sexta-feira, 4 de julho de 2014


E por falar em Copa

Cesar Vanucci*

“O mundo tem uma visão bem positiva do Brasil”.
(Mike Lee, marqueteiro inglês)


Já são muitos, a perder de vista, os que, dentro e fora do Brasil, não nutrem duvida alguma quanto ao fato da Copa Mundial de Futebol em curso haver se tornado a maior da história.  A de melhor padrão técnico, com lances memoráveis em matéria de quebras de recordes; a de maior média de gols; a menos violenta dos últimos anos; a de público maior e mais vibrante nos estádios e espaços públicos reservados para grandes concentrações de torcedores. As previsões de que o país mergulharia no caos com a efetivação do evento, insistente e irresponsavelmente alardeadas por parte da mídia, se desmoronaram diante dos fatos. Mike Lee, considerado figura exponencial da marquetagem esportiva no mundo, acusou em palpitante depoimento a “IstoÉ” suas impressões do Mundial no Brasil. Suas as frases vindas na sequência: “ Acho que o mundo agora conhece o Brasil como uma verdadeira democracia” (...) “Brasil deveria se orgulhar muito de sediar os dois maiores eventos esportivos do mundo em sequência, a Copa e Olimpíada de 2016. Poucos países são capazes  disso” (...) “Pelo que era divulgado na imprensa antes da Copa do Mundo, você acreditava que o Brasil estava imerso no caos. Eles diziam que nenhuma das instalações estaria pronta a tempo, que o transporte não funcionaria, que os aeroportos eram verdadeiros canteiros de obra. Minha experiência tem mostrado o contrário disso. Tudo está funcionando. O que é incrível, especialmente para um país tão grande quanto o Brasil. Os turistas estão viajando de um lado para o outro com tranquilidade”(...) “A meu ver, a economia brasileira continua, em sua essência, forte”. (...) “O Brasil ainda tem uma grande economia, muito diversa e moderna. Acho que a estima do Brasil no cenário internacional é muito alta”. (...) “O mundo tem uma visão bem positiva do Brasil”.

Parto de ouriço. O pênalti que o juiz não deu, o gol legítimo anulado, os dois chutes chilenos explodindo na trave, o equilíbrio nas ações em campo, a disposição de luta do adversário, os 30 minutos tensos da prorrogação, a decisão por penalidade máxima, a pontaria descalibrada em duas cobranças, as defesas miraculosas do goleiro, ufa! Que baita sufoco! A tirada bem humorada do comentarista Milton Neves, da Band, resumiu magistralmente o que aconteceu: “parto de ouriço”. Não me recordo, desde que me entendo por gente, de situação alguma em cotejos futebolísticos, tão manifestamente propicia a provocar atendimentos de emergência em clinicas cardiológicas.

Empurrando com a barriga. Os erros nas arbitragens desta Copa são tantos que nem já mais sei quantos. Diante de tão desastrosa constatação, a FIFA não tem mais como continuar a “empurrar com a barriga” a mudança das regras. Vai ter que inserir, sim, com urgência urgentíssima, na agenda, uma discussão em profundidade acerca da conveniência de adoção dos recursos eletrônicos como instrumento complementar das decisões “intocáveis” tomadas nos gramados pelos juízes.   

Contrafação da greve. Vamos e venhamos. O direito de greve - assim reza a cartilha democrática - é sagrado. Possui plena legitimidade. Mas proceder, como fizeram aeroviários no Rio e metroviários em São Paulo, prevalecendo-se de tão saudável prerrogativa, para paralisar durante a Copa (mesmo que só por alguns momentos) as atividades, afigura-se uma contrafação da greve. Cheira mais a chantagem.

Dacnomania.  Não vi nem ouvi até aqui qualquer explicação razoável de psicanalista ou psicólogo acerca do estranho hábito cultivado pelo craque Soares, da aguerrida seleção uruguaia, em aplicar dentadas nos adversários durante as partidas. Uma conhecida, adepta de práticas exotéricas hinduístas, lança com fervorosa convicção uma tese capaz, segundo ela, de esclarecer os fatos. Se alguém convencer o moço a deitar-se num divã para uma hipnose regressiva é certo que descubra ter ele sido morcego em vida pretérita, numa caverna de Mar del Plata.
A propósito, segundo o dicionário, dacnomania é um tipo de distúrbio que faz com que o indivíduo queira morder alguém ou a si próprio. Mas, cá pra nós, seja como for, a punição da FIFA foi severa demais da conta.





Expansão da consciência

Cesar Vanucci*

“O espirito humano é que nem o paraquedas. Só funciona  aberto”.
(Jacques Bergier e Louis Pauwells, autores de  “O despertar dos mágicos”)



Assumi, dias atrás, pelo segundo mandato consecutivo, a presidência da Academia Mineira de Leonismo, numa concorrida assembleia festiva prestigiada, além de dirigentes do Lions Clube, por representantes de instituições politicas, culturais e classistas. Na ocasião, a Academia prestou carinhosa homenagem ao governador do distrito leonístico de Minas, José Leroy da Silva e principais integrantes de sua equipe administrativa, em razão da fecunda atuação desenvolvida na gestão que se finda. O acadêmico Sebastião Braga, orador oficial da instituição, saudou os homenageados com palavras impregnadas de emoção, arrancando vibrantes aplausos do publico presente.
No discurso de posse destaquei itens relevantes do trabalho empreendido pela Academia, lembrando as 24 jornadas culturais promovidas no curso do período administrativo de dois anos, as conferencias e audições de arte levadas avante, as publicações culturais lançadas e a participação ativa dos acadêmicos em eventos artísticos e culturais expressivos da vida mineira.
Entreguei à reflexão dos acadêmicos e convidados algumas ideias singelas nascidas de uma interpretação muito pessoal que conservo da fascinante aventura humana.
Mencionei, antes de tudo mais, minha crença na expansão permanente da consciência, lembrando que o espirito humano é que nem o paraquedas. Só funciona aberto, como propõem os pensadores Jacques Bergier e Louis Pauwells.
Expliquei que o jogo da vida comporta toda sorte de inquirições. O que  nos remete a reconhecer que todas as hipóteses suscitadas pela indomável curiosidade humana são suscetíveis de avaliação quanto ao mérito. A resposta negativa automática às indagações, implicando em defesa de conceitos estratificados, avessos a ideias renovadoras, “incômodas”, agride a inteligência e o bom senso. Cria obstáculos na caminhada pelas trilhas do saber.
Em face disso a economia, a ciência, a tecnologia, a educação, bem como a religião, ou outra qualquer manifestação do engenho humano, precisam se mostrar receptivas a exercícios de autocorreção. Isso faz todo sentido face às complexidades do processo de evolução do conhecimento. É assim que se constrói o patrimônio do saber humano.
Falei também da importância social da palavra.
Reconhecendo que a palavra deve revestir-se sempre de preocupação social, anotei a quão importantes se revelam na construção humana os objetivos sociais. O homem, princípio, meio e fim no processo civilizatório, representa a medida correta pra tudo.
A palavra social ajuda na reformulação das estruturas econômicas injustas, geradoras de bolsões de miséria que afrontam a dignidade humana.
Cobra ética na vida publica e nas relações mundanas, o culto do sentimento nacional, posturas em defesa da cultura brasileira, do idioma falado no Brasil, do patrimônio da Nação.
A palavra social precisa também ser empregada numa interpretação justa, adequada, daquilo que retrata verdadeiramente estes nossos pagos abençoados por Deus e bonitos pela própria Natureza. Algo, por sinal, bastante diferenciado do que é estridentemente propagado por certas minorias barulhentas, desvinculadas do sentimento nacional, que pregam, em termos esquizofrênicos, o desalento, o derrotismo, a catástrofe irremediável,
Utilizada como instrumento de construção civilizatória, a palavra social projeta a história de uma Nação que sabe cultivar a esperança e que, apegada com fervorosa convicção a valores humanísticos e espirituais, tem pressa em consolidar a vocação de grandeza do Brasil na invasão do futuro.


A implacável ironia da Historia

 

BBC


Atualizado em 03/07/2014 08h10

Bebê 'ariano ideal' em capa de revista nazista era judia

Revelação foi feita pela própria modelo, Hessy Taft, que doou material ao Museu do Holocausto de Israel.



Hessy Taft na capa da revista e hoje: sua família fugiu dos nazistas na Alemanha e se estabeleceu nos EUA (Foto: Museu do Holocausto / Via BBC)

A mulher doou uma cópia da revista ao Museu do Holocausto, em Jerusalém, como parte da campanha Recolhendo Fragmentos, lançada em 2011 para estimular pessoas a doarem materiais ligados ao holocausto para que sejam protegidos pela posteridade.

Hessy Taft, cujo sobrenome de solteira é Levinson, nasceu em Berlim em 1934, filha de pais judeus originários da Letônia. Ambos músicos, eles haviam chegado à Alemanha em 1928 para trabalhar como cantores de ópera.
Em depoimento a funcionários do museu, Taft contou que o contrato de seu pai foi cancelado imediatamente assim que suas origens judias foram descobertas.
Concurso
Em 1935, a mãe de Hessy e sua tia a levaram para ser fotografada por Hans Ballin, um renomado fotógrafo em Berlim.
Sete meses mais tarde, a empregada dos Levinson disse ter visto a foto da pequena Hessy na capa da revista nazista Sonnie ins Haus (Raio de Sol na casa, em tradução livre).
A fotografia havia sido escolhida em um concurso promovido pelo Departamento de Propaganda Nazista, chefiado por Joseph Goebbels.
A melhor entre cem imagens clicadas pelos melhores fotógrafos alemães representaria o "bebê alemão ariano ideal" e seria capa da revista.
Sem saber das origens da família Levinson, Ballin submeteu a foto de Hessy e de outros dez bebês. A ironia de a fotografia trazer uma bebê judia foi motivo de piada durante muito tempo na família.
A foto da menina também foi redistribuída em cartões postais em todo o país e até na Lituânia.
Quando perguntada o que diria para o fotógrafo hoje, Hessy respondeu: "Eu diria: 'Que bom você teve coragem'".
Fuga
Após fugir da Alemanha para Paris em 1938, a família escapou da ocupação nazista no norte da França em 1941, emigrando para Espanha e Portugal até conseguir embarcar em um navio para Cuba.
Em 1949, os Levinson se estabeleceram nos Estados Unidos, onde Hessy se formou em química na Universidade de Columbia e se casou, em 1959, com Earl Taft. O casal tem dois filhos e quatro netos. Ele ainda leciona química na Universidade de St. John's.
Apesar de sua família mais próxima ter sobrevivido ao holocausto, a maioria de seus parentes na Letônia foram mortos pelos nazistas e seus colaboradores.

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