sexta-feira, 22 de maio de 2020


Barganha, vírus, estufa, óvnis

Cesar Vanucci

  
“E dando que se recebe”.
(Belo e sugestivo preceito franciscano utilizado
indevida e hipocritamente em barganhas de bastidores políticos)

· Vivendo e aprendendo. Quer dizer, então, que existem dois tipos diferenciados do inextinguível “toma lá, dá cá” político?  Um deles voltado para o bem, o outro inteiramente voltado para o mal? É a dedução a extrair do comportamento dos atuais detentores do poder político, em seu manifesto pragmatismo revisionista das coisas na vida pública. Ao que se é dado a ver, com solar clareza, a manjadíssima barganha de cargos com fitos de conquista de apoio político, quando praticada pelos adversários, é uma situação abominável. Desrespeita a ética e a moral, favorecendo a corrupção. Ao reverso, quando o mesmíssimo procedimento envolve abnegados partidários e leais cupinchas palacianos, as motivações, já aí, são sempre nobres e edificantes. Saudavelmente regidas por princípios e valores irrepreensíveis. Valha-nos Deus, Nossa Senhora!

· Com cifras macabras, o “resfriadozinho mixuruca” da retórica e conduta oficial irresponsáveis, acena para este nosso país tropical, bonito por natureza, tomado de perplexidade e amargura, com a indesejável perspectiva, logo ali na frente, de assumir um lugar no “pódio” na desconfortável “disputa mundial” por recordes na maratona do flagelo. A Organização Mundial de Saúde diz que a união nacional e a solidariedade internacional são imprescindíveis no enfrentamento adequado da crise humanitária. O óbvio ululante, diria Nelson Rodrigues. “Estamos, então, mal-arranjados pacas!” – cabe-nos reconhecer, em nossa vez de dizer alguma coisa, ao contemplar o que anda rolando no pedaço político brasileiro. A conjugação de forças e vontades políticas, tão necessária, tão essencial, no combate à pandemia que, diariamente, amplia a capacidade dos cemitérios, com a abertura de covas em ritmo de mutirão, vem passando, insolentemente, ao largo das cogitações prioritárias das lideranças munidas de canetas para a tomada de decisões. Ou seja, de cidadãos aos quais se acham afetas indeclináveis obrigações legais de coordenar as ações exigidas para se encarar o dramático problema em suas variadas facetas. Para a sociedade, que abriga as vítimas em potencial da tragédia em marcha, fica sobrando o direito de recorrer a orações, meditações, gestos e palavras de solidariedade, além do dever de guardar respeito rigoroso às recomendações da ciência no tocante a cuidados individuais e coletivos que ajudem a refrear a proliferação da enfermidade. Até que o surto infeccioso desapareça e apareça a vacina. Quanto ao mais, que os deuses de todas as crenças não deixem de  acudir-nos em nossas aflições!

· O assim chamado “efeito estufa”, categórica e histericamente negado por teóricos do fundamentalismo político e religioso, gente solta na praça com retrógradas reinterpretações da aventura humana, vem produzindo descomunais crateras na camada de ozônio que protege a Terra. Falamos, está evidente, da “terra redonda”, não da “terra plana” das delirantes elucubrações de um punhado de viventes com válvulas de menos na cachola. Cientistas respeitados afiançam que só uma das crateras é de dimensão equivalente a toda a América do Sul. Razoável imaginar que pelas fendas o planeta esteja sendo bombardeado por partículas microrgânicas vindas de pontos distantes do infinito espaço sideral. Faz sentido, à vista disso, supor que uma ou outra substância assim chegada até nós contenha elemento patogênico. Pergunta inevitável: será que a origem da Covid-19 não poderia ser explicada com base na circunstância declinada?

· “Há algo no ar além dos aviões de carreira”. Este dito, de autoria do irreverente Barão de Itararé, foi vastamente empregado noutros tempos para medir as tensões políticas. A frase bate-me à lembrança neste instante por uma outra intrigante razão. Inteiro-me, por intermédio de conhecidos empenhados no estudo dos chamados fenômenos transcendentes, que os óvnis, estes erráticos e misteriosos “vagalumes do espaço”, responsáveis por espantosas coreografias nos céus, estão sendo avistados, num volume inusitado, na hora atual, em tudo quanto é parte do mundo. As informações falam de naves gigantescas e de artefatos menores. Os especialistas assinalam que essa revoada dos enigmáticos objetos sempre ocorre em ocasiões de efervescência histórica, sabe-se lá porque cargas d’agua! A pandemia do coronavírus talvez possa explicar. Olhar, de vez em quando, a imensidão azul do firmamento é algo recomendado pelos ufólogos àqueles que se interessem pela captação de imagens dos instigantes voos desses aparelhos não classificados, definitivamente, como “aviões de carreira”...


                                                                               

2 comentários:

Anônimo disse...

À Metáfora, a estrofe... "Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber 
A vida é tão rara (tão rara)"

Composução: Lenine
Música: Paciência

Anônimo disse...

À Metáfora, a estrofe... "Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber 
A vida é tão rara (tão rara)"

Composição: Lenine
Música: Paciência

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