terça-feira, 29 de outubro de 2024

O caudilho, o Magnata e os Milicianos

                                                         


                               *Cesar Vanucci

                                                              

      Se Maduro antecipou o Natal,

                                                                                        também poderei antecipar o meu  regresso".  

                                                                                              (González, candidato da oposição Venezuelana)

              

 

1) Nicolas Maduro conseguiu firmar, a essa altura, a imagem de déspota impiedoso e detestado, tantos os malfeitos acumulados. Não fosse a incontornável imagem de verdugo afivelada ao seu semblante, ele bem que poderia, por conta de seu lado histriônico, tornar-se personagem de estórias surreais em publicações ou programas de televisão de teor satírico. Se ainda entre nós, Gabriel Garcia Marquez e Dias Gomes, mestres consagrados na arte de compor tipos políticos singulares e caricaturais, encontrariam por certo nas proezas ininterruptas do “caudilho de Caracas” material abundante para sua obra ficcional. Vejamos a cenas: “El Bigodão”, envergando vestes de “Sumo Sacerdote” ou de Papai Noel  sentado no trenó puxado por renas, anunciando a antecipação do natal, com duração de outubro a janeiro; Comunicando, com toda empáfia, que nenhum país do mundo consegue realizar eleições com a lisura democrática observada na Venezuela; Com panca de Sherlock Holmes, boina, capote e cachimbo, sentenciando solenemente: - Elementar, meu caro Watson, Lula e o presidente Boric, do Chile, não passam de agentes da CIA. E já que estamos falando das coisas nebulosas da Venezuela, é bom registrar o pasmo e indignação da opinião pública brasileira ao tomar conhecimento da reiterada e descabida manifestação de apoio da alta direção do PT (Partido dos Trabalhadores) ao tirano chavista.

 2) Um lampejo de bom senso, ou conveniências financeiras, ou imposição dos sócios da monarquia saudita, ou ainda uma junção de todos estes fatores?  Qualquer que tenha sido o motivo, fato é que a plataforma digital X voltou, finalmente, a operar. O insolente magnata Elon Musk chiou, ameaçou céus e terras, ensaiou manobra de despistamento para “enganar trouxa”, mas não teve como: acabou rendendo-se incondicionalmente à firme e resoluta postura do Judiciário. Espera-se que tenha aprendido a lição. A soberania de um país como o Brasil, cioso de sua pujante democracia não pode ser objeto de zombaria de ninguém. Fique explicito igualmente, que a consciência nacional repudiará, com toda força, qualquer demonstração, qualquer sinal que possam vir a ser eventualmente detectados, na rede social mencionada, de interferência ilegítima na política interna do país.

  

3) O Rio de Janeiro continua lindo e concomitantemente surreal. Outra vez mais, a PM carioca articulou, na surdina, uma operação contra milicianos no Itanhangá. Quando a tropa chegou, havia no local uma barricada de 9 ônibus sequestrados pela bandidagem, que foi avisada a tempo, com toda certeza, por prestimoso X9. Reportando-se ao caso, o Governador Cláudio Castro concentrou-se no argumento de que a imprensa exagerou ao falar de sequestro, já que os ônibus não foram levados por ninguém. Haja paciência para aguentar tudo isso!

                 

 Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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