terça-feira, 29 de outubro de 2024

Tanta coisa acontecendo mundo afora


 

*Cesar Vanucci

“vida que segue, com seus lances momentosos” (Lica Costa, poeta)

 

“Tudo acontecendo junto, conjuntamente, ao mesmo tempo “modique” desviar o olhar da gente doutras coisas”, como costumava dizer o Rozendão, com seu vozeirão de leiloeiro de quermesse, dono de afreguesada banca de hortaliças no mercado da distante meninice.

Tanta coisa acontecendo mundo afora ao tempo em que as atenções se acham fixadas nas eleições municipais. A respeito das eleições há muitas considerações a serem ainda feitas. Embates renhidos certeiramente ocorrerão em vários estados da Federação.  A corrida pela conquista das prefeituras de Belo Horizonte e de São Paulo, por exemplo, ganha especial realce na conjuntura. Os apoios de Lula e Bolsonaro aos candidatos adversários nesta fase, muito bem delineados, provocam acesos debates e prognósticos. O confronto, nos casos apontados, é visto por muita gente como uma espécie de competição extra das duas lideranças.

O noticiário nosso de cada dia tem reservado espaço menor para as acontessências da Venezuela de Maduro. O caudilho de Caracas, alegando contar com aprovação para as tropelias cometidas de poderosas forças religiosas, resolveu magnanimamente, visando a prosperidade e o bem estar da população, antecipar a celebração do Natal.  O decreto a respeito do assunto estipulou que a “comemoração natalina” se estenda de 1° de outubro a 15 de janeiro do próximo ano. Alguns correligionários de Nicolás creem que ele combinou com Papai Noel, com quem certamente mantém ligação direta, o aumento das renas para a distribuição de brinquedos. Enquanto o ditador posa de sumo sacerdote, as prisões no país acham-se abarrotadas de adversários políticos, numa perseguição cruel a quem não comungue de suas rezas. Entidades de direitos humanos estimam em 3 mil o numero de desafetos do histriônico verdugo impedidos  de desfrutarem das alegrias e emoções do “Natal Venezuelano”, por estarem no xadrez...

Como antecipado pelos cientistas, as mudanças climáticas extremas estrugem por tudo quanto é canto de nossa aldeia global. Dias atrás, no causticante Saara caiu chuva pra valer em regiões marcadas por secas milenares. Nalguns trechos dos territórios atingidos pelas tempestades surgiram lagoas em meio às dunas, numa alteração inverossímil da paisagem. Já nos Estados Unidos, às voltas com avassaladora temporada de furacões, milhões de pessoas foram forçadas a buscar abrigo contra as intempéries. Uma delas foi apontada como o fenômeno metrológico com o potencial mais letal da historia. As estatísticas acusaram centenas de mortes e feridos, além de enormes danos matérias. A questão climática rendeu inesperado confronto retórico na campanha política presidencial. Desabridamente, seguindo costumeira linha de argumentos fantasiosos, próceres republicanos propagaram a informação de que o governo, em mãos dos democratas, dispõe de meios para provocar ou desfazer tempestades. A risível provocação foi naturalmente refutada pelo o presidente Biden e pela candidata democrata Kamala Harris. Vida que segue, com seus lances perturbadores!

                                 Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

 

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