Convite
aos amigos
Do
“Blog do Vanucci”
Todos vocês estão
convidados para o ato de lançamento do livro “Eternamente Zélia”, do escritor Vicente
Muzinga Oliveira, contendo depoimentos a respeito da bela trajetória de vida
da médica, cientista e líder espiritual Zélia Savala Rezende
Brandão, dirigente do
conceituado “Grupo Científico Ramatis”.
O evento será
realizado no dia 20 (vinte) de agosto, quarta-feira, a partir das 19 (dezenove)
horas, no salão nobre da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais), Rua
Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho, Belo Horizonte.
Contamos com sua
participação.
|
Negação da rica cultura hebraica
Cesar Vanucci*
“No horror que acontece em Gaza não há espaço para
equidistância
nem neutralidade.” (Javier Bardem, ator espanhol)
Nada a estranhar na
revelação de que no próprio seio da valorosa comunidade judaica sejam bastante
numerosas as vozes erguidas contra as ações sangrentas descomedidas praticadas
pelas forças de ocupação no território palestino. Os extremistas radicais que
governam Israel enfrentam, além da condenação da opinião publica internacional,
veementes reações em sua própria comunidade pelas ações executadas.
A rica cultura
humanística e espiritual hebraica legou à civilização lições magnificas de
celebração da vida. E de respeito aos direitos fundamentais que conferem
dignidade à aventura terrena. Os métodos exacerbados de violência empregados
pelas bem equipadas forças militares – todos sabemos – encontram-se em completo
desalinhamento com esse colossal patrimônio de ideias, força motriz da boa
convivência social, construído por pensadores judeus eminentes. Figuras
reverenciadas pelo seu trabalho em todas as áreas do conhecimento.
Por mais que a mídia
internacional esteja a dificultar, incompreensivelmente à luz do bom senso, o
acesso a informações acerca do inconformismo de significativos segmentos da
comunidade judaica diante do caos instalado em Gaza, sabe-se com certeza que
muita gente de peso, em Israel, tem assumido postura crítica com relação à
belicosidade do governo. São cidadãos de diferentes tendências politicas.
Clamam pela amplitude do diálogo. Apontam a mesa de negociações, com mediação da
ONU e das grandes potências, como o único instrumento capaz de assegurar na
região conflagrada a paz ardentemente almejada. O celebrado escritor Amós Oz e
organizações como a “Peace Now” deixam claro nos posicionamentos formal
indignação. Algum tempo atrás, outro indicador valioso das fortes divergências reinantes
em Israel quanto ao massacre infligido à Palestina foi dado por combatentes
militares de graduação elevada. Inesperadamente, eles se recusaram a participar
de bombardeios contra a população civil. Por tal motivo foram destituídos de
seus postos.
Esses setores
esclarecidos sonham fervorosamente com uma nova ordem no relacionamento árabe-judeu.
Mostram-se afinados com lideranças mundiais realmente engajadas em processo que
seja capaz de instalar paz duradoura no conturbado território. Tal processo,
para que se revele eficaz, terá que compreender, evidentemente, pra começo de
conversa, a demolição do “muro da vergonha” que circunda a população palestina,
impondo-lhe sofrimento e humilhação inenarráveis. Terá que assegurar o direito
de retorno aos refugiados. E estabelecer fronteiras precisas. Garantir que esse
bem vital, a água, chegue às torneiras palestinas. Demolir os afrontosos
assentamentos de colonos. Definir com exatidão a situação
jurídico-institucional de Jerusalém, capital espiritual do mundo, de
preferencia tornando-a cidade internacional sob a égide da ONU. Terá que
reconhecer também a legitimidade do Estado da Palestina, tanto quanto a
legitimidade do Estado de Israel, absorvida com simpatia pela Comunidade das Nações,
mesmo que negada, irracional e raivosamente, por alguns grupos extremistas
incendiários do lado contendor.
A comoção gerada pelos
acontecimentos na faixa de Gaza tem dado origem a manifestações de protesto em
todos os cantos. Javier Bardem, ator espanhol, ganhador de Óscar, assinou
mensagem largamente divulgada nas redes sociais, entre outras coisas afirmando
o seguinte: “No horror que acontece em Gaza não há espaço para equidistância
nem neutralidade. É uma guerra de ocupação e de extermínio contra um povo sem
meios, confinado em um território mínimo, sem água, e onde hospitais, ambulâncias
e crianças são alvos e suspeitas de terrorismo. Difícil de entender e
impossível de justificar. (...) “Não entendo essa barbárie e os horríveis
antecedentes vividos pelo povo judeu tornam-na ainda mais incompreensível. Só as
alianças geopolíticas, essa máscara hipócrita dos negócios – como, por exemplo,
a venda de armas - explicam a posição vergonhosa dos Estados Unidos, União
Europeia e Espanha.” (...) “Tenho muita gente querida a meu redor que é judia. Ser
judeu não é sinônimo de apoiar um massacre.” (...) “E ser palestino não é ser
terrorista do Hamas.”(...) “Trabalho nos Estados Unidos, onde tenho amigos e
conhecidos hebreus que rechaçam tais intervenções e políticas de agressão. Não
se pode invocar autodefesa quando se assassina crianças - me diz um deles por
telefone.”
Esse nosso mundo cansado de guerra
Cesar Vanucci*
“As guerras abominadas
pelas mães...”
(Horácio, -65-8 a .C.).
Os “donos do mundo”
precisam, urgentemente, rendendo-se à humildade e bom senso, reconhecer o insucesso
fragoroso de sua atuação na busca da paz e da concórdia. A cada dia que passa tornam-se
mais visíveis as consequências desastrosas de suas mal concebidas intervenções
e malfeitorias insensatamente programadas. Estas intromissões se manifestam em
litígios e desavenças que espocam aqui e ali, todos eles, pelo que se está
vendo, contendo ameaças à causa sagrada da boa convivência humana.
A revisão de conduta
nos processos geopolíticos empregados, nas ações diplomáticas encetadas pelas
potências providas de poder decisório em questões de suma relevância faz-se imprescindível
nesta hora de tantas conflagrações, para que se consiga, afinal de contas,
evitar possam as tragédias em curso assumir amplitude ainda maior. “Parem com
isso!” – brada o Papa Francisco, interpretando magistralmente genuíno anseio
humano. A proclamação tem o claro sentido de uma convocação irrecusável à
reflexão, ao diálogo, à abdicação de gestos e palavras arrogantes, ditados por
desejos vorazes de mandonismo e hegemonia. Para onde quer que se lance o olhar
angustiado naquelas regiões sacolejadas pelas explosões conflituosas descritas
nas manchetes de cada dia, o que se contempla é ódio e intolerância soltos,
atrocidades inimagináveis. Quadros de dantesco horror, que colocam em xeque a
sinceridade do alardeado propósito humano de evolução.
O massacre de Gaza, as
guerras civis na Síria, Líbia, Ucrânia, Nigéria, Afeganistão, Iraque, as
tensões constantes na península coreana são alguns dos mais frisantes sinais
dessa ordem de coisas abominável. As monstruosidades acumuladas são de tamanho
porte que a gente chega até a encontrar dificuldade em avaliar corretamente o
significado das palavras. Acaba perdendo a condição de medir e pesar, de
pronto, o real sentido das posições dos protagonistas engajados nas tétricas
manobras em andamento. Vejam, por exemplo, essa atordoante e recente
proclamação da Al Qaeda. Aludindo aos militantes do grupo guerrilheiro que se apoderou
de partes dos territórios sírio e iraquiano para implantar um “califado”, com
todo o aparato fundamentalista retrógrado e obscurantista que isso possa
comportar, os dirigentes da organização baseada no Afeganistão, célebre por
suas concepções mórbidas e desusada ferocidade, anunciou para estupefação geral,
não compactuar com as ações do novo grupo. E por qual razão? Por considerá-lo -
minha Nova Senhora da Abadia d’Água Suja! - demasiadamente radical...
Com tanta insânia espalhada por esse mundo de
Deus em que o diabo continua, pelo visto, a fixar seus enclaves, os homens e
mulheres de boa vontade de todos os lugares precisam manter acesa a esperança. Torcer
para que, nalgum momento da trajetória por todos nós percorrida, um punhado de cabeças
bem pensantes, comprometido com valores humanísticos e espirituais, aponte às
grandes lideranças mundiais meios que possam inspirar ações diferentes. Procedimentos
capazes de traçar fórmulas de entendimento que ponham cobro na espiral de
violência dos tempos de hoje.
Não constituiria, por
certo, exagero reivindicar dos dirigentes mundiais com maior poder de fogo
econômico e bélico que se entregassem a uma serena e amadurecida reflexão, libertos
de seus impulsos belicosos, dos vetos que apequenam a capacidade de negociação da
ONU e dos demais integrantes da comunidade das Nações, de maneira a permitir a construção
dos alicerces de uma paz verdadeira e perene.
2 comentários:
Querido amigo Cesar,
Perdoe o meu silencio. Mas, depois de ler o seu texto " Negação de rica cultura hebraica" não posso me dar ao luxo, de continuar silente. Com sua ousadia, você colocou em letras tudo o que o meu coração precisava escutar e falar. Somos assim, enquanto um está calado, o outro expressa.
Ademais, tenho que agradecer pelo fato de ter tido uma senhorinha como avó paterna, de origem judaica, que sofreu as agruras do tempo em que ser judeu era pecado e enfrentou a sociedade mineira, casando-se com um cristão novo. Certamente, foi uma das pessoas mais doces, que tive a honra de conviver até os seis anos de idade. E certamente, ela estaria muitíssimo triste com a situação promovida por alguns do poder.
Não se pode julgar um povo pelos seus governantes, fosse assim, na época da ditadura militar, em qual categoria estaríamos afinal?
É. Só posso repetir o “ave Cesar".
Saudades.
O SEU ARTIGO É COMO DEVE A SER A VIDA. SERENA. PENA QUE O RADICALISMO RELIGIOSO DE MILÊNIOS TEM NO ÓDIO SEU ÚNICO OBJETIVO DE VIDA. ATÉ QUANDO? PARABÉNS.
Postar um comentário