*Cesar Vanucci
"As altas taxas de juros exacerbam problemas das
desigualdades sociais.”
(Joseph Stiglitz, Nobel de economia).
1). De nada adiantam
ponderações sensatas das autoridades competentes, manifestações críticas bem
embasadas do meio político, alertas de gente do ramo das finanças públicas,
apelos de lideranças e entidades que representam o pensamento das forças
produtivas da Nação. De nada adianta tudo isso.
Embriagados pelo ópio da autossuficiência, os tecnocratas do Copam mantêm-se
irredutíveis em seu arquiconservadorismo em termos de doutrina econômica.
Desagradando parcelas majoritárias da sociedade, mas agradando exultante
minoria de rentistas, resolvem manter inalterada a taxa básica de juros vigente
na praça, ameaçando até – vejam só o tamanho do despropósito! – aumenta-la em
futuro próximo, nada obstante sejam elas, como sabido e notório, as mais
elevadas do mundo inteiro, valendo o dobro da segunda da lista.
Participando
indoutrodia de um encontro promovido pelo BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social), o Nobel de economia Joseph Stiglitz,
classificou os juros oficiais praticados no Brasil de insultantes. Não houve
quem discordasse. O empresário Josué Christiano Gomes da Silva, Presidente da
FIESP ao referir-se aos juros chamou-os de pornográficos. A expectativa dos
diligentes classistas, empresários e técnicos reunidos no conclave era no
sentido de que, nos dias vindouros, o Copom caísse na real afastando-se de sua
concepção ortodoxa de modo a injetar, com o recuo da taxa Selic um alento na
economia. Isso, deploravelmente, não aconteceu. O posicionamento do Copom deu
toque de maior dramaticidade às palavras do já citado Nobel de economia, Joseph
Stiglitz quando afiança que o juro no Brasil é uma pena de morte, sendo
impressionante como o país consiga sobreviver a isso. É dele também, por sinal, a sugestiva
observação de que “um Banco Central independente e com mandato só para inflação
não é o melhor arranjo para o bem estar do país como um todo. As altas taxas de
juros exacerbam problemas das desigualdades sociais.”
2) Auxilio –
Gabinete.
Acredite se quiser! A Câmara dos Deputados oferece ajuda no valor de 40 mil
reais a cada deputado que assume o cargo, para que coloque nos trinques seu
gabinete. Garante, também, auxilio de valor equivalente ao parlamentar que
esteja deixando a função para que desmonte sua sala de tralho. Já para os parlamentares
reeleitos a ajuda é em dobro, 80 mil reais, de modo que os beneficiários da
generosa norma arrumem, desarrumem, façam ou refaçam a seu gosto, o “layout” das
dependências que lhes sejam reservadas. Dá procês?
3) Serviço de
Inteligência.
Os Serviços de Inteligência da Polícia Federal, da policia paulista e do
Ministério Publico de São Paulo souberam agir com elogiável presteza e
eficiência ao abortarem, numa diligencia fulminante ocorrida em Campinas, um
plano para sequestro e assassinato de personalidades de realce na vida pública,
entre eles o Senador Sérgio Moro. O plano foi arquitetado por facção de alta
periculosidade do crime organizado, em represália a decisões judiciais que
dificultaram, nos últimos tempos, contatos de chefões mafiosos encarcerados com
seus comparsas fora dos presídios. Um procurador do estado de São Paulo foi
quem obteve, no curso de uma investigação, a informação que chamou a atenção
policial para o complô. A opinião pública permanece na expectativa de
esclarecimentos mais detalhados da bem sucedida operação dos órgãos de
segurança.
Jornalista( cantonius1@yahooo.com.br)
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