sexta-feira, 27 de novembro de 2015

O Califado e sua sinistra proposta

Cesar Vanucci

“Usar o nome de Deus para justificar
a violência e o ódio é uma blasfêmia".
(Papa Francisco)

O chamado “Califado Islâmico”, autor de sinistra proposta de destruição implacável dos valores humanísticos que conferem dignidade à aventura humana, continua a espalhar o horror por onde consegue implantar núcleos operacionais acionados por  fanáticos militantes. Ocupando áreas no oeste da Síria, norte do Iraque e frações territoriais da Líbia, estimadas em até 250 mil quilômetros quadrados – um Reino Unido inteiro –, ramificou-se em regiões da África e de outras partes do Oriente Médio, além de criar células atuantes em lugares incertos e não sabidos de países do continente europeu.

As pretensões dessa organização terrorista, que se nutre ideologicamente de rançosas e distorcidas interpretações dos textos sagrados islâmicos para atos hediondos volta e meia cometidos, é transformar-se num movimento de abrangência global. Com vistas a consolidar tal objetivo empenha-se em conquistar mentes sectárias receptivas à nefanda ideia de disseminação de retrógrados conceitos fundamentalistas de vida por tudo quanto é canto do planeta.

A origem do “Califado” remonta às manobras guerrilheiras constituídas no Afeganistão com base nas “madastras talebãs” para combater a invasão russa. Tal qual aconteceu com componentes da Al Qaeda, os extremados partidários do Al-Tawhid wa al Jihad, durante largo período aliados dos ferozes seguidores de Osama bin Laden, fizeram parte das fileiras dos combatentes afegãos favorecidos pela incrementada ajuda militar e financeira do Ocidente, sobretudo dos Estados Unidos. Com a retirada dos russos do território afegão, eles passaram a considerar o governo americano o principal inimigo, igualzinho fez a Al Qaeda, organização da qual se desligaram mais adiante.

Considerados ainda mais extremados que os antigos companheiros da ainda bastante atuante Al Qaeda, os integrantes do “Estado Islâmico” cultuam a imagem de seu fundador, o jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, morto em 2006 num bombardeio.  O herdeiro de Zarqawi nos dias atuais é Abu Bakr al-Baghdadi. Ele sucede bin Laden no topo da lista dos “inimigos públicos”. Proclamou-se, em ato realizado numa mesquita iraquiana, “califa de todos os muçulmanos”. Invocou na ocasião uma palavra basilar do fundador do movimento: “A fagulha foi acesa aqui no Iraque e seu calor irá intensificar-se, se Alá assim o permitir”. Comandando verdadeiro exército intoxicado pelo fanatismo, com participação majoritária árabe, mas formado também, segundo algumas estimativas, por mais de 30 mil europeus, boa parte deles recrutados em regiões marcadas pela exclusão social, o sanguinário Califa ameaça o mundo inteiro com “guerra santa” sem quartel.

Pouco importa a esse tresloucado dirigente da amedrontadora falange, ou aos seus belicosos comparsas, o que o resto do mundo pensa a respeito de suas horripilantes ideias. Pouco lhes importa a repulsa que as ações do Califado provocam na consciência internacional e, de modo particularizado, na comunidade muçulmana. Comunidade muçulmana essa que nega, peremptoriamente, legitimidade às descabidas versões introduzidas pelo EI em trechos do Alcorão. Contra tudo e contra todos, o Califado acena com o desvario terrorista como “instrumento eficaz” na derrubada dos valores e conceitos celebrados por homens e mulheres de boa vontade em todas as latitudes, pertencentes a todas as culturas religiosas, etnias e nacionalidades, como conquistas definitivas da civilização humana.

Os aterrorizantes atentados na França, os de agora e os de janeiro passado, os brutais atentados na Nigéria, a derrubada criminosa do avião russo de passageiros no Sinai, as explosões mortíferas em Beirute, episódios mais recentes nessa escalada de ódio solto, levantam previsões arrepiantes. Na conclamação de líderes qualificados em prol da necessidade de se montar uma estratégia mundial eficiente no enfrentamento das ameaças do EI, há quem identifique, nos acontecimentos de agora, perturbadores sinais de gestação de um conflito bélico de proporções inimagináveis. Chega-se até a falar em III Guerra Mundial. Deus nos livre e nos guarde dessa calamitosa perspectiva!

Como é que o Chico soube?

Cesar Vanucci

“Estou boquiaberto. Chico Xavier
anteviu este nosso encontro.”
(Augusto Cesar Vanucci, setembro de 80)


A comemoração do Dia Nacional do Combate ao Câncer, nesta sexta-feira, 27 de novembro, tem por objetivo conscientizar a população sobre práticas preventivas no combate à enfermidade que a cada ano, só no Brasil, registra cerca de meio milhão de novos pacientes. O diagnóstico precoce é apontado pelos especialistas como fator primordial no processo de cura. Em Minas operam numerosas instituições benemerentes constituídas com o propósito de assistir as pessoas nessa área da saúde pública. Várias são reconhecidas, no apreço comunitário, como referências importantes, em razão dos serviços prestados. Caso, para ficar num exemplo, do Mário Penna, com seu bem aparelhado complexo médico-hospitalar e eficiente estrutura de assistência social.

A menção dessa organização estimula-me a contar aqui um instigante episódio, conhecido de pouquíssimas pessoas. Um registro especial recuado, de conotações mágicas, na trajetória de realizações do hoje Instituto Mário Penna.

Atendendo a convite do Lions Clube Inconfidência, à época presidido pelo engenheiro Reginaldo Sólon Santos, Augusto Cesar Vanucci esteve em Belo Horizonte, em setembro de 1980, para uma palestra na Casa da Indústria.

O então diretor do núcleo de programas musicais e humorísticos da Rede Globo fez uma exposição, para plateia numerosa, sobre as infinitas perspectivas que se abririam, no futuro, na comunicação social, em consequência dos velozes avanços tecnológicos da era eletrônica.

Na recepção no aeroporto, Augusto Cesar, que acabara de conquistar o cobiçado “Emmy” nos Estados Unidos pelo programa “Arca de Noé - Vinicius para crianças”, aludiu ao fato de haver estado, horas antes, em São Paulo, com seu grande amigo Chico Xavier, cujo nome estava lançando, numa campanha nacional, ao Prêmio Nobel da Paz.

Antes da assembleia do Lions, os dirigentes do Inconfidência foram procurados pelo casal Adalberto e Beatriz Ferraz, ambos de saudosa memória. Os dois expressaram o desejo de contato especial com Augusto, a fim de inteirá-lo de um problema social aflitivo e de verificar a possibilidade do mesmo se engajar, com outras pessoas de boa vontade, na busca de solução para o assunto. Ficou acertado que, após a palestra, o encontro seria promovido. Ato contínuo, na secretaria da Fiemg, foi elaborado um ofício, assinado por mim, por Beatriz, Adalberto, Reginaldo e esposa Julinha, narrando o caso. Augusto só veio a tomar conhecimento dos fatos depois de levantada a assembleia e, aí sim, ser convidado para uma reunião, numa pequena sala, com o grupo reduzido dos signatários do oficio.

Na reunião, o casal Ferraz - valorosos voluntários da obra – reportou-se à situação extremamente dramática vivida pelo Mário Penna, hospital criado na base do idealismo e abnegação por um punhado de pessoas abrasadas pelo sentimento da solidariedade social. Concluído o relato concernente ao aflitivo drama enfrentado pela instituição, Augusto Cesar, possuído de grande emoção, fez uma revelação que deixou todo mundo estupefato.

Começou dizendo desconhecer, até aquele momento, a existência do Mário Penna. Informou, na sequência, que em São Paulo  Chico Xavier lhe pedira, com empenho, com aquele tom suave de voz todo seu, que não deixasse, jeito maneira, de atender a um apelo angustiado que lhe seria feito, em Belo Horizonte, no sentido de prestar ajuda a uma organização dedicada a assistir cancerosos carentes. “Estou boquiaberto”, asseverou. “O Chico anteviu este nosso encontro”.

Os desdobramentos dessa incrível história podem ser assim sintetizados. Augusto colocou-se, com ardor e entusiasmo, a serviço da causa. Tornou-se um de seus benfeitores. O “Fantástico”, programa que criou e dirigia, reservou espaço, em edições sucessivas, ao problema das dificuldades do Mário Penna em sustentar-se financeiramente. A organização foi inserida entre as beneficiárias do “Criança Esperança.” No Palácio das Artes e no Mineirinho foram realizados, um atrás do outro, espetáculos de artistas famosos, inclusive do exterior, com renda exclusivamente destinada à assistência oncológica prestada pelo Mário Penna aos menos favorecidos. As reportagens na televisão estimularam o governo federal a carrear recursos para a obra. O hospital Luxemburgo surgiu dentro desse contexto.

Desnecessário, a esta altura, enfatizar que, em hora alguma, Chico Xavier foi procurado, por qualquer dos elementos que conduziram o papo com Augusto Cesar naquela noite, para atuar como intermediário na busca do generoso auxílio concedido. A misteriosa intercessão do ilustre personagem correu por conta de desígnios situados muito além dos parâmetros aceitos pela lógica comum nas rotinas da convivência humana.













OS EMMYS CONQUISTADOS PELA ARTE BRASILEIRA


No artigo acima publicado, “Como é que o Chico soube?” aludo ao fato de que o mano Augusto Cesar Vanucci foi o primeiro brasileiro a conquistar o Emmy em Hollywood. A partir dali, até nossos dias, artistas brasileiros, integrantes das equipes da Rede Globo, arrebataram outras treze estatuetas. O Emmy é o mais cobiçado troféu da televisão mundial.


Vejam abaixo um registro dessas conquistas, na reprodução de reportagem divulgada no “Bom Dia Brasil”, edição do dia 24 de novembro.

http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/videos/t/edicoes/v/tv-globo-ganha-dois-premios-emmy-internacional-que-e-o-oscar-da-tv-mundial/4629766/

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