Pronunciamentos
palpitantes
Cesar
Vanucci
“A
defesa da soberania brasileira sobre a Amazônia e a reforma da Previdência
são
temas prioritários na linha dos magnos interesses nacionais.”
(Antônio Luiz da Costa, educador)
A
mídia, que tem por costume tratar com estridência exagerada alguns temas
desimportantes, não concedeu a relevância merecida a dois palpitantes
pronunciamentos recentes com foco centrado em questões de magno interesse
nacional. Um deles, alusivo ao projeto da reforma previdenciária. Outro,
relativo aos insofismáveis direitos soberanos do Brasil sobre o dadivoso
território amazônico. Apraz-me reproduzir, neste acolhedor espaço, essas duas
expressivas manifestações, consideradas contribuições inestimáveis no
aclaramento de assuntos que têm tudo a ver com a causa do desenvolvimento
econômico e social brasileiro.
“Amazônia
é do Brasil não da humanidade”, sustenta o general Augusto Heleno, Ministro
Chefe do Gabinete de Segurança Institucional. “Gerenciar a maior floresta tropical
do mundo é um assunto brasileiro e os estrangeiros precisam parar de se
intrometer na Amazônia”, pontua ainda o militar. Ele afirma também repudiar
“essa história de que a Amazônia é patrimônio da humanidade”. Acrescenta, a
propósito: “Isso é uma grande bobagem. A Amazônia é brasileira, patrimônio do
Brasil e tem de ser tratada pelo Brasil em proveito do Brasil.” No entendimento
de Augusto Heleno, “há influência estrangeira na Amazônia, totalmente
desnecessária e nefasta.” Algumas ONGs que ali atuam “servem para esconder
interesses estratégicos, econômicos, geopolíticos, tudo se mistura.”
Outro
pronunciamento que faz jus a especial atenção e reflexão, provém da CNBB –
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Reporta-se à “iníqua proposta de
reforma da Previdência”, classificando-a de lesiva aos interesses dos
segurados. São transcritos na sequência abaixo tópicos expressivos da momentosa
palavra episcopal. Ela veio a lume no encontro dos bispos do país em que Dom
Walmor Chagas, Arcebispo de Belo Horizonte, foi eleito presidente da CNBB.
Os tópicos mencionados: “Os elogios à
proposta divulgados pelos meios de comunicação não são verdadeiros quando dizem
que esta reforma é necessária para o país sair da crise econômica e que sem ela
o atual modelo de seguridade social vai quebrar em pouco tempo. Isto é uma
falsidade para angariar o nosso apoio. A verdade é outra. A reforma correta de
que a Previdência precisa é exatamente o contrário desta que estão propondo.
Esta reforma da Previdência tem que ser firmemente denunciada, pois é a mais
injusta e a mais cruel tentativa de demolição dos direitos dos trabalhadores e
segurados. (...) Se ela vier a ser aprovada, aqueles que hoje dependem do INSS
e os que dele vierem a precisar amanhã, estarão sujeitos a se transformarem em
indigentes, como já acontece em todos os países em que esta falsa reforma foi
feita, como é o caso do Chile. Ao contrário do que apregoam seus defensores, a
proposta de emenda à Constituição nº 06/2019 “quebra” as contas públicas e
aumenta as desigualdades. Quase todo o valor de 1 trilhão de reais, que segundo
eles vai ser gerado, será retirado dos setores mais vulneráveis. (...) A causa
do chamado “déficit da previdência”, é, na verdade, decorrente dos desvios dos
recursos da DRU, “Desvinculação de Receitas da União” e das injustificáveis
dispensas de pagamento dos impostos, “desonerações”, sem as devidas
contrapartidas sociais e decorrem ainda das milionárias dívidas das empresas
para com o INSS que não são devidamente cobradas. (...) A PEC 06/2019 cria, sem
nenhum fundamento, regras perversas de transição, obrigam os trabalhadores a
contribuírem por muito mais tempo e, aqueles poucos que conseguirem se aposentar,
receberão proventos menores do que os que hoje recebem. É uma verdadeira
“quebra de contrato”.
As mulheres, os trabalhadores rurais,
os idosos, os deficientes e os aposentados por invalidez serão penalizados pela
malandragem de cálculos financeiros e pela esperteza contábil de tal reforma.
Os homens e mulheres contribuintes deixam de ser pessoas e são transformados em
números, servindo aos interesses do “mercado”, isto é, de uma economia
desumana. O Papa Francisco, ao refletir sobre a situação atual dos excluídos,
principalmente idosos, afirmou: “Em uma civilização em que não há lugar para os
idosos ou são descartados porque criam problemas, esta sociedade leva consigo o
vírus da morte”. Assim como venderam a ilusão de que com a terceirização (lei nº13.429/2017),
a aniquilação dos direitos trabalhistas, a PEC 95, os empregos, os salários e
os investimentos privados voltariam, agora renovam as vãs promessas para
aprovação desta reforma. (...) A Seguridade Social é um direito do cidadão e um
dever do Estado, um projeto de nação e não um negócio de compra e venda! A
histórica manifestação unitária das centrais sindicais de 1º de maio teve a
nossa solidariedade e queremos compartilhar de novas iniciativas que almejem
impedir o desmonte da Previdência pública como maior conquista do povo
brasileiro.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário