*Cesar Vanucci
“Imagens de pessoas buscando
ajuda é de partir o coração” (Comunicado da ONU)
O
que se desenrola em Gaza, na percepção humanista e espiritual, é um medonho
capítulo da história contemporânea. Uma tragédia humanitária que envergonha a
espécie. As cenas doridas da guerra sem quartel, diuturnamente trazidas aos
olhares do mundo, já não mais sustentam o argumento, compreensivelmente acolhido
no inicio, de que a reação israelense contra o traiçoeiro e desvairado ato terrorista
teria que ser de implacável vigor.
O
que não vem faltando, por outro lado, são pressões da comunidade internacional
para que se abra uma trégua no insano conflito, que já dizimou mais 54 mil
pessoas e deixo 153 mil feridos. O clamor erguido pede o fim dos bombardeios indiscriminados,
contínuos, contra multidões de palestinos desarmados e acuados que vagueiam por
escombros sem ter para onde ir e à espera de ajuda em alimentos e remédios que
demoram muito a chegar.
Como
a imprensa de Tel-aviv tem registrado, refletindo o sentimento da própria
sociedade israelense, um morticínio, a destruição de hospitais, escolas e
abrigos, o drama das crianças e adultos esfaimados, tudo isso representa uma
mancha moral na historia de uma Nação ciosa de sua cultura humanística e tradições
espirituais. Mas, como se pode ver, os radicais que hoje comandam os destinos
políticos de Israel não querem favorecer em nada ao que a ONU e mais de uma
centena de países recomendam neste preciso momento: pausa bélica, libertação
dos reféns, diálogo para se chegar à paz, criação de condições propícias para
que em Gaza e na Cisjordânia se instale vez pra sempre, a Pátria Palestina e,
logicamente, com ajuda internacional a reconstrução de tudo que foi destruído.
A
coexistência, lado a lado, do Estado de Israel e do Estado da Palestina na Terra
Santa, berço espiritual do Cristianismo, Judaísmo e Islamismo, é sonho
alimentado por centenas de milhões em todas as partes do planeta. Os que se
opõem intransigentemente a essa generosa ideia compõem ferozes e fanatizados
núcleos fundamentalistas, de pensamento ideológico oposto. São os grandes responsáveis
pela contenda interminável que ensanguenta o mais Sagrado dos Solos. As
divergências irracionais por eles fomentadas colocam em relevo que uma das
partes litigantes pretende riscar o Estado do Israel do mapa, enquanto a outra
parte não aceita, definitivamente, a existência do Estado da Palestina. Tão
insanas divergências são
repelidas, logicamente, pelos ditames democráticos e postulados humanísticos
que dão suporte à evolução civilizatória.
Nos próximos dias, o Brasil vai coordenar
grupo de trabalho da Cúpula da ONU, em NY, sobre a Palestina. Pouco antes a
questão foi debatida em Madri, por coalizão de países de vários continentes,
com a participação do Ministro Mauro Viera, do Itamaraty.
Jornalista
Cantonius1@yahoo.com.br
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