quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Hora da verdade.

 



*Cesar Vanucci

“As investigações abordam especificamente  fatos relacionados a tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito”.(Alexandre de Moraes, Presidente do TSE)

 




Liberou geral, como se diz na pinturesca linguagem das ruas. A hora da verdade soou como proclamado nas investigações que acabam de ser trazidas a público. As apurações da Policia Federal que vinham sendo conduzidas dentro de cadencia moderada, posto que firme e consistente, assumiram configuração mais ampla e decisiva. As arrasadoras provas levantadas deram claridade solar ao tenebroso enredo golpista, apontando praticamente todo o elenco da trama, de autores a atores e coadjuvantes.

Junção da elucidativa e explosiva “delação premiada” do ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro com os elementos contidos nos atos baderneiros, atentado a bomba, depredações de patrimônios públicos e símbolos cívicos, obstruções em rodovias, invasões de repartições, agrupamentos com palavras de ordem subversivas, ameaças violentas a pessoas, de viva voz e pela internet, reuniões clandestinas e manifestações insultuosas à dignidade nacional tornou possível se compusesse retrato de corpo inteiro da manobra antidemocrática arquitetada nos gabinetes do governo desalojado do poder em eleições livres e de lisura incontestável.

Os documentos, os diálogos, as mensagens de celular e de e-mails, os vídeos (gravados pelos próprios envolvidos, em momentos de embriagante autoconfiança), além de longa série de depoimentos contundentes que integram a robusta peça acusatória elaborada pela PF são simplesmente estarrecedores. Não comportam dúvidas quanto à participação dos personagens indiciados na conspiração que pretendeu mergulhar nosso país nas trevas da ditadura.

As alegações que colocam em dúvida a legitimidade das ações promovidas pelas autoridades competentes não resistem a qualquer tipo de análise crítica.  Dizer, por exemplo, que se trata de “perseguição política” é demonstrar primitivismo intelectual desconcertante que só se explica por paixão cega.

Chamou muito a atenção nas revelações transmitidas pelos Federais o tratamento altamente desrespeitoso, insultuoso, descambando mesmo para o mais baixo calão, que alguns investigados dispensaram, nos bate-papos conspiratórios, a ilustres personagens da esfera Militar que se recusaram a aderir à felizmente malograda intentona. Num dos registros gravados, aparece um dos envolvidos na trama recomendando atitudes que  “infernizem” a vida de um chefe Militar e de seus familiares, algo sem dúvida, assustador...

Fica claro, a essa altura dos acontecimentos, que muitas coisas graves ainda existem para ser contadas.  O que já veio á tona é apenas parte da Operação “Tempus Veritatis”, segundo admitem fontes ligadas às diligencias em curso.

A opinião publica, a um só tempo que abomina toda a situação investigada regozija-se com o exemplar comportamento das Instituições diante dos fatos narrados, um reflexo admirável do sentimento Democrático Nacional.

 

 Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

Um comentário:

Anônimo disse...

É mais fácil enxergar um cisco no olho alheio do que a trave no próprio olho. Bíblico.

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