quinta-feira, 29 de maio de 2025

Gaza, uma mega tragédia.



*Cesar Vanucci


“Imagens de pessoas buscando ajuda é de partir o coração” (Comunicado da ONU)

 





O que se desenrola em Gaza, na percepção humanista e espiritual, é um medonho capítulo da história contemporânea. Uma tragédia humanitária que envergonha a espécie. As cenas doridas da guerra sem quartel, diuturnamente trazidas aos olhares do mundo, já não mais sustentam o argumento, compreensivelmente acolhido no inicio, de que a reação israelense contra o traiçoeiro e desvairado ato terrorista teria que ser de implacável vigor.

O que não vem faltando, por outro lado, são pressões da comunidade internacional para que se abra uma trégua no insano conflito, que já dizimou mais 54 mil pessoas e deixo 153 mil feridos. O clamor erguido pede o fim dos bombardeios indiscriminados, contínuos, contra multidões de palestinos desarmados e acuados que vagueiam por escombros sem ter para onde ir e à espera de ajuda em alimentos e remédios que demoram muito a chegar.

Como a imprensa de Tel-aviv tem registrado, refletindo o sentimento da própria sociedade israelense, um morticínio, a destruição de hospitais, escolas e abrigos, o drama das crianças e adultos esfaimados, tudo isso representa uma mancha moral na historia de uma Nação ciosa de sua cultura humanística e tradições espirituais. Mas, como se pode ver, os radicais que hoje comandam os destinos políticos de Israel não querem favorecer em nada ao que a ONU e mais de uma centena de países recomendam neste preciso momento: pausa bélica, libertação dos reféns, diálogo para se chegar à paz, criação de condições propícias para que em Gaza e na Cisjordânia se instale vez pra sempre, a Pátria Palestina e, logicamente, com ajuda internacional a reconstrução de tudo que foi destruído.

A coexistência, lado a lado, do Estado de Israel e do Estado da Palestina na Terra Santa, berço espiritual do Cristianismo, Judaísmo e Islamismo, é sonho alimentado por centenas de milhões em todas as partes do planeta. Os que se opõem intransigentemente a essa generosa ideia compõem ferozes e fanatizados núcleos fundamentalistas, de pensamento ideológico oposto. São os grandes responsáveis pela contenda interminável que ensanguenta o mais Sagrado dos Solos. As divergências irracionais por eles fomentadas colocam em relevo que uma das partes litigantes pretende riscar o Estado do Israel do mapa, enquanto a outra parte não aceita, definitivamente, a existência do Estado da Palestina. Tão insanas divergências são repelidas, logicamente, pelos ditames democráticos e postulados humanísticos que dão suporte à evolução civilizatória.

Nos próximos dias, o Brasil vai coordenar grupo de trabalho da Cúpula da ONU, em NY, sobre a Palestina. Pouco antes a questão foi debatida em Madri, por coalizão de países de vários continentes, com a participação do Ministro Mauro Viera, do Itamaraty.

Jornalista Cantonius1@yahoo.com.br

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