sábado, 24 de setembro de 2022

 

Flagrantes da hora

*Cesar Vanucci

“Ataques a jornalistas proliferam nas redes”

(“Jornalistas sem Fronteiras”)

1) Apito.

“Apito de cachorro” é jargão usado por cronistas políticos para descrever a atitude de certos indivíduos que se comprazem em imitar jeitos e trejeitos de seus ídolos na vida pública. No debate da BAND, Bolsonaro dirigiu-se de forma desrespeitosa a uma jornalista, acentuando que a mesma representava uma “vergonha” para o jornalismo. Pois não é de se ver que poucos dias transcorridos, num outro debate, envolvendo candidatos ao governo de SP, um parlamentar do PR, ouvindo, por certo, o apito, “latiu” impropério idêntico alvejando a mesma jornalista. A agressão mereceu reprovação ampla da classe jornalística, além de reações com as quais o parlamentar jamais contava. O candidato ao governo, pertencente à mesma legenda, repudiou o procedimento de seu colega. A comissão de ética da AL anunciou a instauração de processo para averiguação da conduta destemperada do deputado. Acrescente-se, a propósito, que os “Jornalistas sem fronteiras” acabam de divulgar haver constatado, nas redes sociais, mais de 30 mil ataques desabridos a jornalistas no exercício de sua função. A profissional de imprensa Vera Magalhães, alvo das desairosas referencias acima comentadas é que maior numero de doestos recebe nesse revoltante bombardeio de sandices. 

2) Orçamento secreto

O orçamento secreto não é apenas uma aberração, ou uma distorção das contas financeiras da União, como querem alguns. Não passa, na verdade, de deslavada maracutaia, tendo laços próximos de parentesco com o mensalão. As coisas a respeito ficam mais graves ainda quando se toma conhecimento, nesta fase pré-eleitoral, a título de execução orçamentária, da liberação antecipada de recursos vultosos programados para o exercício de 2023.  Erva daninha da corrupção ainda prolifera.

3) Refugiados

A chegada ao Brasil de uma leva de refugiados afegãos, entre eles, um ex-ministro de Estado, representa uma pequena amostra do enorme êxodo provocado pelo retorno dos talibãs ao comando político de Cabul. O talibanismo, seita fundamentalista virulenta, fonte matricial do grupo terrorista Al-Qaeda, de Osama bin Laden foi realojada no poder por meio de acordo com o governo dos EUA. O pacto celebrado, entre, até então, arqui-inimigos, foi tido por analistas internacionais como eloquente fracasso diplomático da Casa Branca. A invasão do Afeganistão não só não apaziguo o país como acabou deixando tudo, no final das contas, como estava antes. A população afegã voltou a experimentar o julgo tirânico dos fanáticos talibanistas.

4) Veredicto

A ciência já deu seu inapelável veredicto. As agressões ambientais descontroladas podem desencadear outros surtos pandêmicos mortíferos em curto prazo. Em todos os quadrantes do planeta, pesquisadores constatam sinais alarmantes de desequilíbrios ecológicos, afetando flora e fauna. A situação é de molde a estimular o surgimento de agentes patogênicos, na linha da COVID19, capazes de promover estragos na vida das pessoas.  O cidadão comum presencia, estarrecido, as ações deletérias que se propagam em todos os cantos deste planeta azul, sob olhares complacentes das comunidades e autoridades, tomado de receios quanto às consequências funestas prenunciadas. 

4)Rainha.

Marildinha, 11 anos, ávida de curiosidade pelos lances cotidianos que desfilam ao seu redor, olhar vigilante e ouvido atento, acompanha ao lado dos pais a abundante narrativa televisa acerca das imponentes exéquias de Elizabete II. Às tantas, deixa cair a pergunta: - Quantas vezes a gente morre, hein mãe? Adalgisa, a mãe, intrigada responde: - mas, que pergunta Marilda! A gente só morre uma vez. Marildinha retorna: - Então porque essa rainha não para de morrer?   

Jornalista( cantonius1@yahoo.com.br)

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