segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Depois da copa do Qatar

 

                                                                                                                                                  *Cesar Vanucci

“Brasileiros renderam-se à genialidade de Lionel Messi” (Anna Mayã, poeta)

1) Copa do Mundo

A seleção – que pena! – Não é mais aquela. Com participação descolorida da seleção brasileira na Copa do Qatar, o futebol brasileiro viu-se – meio dorido confessar- rebaixada de nível entre as potencias que copõe a elite do “esporte das multidões”. A expectativa de conquista de titulo esvai-se a cada torneio realizado. O excrete não tem conseguido reviver os momentos gloriosos do passado. Não mais transmite a empolgação que eletrizava brasileiros e torcedores de outras plagas.

Considerando que os gramados brasileiros são, reconhecidamente, um celeiro de craques, como costumam dizer os comentaristas, é de se imaginar que o processo de convocação e treinamento dos atletas esteja reclamando mudanças viscerais. Como sugerem muitos apreciadores das coisas do ludopédio, a fórmula ideal de se compor grupo com real capacitação para representar com mais competência nosso futebol nas competições mundiais, consista talvez na convocação tão somente de jogadores que atuem nos campeonatos nacionais e que possam ser acompanhados em sua preparação com faixa de tempo maior e que leve a um melhor entrosamento. Contando com valores recrutados, como dito acima, apenas nos clubes que estejam disputando regularmente os campeonatos promovidos nos estádios do país, a seleção assim constituída participaria de jogos a intervalos não muito longos com outras seleções e clubes. O comando técnico poderia, em tais circunstancias aquilatar devidamente as reais características e potencialidades individuais dos atletas. Isso favoreceria integração mais adequada do grupo.

Vale recordar, a propósito, o que sucedeu com a vitoriosa seleção de 1970, a do tri. Ela representava com legitimidade o que havia de melhor no futebol brasileiro, diferentemente do que tem ocorrido com os excretes dos dias de agora.Nomes como Pelé, Rivelino, Tostão e Carlos Alberto Torres faziam a festa e enchiam de encantamento os olhares dos torcedores nos times em que jogavam, aqui mesmo no Brasil. Não havia a presença, como passou a suceder de tempos a esta parte, de atletas da chamada “legião estrangeira”. Todos jogavam no Brasil, o que criava grande empatia com o torcedor. Qualquer pessoa na rua dizia de cor a escalação do time, inclusive dos times onde cada atleta daquela seleção atuava.

2) A seleção argentina com Messi traçando coreografia impecável dentro das quatro linhas, galgou galhardamente o primeiro lugar no pódio da Copa do Qatar. Surpreendeu-nos perceber que a torcida brasileira manifestou-se majoritariamente favorável ao time de “lós hermanos” . O jornalista Ariel Palácios, dono de cultura enciclopédica, correspondente da GloboNews em Buenos Aires, relatou dias atrás saborosa historieta relacionada com a conquista do tri. Seguinte: em 1986, antes do torneio mundial realizado no México, paredros e atletas portenhos estiveram em

peregrinação num santuário dedicado a Nossa Senhora, que atrai, permanentemente, intensa veneração popular. Comprometeram-se, na ocasião, ali voltarem após as disputas, caso delas se sagrassem vencedores. Prometeram, mas não cumpriram. Criou-se a partir dali, a desagradável sensação de que o descumprimento da promessa estava a impedir o acesso ao almejado 3° troféu. Antes, agora, da copa do Qatar, um grupo de representantes do futebol argentino achou de bom alvitre fazer uma visita ao mesmo santuário, com fito de redimir-se da falha cometida no passado. Parece que a iniciativa surtiu efeito. E pelo que já se sabe, em breve, os campeões mundiais de 2022 estarão sendo convocados pela associação de futebol da Argentina a empreenderem uma nova peregrinação ao santuário em questão. Não é pra menos...

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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