*Cesar Vanucci
“Militar ou civil, não está acima da lei”.
(General Tomás Miguel Ribeiro Paiva, Comandante do Exercito)
1)Nossos compatriotas, os índios - As narrativas
trazidas a lume a respeito da tragédia dos Yanomami causaram comoção nacional
e internacional. São mais que justificáveis as ações ordenadas pelo governo no
sentido de sanar os males detectados bem como apurar as responsabilidades
diretas e indiretas pela calamitosa situação, que configura, sem sombra de
dúvida, atentado grave aos direitos fundamentais. A garimpagem ilegal de ouro e
cassiterita permitiu que calculadamente 30 mil garimpeiros invadissem a área
demarcada para os yanomami. Os invasores levaram doenças, poluíram os rios,
agiram com violência contra os nativos. Entre as crueldades perpetradas figuram
crimes de estupro, raptos de crianças e mulheres e assassinatos. Os complexos
montados para o processamento das atividades extrativas ilegais envenenaram as
águas e afetaram o meio ambiente. O ouro proveniente dessas clandestinas
operações corresponde, atualmente, a 50 por cento do volume comercializado no
país, atingindo cifra astronômica, à margem da tributação. Sabe-se, por outro
lado, com plena certeza que vários
agentes públicos da FUNAI e de outros órgãos foram exonerados de suas funções,
no governo Bolsonaro, por denunciarem ou por promoverem ações de combate às
ilegalidades praticadas pelos garimpeiros. A desarticulação dos perversos
esquemas vai exigir uma conjugação poderosa de forças de diferentes setores
governamentais. Essa escabrosa historia mostra exuberantemente a oportunidade
da implantação do Ministério dos Povos Originários. Os “povos da selva”, como
são chamados, vivendo na maioria em condições precárias, representam pujante
capitulo da cultura brasileira. As etnias que compõe o universo indígena –
pouca gente sabe disso - expressam-se em 169 diferentes idiomas.
2)Pátria armada - Pouco antes
de sair, sorrateiramente, pela porta dos fundos da cena política, Jair
Bolsonaro afirmou em postagem pela internet, que o porte de armas é a única
forma de garantir a paz. A estapafúrdia
declaração norteou, na verdade, a nefasta política de concessão de armas a
caçadores, atiradores e colecionadores posta em prática durante os quatro anos
de seu mandato presidencial. Os números das aquisições de pistolas, rifles e
outros artefatos do gênero são escandalosos. O licenciamento do porte de armas
no período foi de quase 600 por cento a mais em relação aos anos anteriores. O
arsenal encontrado em poder do ex- deputado Roberto Jefferson representou
amostra eloquente dos riscos provocados pela desvairada decisão de liberar
armas a torto e a direito. A sociedade está vendo com bons olhos os atos assinados
pelo novo Governo no sentido de revogar os decretos de flexibilização do
passado.
3)Lembrando
Lotte -
A fala legalista do General Tomás Miguel Ribeiro Paiva, Comandante do Exercito, foi recebida
com extrema simpatia pela opinião pública. O pronunciamento que fez, ainda, como
comandante militar do Sudeste, anteriormente à sua designação ao posto máximo da
Força terrestre trouxe à lembrança de muita gente a figura altiva e austera de um
outro militar, o Marechal Lotte. O vigoroso apego à Constituição e aos
preceitos democráticos assegurou ao antigo Ministro da Guerra lugar de realce
na História. Ele desmantelou as manobras golpistas ensaiadas pelos adversários Udenistas
de JK, que fizeram de tudo para impedir a posse do maior Presidente da
República que este país já elegeu. O
General Tomás deixou bem explicitada a missão das Forças armadas no contexto
constitucional, de respeito às instituições e a vontade soberana das urnas.
Acentuou que o poder Militar está a serviço do Estado, não de eventuais
ocupantes do governo.
Jornalista
cantonius1@yahoo.com.br
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