrações jurídicas e institucionais acumulam-se na trajetória de Trump, que ainda não concluído o primeiro semestre do mandato. Cuidemos de listar algumas: Guerra fiscal alucinada, quebrando sólidas estruturas econômicas; impiedosa “caça às bruxas” no caso das deportações; desrespeito contumaz a decisões da justiça; guerra aberta à Ciência e Universidade; pretensões expansionistas territoriais; encarceramento de imigrantes em prisões de países de outras nacionalidades. Implantação de presídio exclusivo para imigrantes em área pantanosa, a que deu o nome de “Alcatraz do crocodilo”. E por vai...

Relembrando Shakespeare: “É loucura, mas há método!” 

 Jornalista(cantonius1@yahoo.com,br)

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Nunca houve tanta guerra


 

*Cesar Vanucci

“O mundo entrou em um caos imprevisível” (Antônio Guterres, Sec. Geral da ONU)

 

Os “Senhores da Guerra” notabilizam-se pela arrogância, crueldade e embriagadora autossuficiência.

 O tzar da Rússia, Vladimir Putin declara-se favorável a um cessar-fogo na Ucrânia desde que o país invadido – vejam só o descarado cinismo - concorde com a anexação dos 20 por cento do território ocupados pelas tropas russas. De outra parte, dispõem-se, “condescendente e magnanimamente a devolver 10 das 400 crianças ucranianas sequestradas no começo da guerra. Quão macabro isto soa. santo Deus!

Já Benjamin Netanyahu, 1º Ministro de Israel, tanto quanto Putin enquadrado pela Corte Internacional de Haia em crime de lesa humanidade, continua a responder com imperturbável insensibilidade ás criticas e condenações que no mundo inteiro são feitas á forma com que se conduz na  guerra travada em Gaza. Dentro de seu próprio país, lideranças políticas, militares e religiosas, com respaldo da opinião pública e imprensa, expressam acerba reprovação aos desatinos diuturnamente praticados. O mal tratado território palestino transformou-se numa terra de famintos que circulam por vasto cemitério e pilhas de ruínas, onde ajuda humanitária sofre severas restrições, sendo por vezes até escorraçadas. Tréguas, libertação de reféns, saídas de moradores acuados dos lugares conflagrados, nada disso é permitido pelos implacáveis “Senhores da Guerra”. A amarga sensação que paira no ar é de impiedosa punição coletiva.

Na sempre convulsionada Síria, o jihadista  Ahmed Hussein al-Shar’a assumiu o poder após a deposição do ditador Bashar al-Assad, exilado na Rússia. Egresso dos famigerados Estado Islâmico e Al Qaeda, ele foi elogiado por Donald Trump num encontro que ambos mantiveram nos Emirados Árabes. Extravasando seu instinto violento, colocou em marcha  feroz perseguição a grupos e etnias que não rezam pela sua cartilha de radical religioso, promoveu ataque silencioso e sectário, conforme descrição de analistas confiáveis, ás comunidades alauítas e cristãos, debaixo da indiferença das grandes lideranças políticas mundiais.

Na África esquecida dos homes e até dos próprios Deuses, o Sudão vive crise de fome e  deslocamento de populações, considerada a mais catastrófica da história contemporânea. A guerra civil, que está entrando no terceiro ano, já produziu dezenas de milhares de mortes e quatro milhões de refugiados. De um lado, o exército. Do outro, grupo de paramilitares.  As duas forças enfrentam-se em conflitos marcados pela barbárie, provocando tensões regionais fortíssimas, devido, sobre tudo, ao êxodo dos sudaneses em fuga.

Etiópia, Iêmen, Mianmar, Armênia, Azerbaijão, Afeganistão, entre outros são palcos de contendas virulentas produzidas pelos Senhores da Guerra. Desde a 2º Guerra Mundial nunca houve tanta guerra a um só tempo.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Não às guerras



*Cesar Vanucci



Nunca houve uma guerra boa, nem uma paz ruim”. (Benjamin Franklin)

 

 

Primeiro, Francisco. Depois, Leão XIV. O vigoroso brado pela Paz, emitido pela Cátedra sagrada, encontra receptividade calorosa nas mentes e corações fervorosos. Não consegue, toda via, transpor a blindagem dos insensíveis e embrutecidos “Senhores da Guerra”, nem de seus empedernidos vassalos, os armamentistas. Insuflados por paixões cegas, gana insaciável pelo poder, fanatismo de teor religioso e político exacerbado, ambição desmesurada por ganhos fáceis, estas forças obscurantistas, despojadas de qualquer resquício de humanidade, fazem ouvidos moucos, aos apelos provindos de todas as partes, no sentido de um  “cessar-fogo”, do diálogo, de conversações que possam buscar formas de conciliação e convivência civilizada

Gaza, Ucrânia, Sudão, entre outras inúmeras regiões conflagradas em nossa maltratada Aldeia Global, despontam como referências apavorantes dos descaminhos trilhados por lideranças e grupos em desarmonia com o sentido da vida.

Se o “Não às guerras” das alocuções pontifícias e de outras vozes verdadeiramente representativas do sentimento do mundo pudesse orientar as decisões políticas da história contemporânea, o ser humano, moldado à imagem e semelhança de Deus, como rezam as Escrituras, poderia atingir os desejáveis patamares de bem estar social descortinados no projeto da Criação. Os conflitos espalhados por este mundo do bom Deus, onde o tinhoso costuma plantar seus traiçoeiros enclaves, dizimam vidas preciosas e reduzem a escombros frutos grandiosos nascidos do labor humano. Os valores pecuniários empregados na destruição são de tal monta que chegam a suplantar os PIBs acumulados de vários países. Caso deslocados para fins de construção, tais recursos poderiam, em curto espaço de tempo, por fim a praticamente todas as mazelas de ordem social que aviltam a dignidade e tanto enfeiam a paisagem humana de nossos tempos.

Compreendido como “Sim à Paz”, o “ Não à guerra” implica na imediata paralisação das atrocidades cometidas nos campos de batalha. Em mesas de negociações que proporcionem consensos entorno de questões apontadas como causa dos confrontos armados, pactos de não beligerância sob supervisão da Comunidade das Nações, representada, naturalmente, por uma ONU fortalecida e respeitada pelos Estados membros. Poderá alguém argumentar, face ao que está sendo lido, que tudo isso é irrealizável. Não passa de Utopia. O contra-argumento, caldeado na esperança, este impulso heroico da alma, enfatiza que as utopias são necessárias para quebrar a aridez de momentos adversos da aventura humana.

A mensagem dos Pontífices precisa ser ouvida. “Não à guerra” com seu cortejo de horrores!

A SAGA LANDELL MOURA

Beto nunca mais voltou

  * Cesar Vanucci “ Carlos Alberto de Freitas, Beto, você ia adorar estar aqui conosco... "(  Dilma Rousseff , na   posse como Pr...