*Cesar Vanucci
“concluímos uma
tarefa histórica. Ela é perfeita? Nada é perfeito. Mas (...), o salto de
qualidade é inestimável” (Ministro Fernando Haddad, sobre a reforma tributaria)
O Brasil avançou – como não? - no ano findo. O
pêndulo da balança das perdas e ganhos acumulados apontou na direção de saldo
superavitário.
No campo da vivência democrática houve
colheita abundante. Desafiadas pela insolência extremista, nossas instituições
reagiram com altivez cívica e vigor republicano. Souberam escorraçar as
solertes manobras provindas de um ativismo mórbido que emerge das sombras e que
nas sombras se refugia assim que executada a tarefa de alvejar valores caros ao
sentimento democrático. O 08 de janeiro representou o corolário de uma série,
afortunadamente malograda, de desatinos praticados por uma horda de desafetos do
regime democrático inconformada com os resultados adversos das eleições. Relembrando
apenas, pra fins de ilustração, uma única das ameaças perpetradas com fitos
terroristas – o episódio frustrado do caminhão bomba programado para explodir
no aeroporto de Brasília -, pomo-nos a imaginar o horror que se pretendia alcançar
com o desvario solto na praça. A resposta pronta das instituições, dos poderes
legitimamente constituídos engrandeceu nossos foros civilizatórios. Fixou-se
como marco reluzente em nossa história política. O mundo democrático
solidarizou-se por inteiro com a Nação brasileira.
No cenário universal o Brasil recuperou,
pode-se dizer, seu protagonismo. Fez-se ouvir melhor e mais longe em questões
importantes na marcha dos acontecimentos de interesse global. A manchete emblemática
de um prestigioso órgão de comunicação social europeu bradou, num dado
instante: “O Brasil voltou!” Lideranças representativas da esfera democrática
mundial deixaram manifesta sua concordância. Entre outras intervenções dignas
de registro na perturbadora conjuntura do relacionamento entre países, cabe
destacar o papel desempenhado pelo o Itamaraty e FAB na tragédia do Oriente
Médio e na ação serena e pacificadora da diplomacia no litígio envolvendo a
Venezuela e Guiana.
Conservando-se ainda distante das conquistas
almejadas pela consciência das ruas tendo em vista as inigualáveis
potencialidades descortinadas em nossos caminhos, o Brasil conseguiu dar alguns
passos adiante no plano econômico. A inflação vem sofrendo queda, os juros têm
caído. O desemprego também. A Bolsa bateu recorde. o PIB aumentou. A reforma
tributária, debatida há décadas começa a ganhar contornos. Algumas chuvas e
trovoadas a espreitam, mas a semeadura foi feita em terreno que se acredita
fértil, como consequências de um consenso nascido do dialogo democrático. Ouvido
todo mundo, em animadas negociações, o bom senso prevaleceu e da conjugação de
vontades das forças vivas da sociedade brotou o entendimento que destravou o
projeto reformista há tempo emperrado.
A política ambiental traçada pelo país vem
sendo objeto de louvores e aplausos. A receptividade internacional exige,
obviamente, desvelo e atenção permanentes por parte dos órgãos de controle de
modo a evitar as devastações e depredações criminosas.
Já perto do final do ano as políticas de
segurança pública deram sinais de capacidade mais efetiva do enfrentamento no
crime organizado, fazendo surgir uma luzinha de esperança no final do túnel
quanto a resultados mais compensadores nesse combate reclamado pela comunidade.
O resgate de programas sociais detectado no
curso do exercício trouxe algum alento as populações menos favorecidas. O
percurso a ser trilhado mostra-se, toda via, ainda inçado de percalços que
carecem ser removidos em nome da solidariedade e da justiça. As desigualdades
gritantes constituem o desafio n° 1 desta Nação vocacionada pelas virtualidades
de que se faz detentora, a um destino de suprema grandeza.
Jornalista
(cantonius1@yahoo.com.br)
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