*Cesar Vanucci
“Cuidar do meio ambiente é zelar pelo ambiente inteiro” (Antônio Luiz da Costa, educador)
E agora? O que fazer quando as cheias cederem, as águas baixarem, o nível dos rios cair, os temporais e desabamentos cessarem, a caudal impetuosa que manteve cidades inteiras submersas finalmente desaguar no mar? O que fazer quando os moradores retornarem aos seus lares e se depararem com os rastros de destruição deixados pelas tormentas? Como definir, em meio ao turbilhão de problemas, as prioridades a serem atacadas no descomunal esforço de reparações exigidas pela hecatombe climática?
Quando a apavorante amostra diluviana se
desfizer e a gigantesca operação de reconstrução puder ser desencadeada, o
Brasil terá que saber utilizar, numa empreitada de não curta duração, o melhor
de sua vontade política, de seu engenho técnico, de sua capacidade
administrativa a fim de que sejam alcançados em plenitude os resultados
ardentemente almejados. Vai ser preciso multiplicar o trabalho, bem executado e
muito bem acolhido pela opinião publica, dos terríveis momentos emergenciais.
Em tais momentos as atenções estiveram predominantemente focadas, como é obvio
imaginar no resgate de pessoas, na assistência social ampla aos desabrigados. O
“cenário de guerra” em que se transformou parte da província gaucha, inspirou
ações providenciais dos Poderes Públicos (Governos e Congresso), envolvendo
medidas bastante satisfatórias no ponto de vista do respeitável interesse comunitário.
Na tarefa hercúlea à nossa frente, face ao maior desastre ecológico ocorrido no
país, impões-se que a eficiência caminhe
de mãos dadas com a urgência. A coordenação geral dos trabalhos terá que se
estribar num planejamento muito consciencioso, meticuloso capaz de garantir
sustentação a um ritmo febricitante de obras. As novas edificações, a eventual
mudança de lugar de residências e até mesmo de cidades, como se está prevendo,os
planos de contingência e de adaptação terão que compreender projetos irrepreensivelmente
elaborados. O mesmo há que se dizer dos possíveis novos traçados rodoviários. A
chama da fé, esperança, espírito de resiliência e estoicismo demonstrados até
aqui pelos compatriotas do Sul, confortados na magnífica solidariedade do povo
brasileiro, das instituições publicas e privadas, carece ser mantida na complexa batalha que se avizinha de
soerguimento das estruturas devastadas. Faz-se imperiosa a observância, nas numerosas
frentes do trabalho a ser executado, de rigoroso critério orçamentário, bem
como impecável consistência técnica, como medida preventiva para o caso de
eventuais fenômenos climáticos indesejáveis. Está claro que as obras de
engenharia, os maquinários, as plantações, os rebanhos compõem um todo
muitíssimo precioso no processo da reconstrução. Mas o que não pode deixar de
ser levado em conta, privilegiadamente, é o ser humano. Ele terá que ser
colocado no centro de convergência das decisões. Nada poderá ser feito sem a
preocupação, em primeiríssimo lugar, com seu bem estar.
Quanto ao mais, a situação reclama
competência e presteza. O Rio Grande do Sul tem pressa, muita pressa. O Brasil
também.
Nem bem foram ainda contabilizados os
estragos provocados pelo “El Niño” e já podem ser vislumbrados nos horizontes
os sinais amedrontadores da “La Niña”. Segundo explicam os especialistas em
questões climáticas, trata-se de uma nova onda de intempéries potencialmente prejudicial
às regiões atingidas. Que os bons ventos a afastem de nossa direção!
Jornalista
(cantonius1@yahoo.com.br)
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