quinta-feira, 16 de maio de 2024

São muitos os sinais

  


Cesar Vanucci *

 

“A humanidade está ameaçada”.

(Alerta da OMS )

 

Com a atenção focada nos impactantes acontecimentos do Rio Grande do Sul, retomo a candente questão das mudanças climáticas extremas.

 Começo falando de um sugestivo texto de Robert Frost, relativo aos sinais emitidos pela Natureza, para suavizar um pouco o tema perturbador trazido à reflexão. Com a palavra o poeta estadunidense: “Quantas vezes trovejou antes que Franklin compreendesse o sinal? Quantas maçãs caíram na cabeça de Newton antes que compreendesse o sinal? A Natureza nos manda sinais constantemente, repetidas vezes. E, de repente, nós percebemos o significado deste sinal.”

Frequentes, ruidosos, crescentemente ameaçadores, os sinais estão sendo captados por gente da ciência, da ecologia, das lideranças comprometidas com o bem-estar social. Cuidam elas, conscientes de sua missão no contexto civilizatório, de expedir alertas fundamentados sobre os sinistros riscos que andam rondando a humanidade em consequência dos desatinos praticados contra o meio ambiente. Os desmandos são cometidos em nome de ganância desenfreada e de feroz utilitarismo, que subjugam, implacavelmente, em favor de minorias, os sagrados interesses da coletividade.

Em  recente relatório produzido pela Organização Mundial de Saúde é enfatizado que as mudanças dos eventos climáticos  ceifaram milhares de vidas nos últimos anos. As modificações também estão ameaçando a segurança alimentar e aumentando as doenças transmitidas por alimentos, água e vetores, além de afetar negativamente a saúde mental de populações. O documento sustenta que as alterações operadas no clima são uma das emergências de saúde mais graves antepostas ao desenvolvimento social e econômico do planeta.

Paralelamente à manifestação da OMS, saiu publicada uma carta aberta que traz como signatários profissionais da saúde de todos os continentes. Nela, 300 organizações, representantes de pelo menos 45 milhões de profissionais de saúde, apelam por empenho da comunidade internacional para ações climáticas de sentido propositivo.

No relatório da OMS é acentuado ainda que “Compromissos nacionais ambiciosos sobre o clima são cruciais para os Estados.” A manifestação contempla os resultados de avolumado número de pesquisas que confirmam as incontáveis e inseparáveis ​​ligações entre o clima e a saúde. O documento descreve, além disso, como ações transformadoras em todos os setores, desde energia, transporte e Natureza, até sistemas alimentares e financiamento, são necessários para proteger a saúde.

A pandemia da Covid-19 nos revelou as ligações íntimas e delicadas entre humanos, animais e nosso meio ambiente, pontuou o porta-voz da OMS, Tedros Adhanom. “As mesmas escolhas insustentáveis ​​que estão matando nosso planeta estão matando pessoas”.

Tanto o relatório da agencia da ONU, quanto a carta aberta dos homens da ciência, vêm num momento em que eventos climáticos extremos sem precedentes e outros impactos climáticos estão agredindo, de forma inclemente, cada vez mais, a todos os seres vivos. Ondas de calor, tempestades e inundações arrebataram milhares de vidas e perturbaram milhões de outras, ao mesmo tempo em que afetaram os sistemas de saúde, as redes hospitalares e centros de atendimento médico em momentos cruciais.

Noutro ponto das abordagens feitas pela ONU é salientado que “A queima de combustíveis fósseis está nos matando e a mudança climática é a maior ameaça à humanidade”. Diz mais o documento: “Embora ninguém esteja a salvo dos impactos das mudanças climáticas, eles são desproporcionalmente sentidos pelos mais vulneráveis ​​e desfavorecidos”.

Voltaremos a falar do assunto.

 


* Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

 

 

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