*Cesar Vanucci
“vida que segue, com seus lances momentosos” (Lica Costa, poeta)
“Tudo
acontecendo junto, conjuntamente, ao mesmo tempo “modique” desviar o olhar da
gente doutras coisas”, como costumava dizer o Rozendão, com seu vozeirão de
leiloeiro de quermesse, dono de afreguesada banca de hortaliças no mercado da distante
meninice.
Tanta
coisa acontecendo mundo afora ao tempo em que as atenções se acham fixadas nas
eleições municipais. A respeito das eleições há muitas considerações a serem ainda
feitas. Embates renhidos certeiramente ocorrerão em vários estados da
Federação. A corrida pela conquista das
prefeituras de Belo Horizonte e de São Paulo, por exemplo, ganha especial
realce na conjuntura. Os apoios de Lula e Bolsonaro aos candidatos adversários
nesta fase, muito bem delineados, provocam acesos debates e prognósticos. O
confronto, nos casos apontados, é visto por muita gente como uma espécie de
competição extra das duas lideranças.
O
noticiário nosso de cada dia tem reservado espaço menor para as acontessências da
Venezuela de Maduro. O caudilho de Caracas, alegando contar com aprovação para
as tropelias cometidas de poderosas forças religiosas, resolveu magnanimamente,
visando a prosperidade e o bem estar da população, antecipar a celebração do
Natal. O decreto a respeito do assunto estipulou
que a “comemoração natalina” se estenda de 1° de outubro a 15 de janeiro do
próximo ano. Alguns correligionários de Nicolás creem que ele combinou com
Papai Noel, com quem certamente mantém ligação direta, o aumento das renas para
a distribuição de brinquedos. Enquanto o ditador posa de sumo sacerdote, as
prisões no país acham-se abarrotadas de adversários políticos, numa perseguição
cruel a quem não comungue de suas rezas. Entidades de direitos humanos estimam
em 3 mil o numero de desafetos do histriônico verdugo impedidos de desfrutarem das alegrias e emoções do “Natal
Venezuelano”, por estarem no xadrez...
Como
antecipado pelos cientistas, as mudanças climáticas extremas estrugem por tudo
quanto é canto de nossa aldeia global. Dias atrás, no causticante Saara caiu
chuva pra valer em regiões marcadas por secas milenares. Nalguns trechos dos
territórios atingidos pelas tempestades surgiram lagoas em meio às dunas, numa
alteração inverossímil da paisagem. Já nos Estados Unidos, às voltas com avassaladora
temporada de furacões, milhões de pessoas foram forçadas a buscar abrigo contra
as intempéries. Uma delas foi apontada como o fenômeno metrológico com o
potencial mais letal da historia. As estatísticas acusaram centenas de mortes e
feridos, além de enormes danos matérias. A questão climática rendeu inesperado
confronto retórico na campanha política presidencial. Desabridamente, seguindo costumeira
linha de argumentos fantasiosos, próceres republicanos propagaram a informação
de que o governo, em mãos dos democratas, dispõe de meios para provocar ou
desfazer tempestades. A risível provocação foi naturalmente refutada pelo o
presidente Biden e pela candidata democrata Kamala Harris. Vida que segue, com
seus lances perturbadores!
Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)
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