quinta-feira, 14 de novembro de 2013

CONVITE AOS LEITORES DO BLOG


"Desafios e perspectivas da saúde pública no Brasil" é o tema de uma palestra a ser proferida, no próximo dia 25 (vinte e cinco) de novembro, às 19h30m (dezenove horas e trinta minutos) pelo deputado Adelmo Carneiro Leão, vice-presidente da Assembleia Legislativa, no "XVIII Encontro Cultural da Academia".
O ato, promovido pela Academia Mineira de Leonismo e Lions Clube BH Mangabeiras, será realizado no auditório do Sesiminas, rua Álvares Maciel, 59, Centro de Cultura "Nansen Araujo".
Convido os leitores do "Blog do Vanucci" a comparecerem.

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Reflexões em torno da espionagem

 Cesar Vanucci *

“Tudo isso é ilegal como obviamente nada tem a
ver com proteger os EUA e o mundo do terrorismo.”
(Jornalista Antônio Luiz M.C. Costa, da “CartaCapital”)


· Por razões mais do que óbvias, a política externa da Casa Branca vem sendo amplamente criticada, inclusive nos Estados Unidos. O mundo inteiro já se deu conta, a esta altura, que as semelhanças do governo republicano de Bush e do governo democrata de Barack Obama, na forma de conduzir as questões no plano internacional, são bastante acentuadas.

Mas não era isso que a opinião pública esperava acontecesse por ocasião da chegada ao poder do atual presidente estadunidense. A aposta global na efetividade das mudanças era de tal ordem que bem poucos ousaram, à época, questionar a açodada outorga do Nobel da Paz ao recém-chegado. Tratava-se apenas – esta a crença generalizada – de uma mera antecipação do crédito em esperança e confiança das multidões depositado na atuação de um personagem carregado de ideias novas, carismático, bom de fala, que entrava em cena com a firme disposição de alterar o enredo na desgastada convivência politica internacional. Demorou um pouco para que essa alvissareira expectativa se esboroasse e a frustração se instalasse, irremediavelmente, no espírito popular. A convicção agora dominante é de que a diferença no modo de agir de um e de outro, em termos de política externa, é a mesma que se percebe no sabor da Coca e da Pepsi, as mais famosas marcas do mercado mundial de refrigerantes, ambas de origem norte-americana.

· Por mais que alguns veículos de comunicação da mídia tupiniquim procurem minimizar a importância do fato, o posicionamento de Dilma Rousseff na condenação ao esquema de espionagem cibernética patrocinado pelos Estados Unidos tornou-se ponto de referência para uma decisão global no sentido de se criar um sistema de proteção eficaz contra essas agressões à soberania dos países e violações, com fitos políticos e comerciais, da intimidade das pessoas e instituições.
A declaração conjunta levada pelo Brasil e Alemanha à ONU, em favor da implantação de um marco regulatório estabelecendo controle das ações da internet, recebida com total simpatia pela quase totalidade dos países membros da instituição, é prova mais do que provada do acerto da atitude tomada pela Presidenta.

· E se fosse levada realmente a sério a argumentação dos paranoicos porta-vozes das agências de espionagem norte-americanas, a respeito de que a arapongagem eletrônica praticada em alta escala é voltada, exclusivamente, para o monitoramento de dirigentes das redes terroristas espalhadas por várias partes deste mundo velho de guerra? Seríamos todos forçados a passar, daqui pra frente, pelo constrangimento de ter que enxergar no Papa Francisco gloriosamente reinante e na garbosa Guarda Suíça do Vaticano, alvos da bisbilhotice cibernética,  perigosos agentes da subversão, engajados em tenebrosa conspiração contra a concórdia e a paz entre os homens. Dá procês?

· O acesso livre e desembaraçado pela ação criminosa da espionagem estadunidense às mensagens propagadas pelo Google e o Yahoo, coloca-nos, todos usuários da internet, na incômoda sensação de vivenciar um pouco o clima asfixiante dos personagens do livro “1984”, de George Orwell, criado pelo “Grande Irmão” com seus tentáculos de dominação sobre as mentes.

· Essa história da espionagem cibernética gerou uma estupefação, pode-se dizer, extra. O técnico em informática Snowden, responsável pela veiculação do repulsivo esquema, era um mero funcionário terceirizado das “agências de inteligência” encarregadas de conduzir o processo. Ao apoderar-se das estarrecedoras informações vindas a lume expôs a extrema vulnerabilidade do sistema de segurança dos referidos órgãos. E, de certo modo, também, a suprema arrogância que os norteia, ao se arvorarem em organizações situadas acima do bem e do mal. Descompromissadas do dever de oferecer satisfações dos malfeitos praticados a quem quer que seja. Mesmo que seus nefandos atos cheguem, por qualquer acidente de percurso, como, aliás, acabou acontecendo, ao conhecimento da opinião pública.


· Comparar uma ou outra diligência promovida pela Agência Brasileira de Informação (ABIN), dentro de suas estritas atribuições institucionais, com o formidando aparato de espionagem mundial da CIA e NSA – como andam querendo irrefletidamente alguns parlamentares oposicionistas – é uma forma de subestimar a inteligência das pessoas, sem deixar de ser um sinal eloquente de imaturidade politica e de indigência cívica.

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