quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Uma luzinha no fim do túnel


 

*Cesar Vanucci

“Foi um grande dia para Israel” (Benjamin Netanyahu, no 1° estágio do Acordo de Paz)

 

 

Gaza, outubro de 2025. Uma luzinha é acesa no final de extenso túnel mergulhado em espessa escuridão. Dois anos se passaram desde o sinistro atentado terrorista e o inicio da guerra apavorante que encharca de sangue, outra vez mais, a Terra Santa. No mundo inteiro, mentes e corações fervorosos agarram-se, esperançosamente, ao ramo de oliveira suspenso no ar empesteado dos campos de batalha.

À hora em que estas considerações são colocadas no papel, negociadores de várias nações traçam um roteiro de ações a ser rigorosamente observado pelos obstinados “senhores da guerra”. O roteiro aponta o rumo a ser seguido na conquista da paz. Paz essa profundamente enraizada na consciência e nos sonhos de mulheres e homens de boa vontade em todos os rincões de nossa conturbada aldeia global. Apelos vindos de toda parte, nascidos do bom senso contribuíram para que a proposta dos EUA, a princípio recebida com alguma relutância pelos litigantes, desembocasse na mesa de conversações. Os primeiros passos já foram dados, compreendendo o cessar-fogo e a libertação dos reféns israelenses e prisioneiros palestinos.

O que virá na sequência? Levando-se em conta a ardente expectativa de que tudo siga enfrente de forma harmoniosa, poderemos ter na região que abriga o berço da cultura religiosa da humanidade, até que enfim, uma trégua duradoura capaz de garantir positivas confabulações políticas e diplomáticas com o endereço certeiro da paz definitiva.

Empoe-se reconhecer que o itinerário a ser percorrido até o ponto pretendido nos generosos anseios de paz da humanidade é extenuante. Comporta perigo sem conta, não há duvidar. Faz todo sentido, temer – queira Deus que isso não se confirme -, a eclosão de atos radicais provocados por grupos, comprovadamente avessos à coexistência pacifica, lado a lado, das Nações Israelense e Palestina. Não constitui segredo pra ninguém a existência de fanáticos fundamentalistas, uma minoria bastante belicosa potencialmente capaz, caso permaneça fora de controle, de torpedear o acordo em andamento. Como sabido, há quem alimente o desejo insano de riscar do mapa o Estado soberana de Israel, há também, do outro lado, quem se contraponha irracionalmente à implantação do Estado soberano da Palestina. Uns e outros servem a causas deletérias que retardam, obviamente, a evolução civilizatória.

 Merece registro, por derradeiro, a circunstância que levou o Presidente dos Estados Unidos a mudar sua política em relação a Gaza. A condenável agressão de Israel ao Catar, um aliado americano no oriente médio, forçou Donald Trump, a pressionar O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu para aceitar o acordo de paz.

Que todos os estágios do Acordo sejam cumpridos à risca!

 

Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

Justiça (EUA) versos Trump


*Cesar Vanucci

“Trump está demolindo a imagem dos EUA” (Jornalista Eliane Cantanhêde)

 

Trump, sempre ele. Vem esfacelando, com suas canetadas, a ordem mundial. Justificam-se perfeitamente os temores de que seus atos possam produzir consequências mais graves no contexto geopolítico. Emerge desta  evidência o desejo, mundo a fora, de que alguma coisa aconteça no sentido de uma mudança de rumos na linha de sua atuação. Não pairam dúvidas quanto ao fato de que a contenção das extravagâncias executivas e legiferantes do ocupante da Casa Branca só possam se cristalizar através de medidas institucionais adotadas nas áreas jurídicas e políticas de seu próprio país. Analistas qualificados da conjuntura estadunidense são de parecer que, mais cedo ou mais tarde eclodirá reação capaz de deter seus impulsos nada diplomáticos. Raciocinam assim, olhar focado nas encrencas compradas por Trump em seu país, envolvendo Universidades, imigrantes, Banco Central, organizações cientificas e por aí vai...

Os sinais de fadiga dos Norte Americanos em razão do que anda rolando no pedaço, com reflexos perturbadores em toda nossa aldeia global, vêm se avolumando dia após dia. Governadores de Estados, que não rezam pela cartilha absolutista do histriônico Chefe de Governo, têm trazido a público, de forma veemente, seu inconformismo e descontentamento com um sem número de abusos executivos perpetrados contra a Constituição do país e as leis internacionais. Muitas dessas discordâncias já foram parar nos tribunais. O mesmo caminho foi também percorrido por importantes instituições acadêmicas e organizações jornalísticas atingidas por decisões atrabiliárias do dirigente que se enxerga imperador. A fileira dos atos extravagantes praticados por Donald Trump é tão extensa que torna difícil elencá-las ou mesmo seleciona-las para fins de divulgação. Todas produzem espanto instantâneo. Como, por exemplo, o inverossímil episódio da deportação, sustada pela justiça, de 2 mil crianças guatemaltecas, apartadas dos pais, recolidas em abrigos espalhados pelo país. A inédita intervenção no Banco Central, com a destituição, considerada inconstitucional de altos dirigentes, é outra aberração jurídica que criou alarma junto à opinião publica e lideranças políticas estadunidenses.  

A almejada alteração de rumos nessa história de desagregação persistente que Trump faz de valores caros à convivência social e ao processo de evolução civilizatória pode, afortunadamente, estar ganhando contorno, neste momento. Acontece que o tribunal de apelação dos EUA, instancia judicial abaixo apenas da Suprema Corte, acaba de reconhecer sob irados protestos de Trump, a ilegalidade das decisões relativas ao tarifaço, fixando prazo para que sejam revogadas. O STF de lá, em função de recurso, dará a palavra final sobre o tema. Que Deus ilumine os doutos Ministros.

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

 

Antissemitismo e Estado da Palestina


 

*Cesar Vanucci

 

“Catálogo interminável de horrores” (Antônio Guterres, Sec. Geral da ONU.)

 

 

A boa convivência social recomenda enfaticamente não se perder de vista jamais as propostas humanísticas e espirituais que conferem dignidade à vida. O antissemitismo é algo intolerável e execrável. O racismo e o anti-islamismo também. A consciência humana repudia igualmente toda e qualquer aversão, manifesta ou dissimulada, que se nutra a alguém ou a grupos específicos por conta de suas crenças religiosas, hábitos culturais, etnias e gênero.

Criticar com veemência o horror de Gaza não é antissemitismo. Deplorar a mortandade cruel provocada pelo bombardeio incessante, que acontece no maltratado território, não é antissemitismo. Registrar que há gente, milhares de crianças inclusive, morrendo de fome e que o total de jornalistas mortos naquelas paragens é superior aos das duas guerras mundiais não é, pela mesma forma, antissemitismo. Clamar por cessar fogo que favoreça a entrada de ajuda humanitária imprescindível, que liberte os indefesos reféns e que possa conduzir os litigantes à mesa de negociações, como vem sendo feito, aliás, por multidões israelitas nas ruas de Telavive, não é antissemitismo. Pedir seja aberta uma trégua nas insanas hostilidades, como fez o Conselho de Segurança da ONU com um único voto contrário, o dos EUA, não é positivamente antissemitismo. Exigir, como faz a Comunidade das Nações, a implantação do Soberano Estado da Palestina, lado a lado do soberano Estado de Israel, não é, decididamente, antissemitismo.

Tudo quanto dito acima é o próprio óbvio ululante. Mas, o óbvio ululante carece ser dito e repetido em momentos obnubilados pela falta de diálogo, discordâncias passionais, adulteração do sentido das palavras e do significado das coisas.

As lideranças globais mais esclarecidas, conectadas com o verdadeiro sentimento universal mostram-se convictas, não é de hoje, do que é preciso ser feito no tocante à solução do angustiante drama de Gaza. O radicalismo de feição fundamentalista opõe-se, com ações terroristas de um lado e virulenta repressão de outro lado, às propostas carregadas de esperança que possam pôr fim ao pavoroso conflito. O cessar fogo, a soltura imediata dos reféns seguida de conversações coordenadas pela ONU, constituem  medidas indispensáveis e urgentes, ditadas pelo bom senso, almejadas ardentemente pela sociedade de nossos tempos. O alvo maior a ser alcançado, dentro destes generosos anseios, é a constituição do Estado da Palestina, abrangendo a faixa de Gaza e a Cisjordânia. Para que isso possa se consolidar será necessário, evidentemente, que a Comunidade das Nações estruture, inicialmente, um sistema de controle dos referidos territórios até que a Autoridade Palestina esteja em condições plenas de assumi-los.

Jornalista (cantonius1aa@yahoo.com.br)

Surto atrás de surto

 


 

*Cesar Vanucci

Washington é tão violenta quanto Brasília” (Donald Trump)

 

1 em recente surto autoritário, Trump decretou estado de emergência em Washington , classificando a Capital como uma das cidades mais violentas do mundo equiparável a Brasília... Deslocou tropas para enfrentar eventuais desordens e abusos que estariam sendo cometido pelos “sem teto”. A imprensa estadunidense definiu o ato como despropositado, lembrando que os índices de violência estão bem abaixo da delirante imaginação do presidente. Surgiu também na avaliação jornalística a suspeição de que a tresloucada medida objetivou retirar do foco das atenções a escabrosa narrativa sobre os crimes sexuais praticados pelo magnata, amigo do Presidente, que cometeu suicídio ou foi suicidado na prisão. A suposta violência urbana em Washington e Brasília arguida por Trump, talvez possa ser “explicada” pelas tentativas golpistas cometidas após as eleições que alijaram do poder, lá e aqui, personagens inconformados com as derrotas sofridas nas urnas.

 

2 Não há como não qualificar de alarmante o grau de fanatismo ideológico introduzido nos elevados escalões governamentais norte americanos da “era Trump”. O Secretário da Defesa, segundo na hierarquia de comando da maior força militar do planeta, destacou com louvores, em publicação do Pentágono, a manifestação de dois clérigos de uma seita religiosa. A manifestação em causa diz respeito ao “papel de submissão resignada” atribuído à mulher no contexto bíblico. Segundo os religiosos, pessoas do sexo feminino não devem ocupar cargos de chefia em qualquer organização, nem tão tampouco votar em eleições. Vão mais longe ainda: o voto eleitoral deveria ser um único por família, exercido, naturalmente, pelo homem da casa. Minha nossa! A hipótese desses “doutos” conceitos derivarem de “cátedra talibã” do Afeganistão não deve ser descartada...

 

3 Depois do PIX e do varejo da Rua 25 de Março de São Paulo, Trump aponta também o Programa do governo brasileiro “Mais médicos” como  ameaça aos “respeitáveis interesses” dos EUA. Em razão disso, noutro incontrolável surto, determinou fossem negados vistos de entrada em seu país aos conceituados técnicos que conceberam e colocaram em execução o aplaudido trabalho de interiorização de assistência médica levado a rincões remotos deste nosso país continental. Cabe sublinhar, com júbilo, que o numero de médicos que participam do Programa hoje é superior a 30 mil, 86 por cento deles genuinamente brasileiros. Além dos técnicos foram atingidos também pelas “sanções” de El Rei, o Ministro Alexandre Padilha, esposa e filha menor. Consta ainda que o psiquiatra de plantão no Salão Oval da Casa Branca foi quem conseguiu dissuadir Trump de estender o veto de entrada nos EUA aos vizinhos do quarteirão onde se acha localizada a moradia do titular da pasta da saúde.

 

Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

 

A SAGA LANDELL MOURA

Uma luzinha no fim do túnel

  *Cesar Vanucci “Foi um grande dia para Israel” (Benjamin Netanyahu, no 1° estágio do Acordo de Paz)     Gaza, outubro de 2025....