sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Resposta vigorosa do Governo



    *Cesar Vanucci

“A verdade é que os maiores males são criados e arquitetados em escritórios, atapetados, refrigerados e bem iluminados por homens de colarinho branco” (C.S Lewis, romancista irlandês)

 

 A opinião pública acompanha, com especial interesse, torcendo para que tudo dê certo, as ações articuladas pelas autoridades competentes no sentido de reprimir, com o rigor que se impõe as atividades ilícitas das milícias cariocas e, por extensão, as ramificações do crime organizado no restante do país. As informações acerca do entrosamento das forças de segurança, inclusive com a participação de militares do Exercito, Aeronáutica e Marinha em pontos estratégicos no combate aos grupos mafiosos que infernizam a vida nos grandes centros foram recebidas com boa expectativa e geral agrado. O mesmo aconteceu, igualmente, no tocante ao anuncio de que órgãos de controle financeiro estarão contribuindo com sua experiência na linha de frente desse saneador combate. De tais organismos aguardam-se, esperançosamente, medidas capazes de promover o estrangulamento dos esquemas financeiros montados pelas organizações que operam, por assim dizer, na clandestinidade.

 Com efeito, acessando movimentações financeiras e aquisições suspeitas, valendo-se de instrumentos de Inteligência, os setores engajados na missão de desmantelar as estruturas mafiosas colherão, sem sombra de dúvida, frutos bastante positivos.

 É com dissabor muito grande que a sociedade toma conhecimento, volta e meia, de casos estarrecedores derivados da atuação desembaraçada, praticamente fora de controle das famigeradas milícias. Além da liberdade que desfrutam para transformar bairros inteiros, sobretudo no Rio, em feudos para negócios escusos, elas agora se dedicam, como revelado pela PF, a empreendimentos imobiliários em regiões de turismo sofisticado. Assestando o radar da fiscalização e vigilância em transações bancárias, em aquisições de peças, máquinas, utensílios utilizados em obras suspeitas, os investigadores conseguirão, por certo, chegar às derradeiras consequências no combate eficaz ao crime organizado. A eliminação dos quadros efetivos da policia carioca dos elementos comprometidos com as milícias é providência sumária indispensável dentro do conjunto das ações arquitetadas pelo Governo Federal e pelo Governo do Rio de Janeiro. Tudo que se anunciou está sendo visto como resposta oficial vigorosa ao crime organizado.

 

2) Inventário de bens expropriados -  Com essa, falar verdade, ninguém contava. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) acha-se empenhado neste momento em inimaginável inventário. Interessa-se por saber do paradeiro de bens tomados em arresto, por decisões judiciais, no curso da assim chamada operação Lava Jato. Está ocorrendo, ao que tudo indica, alguma  dificuldade em precisar qual o destino dado a ativos de grande valor pecuniário expropriados de graúdos emaranhados nas teias da corrupção. Segundo consta, fazem parte dos bens arrolados nas diligências em andamento, veículos de luxo, embarcações, obras de arte. Chegou a ser divulgado, ainda outro dia, que algumas pinturas e esculturas tinham sido doadas a museus de arte. Existe certa preocupação de que muitos itens estejam ainda sob guarda de órgãos públicos à espera de leilão ou providencia assemelhada. A questão foi trazida a lume na semana passada, havendo quem recordasse um episódio cabuloso, de muitos anos atrás, registrado na muy leal e heroica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Dois veículos de luxo desapropriados foram localizados na garagem do magistrado que conduzia o feito judicial. Um piano estava na casa do vizinho do juiz.

 

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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