sábado, 24 de setembro de 2022

Sonetos de um cavalariano andante

 

Sonetos de um cavalariano andante

 

                                                        *Cesar Vanucci e Maria Inês Chaves de Andrade

 

“O texto poético tende a ser tão peculiar quanto o estado de alma do autor”.

                                                (Jair Barbosa da Costa)

 

É sempre enlevante a leitura dos escritos de Jair Barbosa da Costa, seja em verso ou prosa. Mestre consagrado no ofício das letras, este valoroso acadêmico dos quadros associativos da Academia Municipalista de Letras  de Minas Gerais (AMULMIG) e da Academia João Guimarães Rosa da Polícia Militar, além de outras respeitáveis instituições culturais, presenteia-nos, amiúde, com peças literárias da melhor supimpitude, alegrando e encantando instantes de recreação e reflexão das pessoas fissuradas na arte da comunicação.

Em seu recente livro “Sonetos de um cavalariano andante”, o apreciado poeta e escritor, também festejado nas rodas intelectuais como crítico literário, faz aflorar lírica pujante em versos como estes: “O perfume vem da flor, sem qualquer rota de fuga, nesse ambiente de amor ”; “ O arco da esperança não é de Deus? Restauram-se a alegria e a ilusão para quem vive a fé, mirando os céus”; “Antes, só escutar sabia, a voz presa na garganta. Ao conquistar a alforria, o seu amor se agiganta.” Vou parando por aqui, com muita coisa ainda a dizer, por certo. Cedo a palavra, agora, à brilhante Acadêmica, filósofa, poeta e escritora Maria Inês de Andrade para que complemente, magistralmente, como é de seu feitio, as considerações acerca da excelente publicação. Ei-la.

 

Beber de sua fronte, eis o que deseja todo berbere em seu oásis - fosse mesmo “talvez” não fosse seguro -, porque, até no fundo do poço, nele as profundidades e as profundezas convivem poeticamente e inspiram. A fonte, então, dele exsurge tão divina quanto não pudesse ser outra e oferece seu bom gosto. Daí, o sentimento lhe aprecia o paladar, este que, à caneta sobre o que lhe cala fundo a boca de silêncio raso, sabe doce bem-falar-o-bem-do bem, benzinho ainda, quando dá grandeza ao amor de suas pequenas, todas as grandes mulheres que, em torno de si, bruxuleiam à sua luz. Ele prova que o que experimenta - prova sobre prova -, merece mesmo ser-nos oferecido de bandeja para que, através de suas palavras, todas elas, ora amargas, outras salgadas, ainda ácidas ou apimentadas, azedas se preciso, agradáveis e meladas quando quer, mas nunca insossas, possamos saber quanto a vida é gostosa. Ele cultiva o léxico cotidianamente tanto quanto cultua cada vocábulo - próprio a quem sabe literatura do dia a dia à eternidade -, para nos dar, estes cultos de todos os cultos e incultos também, as palavras todas e por isso escreve, como agora escreveu Sonetos de um Cavalariano Andante. Assim, depois de uma última volta, o aventureiro errante retorna atrevido como sói mesmo ser e irrompe promessa rota, por coerência com a energia vital que represa e se comporta. Agora, nem Allegro a mim me diria tanto, como Moderato não seria ele para dizer de si, quando andante assume, então, o tempo de sua poesia e perfeito revela nosso cavaleiro a passo certo, já que antes, um cavalheiro a cavalo, verdadeiramente.  O dom da escrita é-lhe virtude e o tratamento que merece de todos nós a si adere pronome para que o Excelentíssimo Coronel Jair Barbosa da Costa apresente-se como é, exatamente assim, excelência em seu ofício de poeta, arrimando em rima o fundamento de uma história inteira, literal e literariamente, tão linda de se contar quanto se contam lindos, um a um, todos os seus escritos.

 

*Maria Inês de Andrade é membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais

Cesar Vanucci, jornalista, Presidente emérito da AMULMIG

                                                                                                                                Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

 

Nenhum comentário:

A SAGA LANDELL MOURA

O instinto belicoso do bicho-homem

                                                                                                     *Cesar Vanucci Faço um premente a...