*Cesar Vanucci
“Nunca houve uma guerra boa, nem uma paz ruim”. (Benjamin Franklin)
Primeiro,
Francisco. Depois, Leão XIV. O vigoroso brado pela Paz, emitido pela Cátedra
sagrada, encontra receptividade calorosa nas mentes e corações fervorosos. Não
consegue, toda via, transpor a blindagem dos insensíveis e embrutecidos “Senhores
da Guerra”, nem de seus empedernidos vassalos, os armamentistas. Insuflados por
paixões cegas, gana insaciável pelo poder, fanatismo de teor religioso e político
exacerbado, ambição desmesurada por ganhos fáceis, estas forças obscurantistas,
despojadas de qualquer resquício de humanidade, fazem ouvidos moucos, aos
apelos provindos de todas as partes, no sentido de um “cessar-fogo”, do diálogo, de conversações que
possam buscar formas de conciliação e convivência civilizada
Gaza,
Ucrânia, Sudão, entre outras inúmeras regiões conflagradas em nossa maltratada
Aldeia Global, despontam como referências apavorantes dos descaminhos trilhados
por lideranças e grupos em desarmonia com o sentido da vida.
Se
o “Não às guerras” das alocuções pontifícias e de outras vozes verdadeiramente
representativas do sentimento do mundo pudesse orientar as decisões políticas
da história contemporânea, o ser humano, moldado à imagem e semelhança de Deus,
como rezam as Escrituras, poderia atingir os desejáveis patamares de bem estar
social descortinados no projeto da Criação. Os conflitos espalhados por este
mundo do bom Deus, onde o tinhoso costuma plantar seus traiçoeiros enclaves, dizimam
vidas preciosas e reduzem a escombros frutos grandiosos nascidos do labor
humano. Os valores pecuniários empregados na destruição são de tal monta que
chegam a suplantar os PIBs acumulados de vários países. Caso deslocados para
fins de construção, tais recursos poderiam, em curto espaço de tempo, por fim a
praticamente todas as mazelas de ordem social que aviltam a dignidade e tanto
enfeiam a paisagem humana de nossos tempos.
Compreendido
como “Sim à Paz”, o “ Não à guerra” implica na imediata paralisação das
atrocidades cometidas nos campos de batalha. Em mesas de negociações que
proporcionem consensos entorno de questões apontadas como causa dos confrontos
armados, pactos de não beligerância sob supervisão da Comunidade das Nações,
representada, naturalmente, por uma ONU fortalecida e respeitada pelos Estados
membros. Poderá alguém argumentar, face ao que está sendo lido, que tudo isso é
irrealizável. Não passa de Utopia. O contra-argumento, caldeado na esperança,
este impulso heroico da alma, enfatiza que as utopias são necessárias para
quebrar a aridez de momentos adversos da aventura humana.
A
mensagem dos Pontífices precisa ser ouvida. “Não à guerra” com seu cortejo de horrores!