terça-feira, 5 de março de 2024

A Rússia de Vladimir Putin

 



 

*Cesar Vanucci

 Vocês não podem desistir. Se eles decidirem me matar, é porque somos incrivelmente fortes" (Alexei Navalny, em documentário televisivo premiado).

 

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A ONU garante que estão em curso, neste preciso momento, em diferentes regiões deste nosso incorrigível e virulento mundo velho de guerra, 170 conflitos armados com todas as calamidades que as discordâncias por ódio, paixão, ambição pelo poder e intolerância religiosa são capazes de gerar. Junto com a de Gaza, a guerra da Ucrânia, que tem frequentando as manchetes com menor assiduidade ultimamente, atrai fortemente as atenções das lideranças globais, tendo em vista, sobretudo, as posições de confrontação indireta assumidas por superpotências nucleares.

Já com 2 anos de duração, a guerra na Ucrânia produziu milhares de vítimas fatais e feridos, uma onda incalculável de refugiados, arrasou cidades inteiras, desmantelou instalações de serviços básicos e fontes de suprimentos. A Rússia imperialista do “tzar” Vladimir Putin, que já havia em 2010, abocanhado a Crimeia, resolveu anexar ao seu vasto território, o de maior extensão do planeta, outras províncias ucranianas. Os Estados Unidos e países europeus que compõem a OTAN decidiram, em meio á condenação quase unanime das ações russas no cenário mundial, cooperar com o esforço de guerra da Ucrânia, fornecendo-lhe ajuda para organizar linhas de resistência à ofensiva do poderoso e implacável invasor.

 Nas províncias conquistadas, tal qual se fez na segunda guerra mundial, nos lugares ocupados pelas tropas nazistas, os invasores de agora organizaram “plebiscitos” visando “saber” se a população concordava em abdicar da cidadania ucraniana trocando-a pela russa. Os “plebiscitos” segundo as agencias noticiosas do Kremlin, apontaram maciçamente “concordância” popular.

Na Rússia, está proibida a designação de “guerra” para o que anda rolando na Ucrânia. Putin se refere à invasão como um “exercício militar”. E ai de quem discorde!...

Onde essa guerra vai parar, ninguém consegue dizer. O governo de Moscou chegou a alegar no começo das hostilidades, que seu ataque à Ucrânia tinha caráter preventivo, já que não concordava com a possibilidade do país agredido, com sua imensa linha fronteiriça, vir a integrar a OTAN. Mas, a arremetida imperialista criou-lhe, além da inimizade irreparável dos ucranianos, outros antagonismos inesperados. Colocando as “barbas de molho”, tanto a Finlândia, quanto a Suécia (esta última rompendo uma neutralidade de 2 séculos) ambos países vizinhos, aderiram ao Tratado do  Atlântico Norte.

 A mais coisas a dizer. A Rússia de Vladimir Putin continua no inabalável e sombrio propósito de afastar na marra todo e qualquer adversário real ou imaginário que se contraponha à gana pela perpetuidade no poder de seu autoritário dirigente supremo. Como sabido, ao longo dos anos, processos variados de intimidação tem sido utilizados contra pessoas que se recusam a dizer “amém” às palavras de ordem vindas do andar de cima. Muita gente já foi morta a tiros ou ingerindo “inofensivas” chávenas de chá em ambientes descontraídos. O mais recente caso de eliminação de opositor ocorreu em uma colônia penal no ártico. Alexei Navalny , ferrenho crítico das posturas de Putin, achava-se preso desde 2021. Cumpria pena de 19 anos a partir de sua volta da Alemanha, onde se refugiara após atentado ao sorver goles de “chazinho”.  Sua morte aos 47 anos de idade deu-se em circunstâncias assaz misteriosas, o que provocou comoção mundial. A família do líder da oposição, um ativista bastante popular, defrontou-se com dificuldades enormes para trasladar seu corpo e até mesmo dar-lhe sepultura condigna.

Assim rolam as coisas nos cinzentos domínios do Tzar.

Enquanto isso a Ucrânia arde em chamas...



 







Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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